domingo, novembro 23, 2008

ás

na mesa atulhada de manchas em toalha branca, erguiam-se garrafas vazios, bases de tachos com tachos por cima e pratos. e talheres. num espaço dessa mesa estavam os dois únicos copos sem pé, de fundo grosso, meio compridos. um desses copos caiu, da mesma forma que a mesa lá estava. caiu na mesa. a minha mão não hesitou a levantá-lo e o outro copo caiu, da mesma forma que o outro, na mesa que lá se mantinha, atulhada. endireitei o segundo o copo e o primeiro voltou a cair, exactamente da mesma forma, na mesa, que caíra o segundo, e ele próprio, em primeiro. endireitei-o. o segundo voltou a cair, pela segunda vez, e outra vez endireitei o copo. não sei se seria da mesa, mas dcomeçaram a cair copos em simultâneo e eu continuava com as minhas duas mãos.

Um comentário:

mar disse...

eu nunca me senti como se apenas tivesse duas mãos. talvez esse seja o truque. não sei.
um pensamento recheado de alusivas metáforas...

um beijo
deste
mar.