terça-feira, dezembro 27, 2011

segunda-feira, dezembro 19, 2011

Skinny Love



"I told you to be patient
I told you to be fine
I told you to be balanced
I told you to be kind
In the morning I'll be with you
But it will be a different "kind"
I'll be holding all the tickets
And you'll be owning all the fines

Come on skinny love what happened here
Suckle on the hope in lite brassiere
My, my, my, my, my, my, my, my
Sullen load is full; so slow on the split."

sexta-feira, dezembro 16, 2011

Submundo Perdido

Foi com muita pena que descobri que a Lost Underground, loja de música punk, hardcore, metal, alternativa, na Rua do Almada, Porto, vai fechar as portas a partir de hoje. É de ironia agridoce, que num período de tanto rebuliço cultural no Porto, de tanta gente a percorrer a Baixa, até à bem pouco tempo com certidão de óbito e a caminho da morgue, termos de ver a fechar um espaço que sempre pugnou pela excelência por oferecer, com qualidade, simpatia e afinco, aquilo que mais ninguém oferecia. A baixar os braços, a fartar-se de correr por amor à camisola enquanto as sente a doer no corpo. Mas não há super-heróis. Ninguém vigiou o vigilante. Ninguém quis saber. A Fnac e restantes sítios fency continuam no mesmo sítio.
O DIY e o punk sofrem mais um rude golpe. E o Porto fica mais pobre.

Watch Me Rise


""goddamn", he said, "i promised myself
i'd never feel this fucking way
again, this world has got me praying on my knees
for one peaceful thought

in my mind,
my stride,
my life,
my time
is consumed with a thousand thoughts

flying free like a flock of birds
with no direction or intention of finding home

it's so hard to think,
it's so hard to change
when this world doesn't see you any other way

in this world, they choose to see me,
they choose to see me
like a setting sun

so it's up to me,
i have to see me,
i have to see me
like the rising one

in my days somebody told me that the rain would always come,
always come to wash away the pain
but nothing changes and this world still wants me down,
wants me down on my knees praying in that rain

"born this way, die this way"

i'd rather die on my feet
than live on my knees
i'd rather die on my feet
so you can watch me,
you can watch me

WATCH ME RISE
with the things we carry

the loss,
the scars,
the weight of heavy hearts

so i say to the slaves of depression
CARRY ON
and sing the sweet redeeming song
about living this life free and long

watch me, watch me,
WATCH ME RISE
for miles and miles"

quinta-feira, dezembro 15, 2011

psicadélicopatia: lida & escrita



A 11/11/11 saiu um dos melhores álbuns deste ano. Ácidos, psicadelismo, terror série b, rock n' roll e um vocalista com mega mustache. Só uma nota de lamento para o facto do lobo não vir ao "inferno". Parece que terá de ser o "inferno" a encontrar o lobo algures nessa europa, que pelos vistos anda a fazer tour com cavalos esquartejadores.

segunda-feira, dezembro 12, 2011



"No more stalling, no delay;
You must call it out by light of day.
So heads or tails?
There's nothing for it so put an end to your sidestepping.
Is it heads or tails? You can't ignore it;
You stand to win or lose everything."

segunda-feira, dezembro 05, 2011

o precipício.

Ela pensava nele a toda a hora. Por muito incompreensível que fosse. Ela era assim: uma máquina de paixões e exímia na nobre arte de as expor. Ou antes, de as berrar. Descobrira havia uns anos que berrar era uma forma de passar pontos de vista aos fracos de espírito que a discussão ou o debate dificilmente superavam. E o que alguns fracos de espírito em particular, ainda percebiam menos era como é que essa forma apaixonada e desassombrada de ter pé na existência humana era passível de coabitar com o mais belo pôr-do-sol observado da mais bela falésia, ou de conviver entre raparigas lindas de morrer e brutamontes implacáveis e dedicados, ou mesmo com lágrimas, genuínas, de comoção. Ela percebeu que pensaria nele a toda a hora, e pensaria nele assim para todo o sempre, desde o dia em que fora arrastada por amigas para um concerto dele. Uma das amigas conhecia o vocalista que passava os fins-de-semana com os pais numa casa perto da sua, na cidade delas, e passava o resto da semana lá longe, com o resto da banda. Uns durões, uns engatatões, e uma merda de banda. Mas eles esfolavam-se por uns saltos do público. Eles berravam cada palavrão como se fosse um ámen e cada concerto fosse a missa do galo. A amiga não desistiria enquanto não fizesse a sua jogada; ela foi atirada aos leões que batiam no coração dele, que era o baterista. Provavelmente, à data seria o mais dotado musicalmente, e sem dúvida, em palco, o mais explosivo. Igualmente o mais calado. Ela perguntou-lhe pela tatuagem embrionária do braço dele; ele respondeu-lhe que ele próprio a desenhara e que demoraria a completar, muitos anos, até percorrer o braço todo, como o sangue das veias, que correm uma vida inteira. Ao canto, a amiga e o vocalista comiam-se, junto ao palco ela decidia fazer uma tatuagem e os dois apaixonavam-se. Ele ensinara-lhe tudo o que ela sabia, como ele próprio aprendera, na base do instinto, da força de vontade, à excepção do amor, que a ele faltara e a ela agora sobrava. Corriam, como dois cães, meio país para ver concertos, encontrar-se, amar-se às escondidas nos jardins de terreolas sem nome, onde houvesse uma música, uma festa, um tatuador que lhes desenhasse o destino, ou uma farra que os fizesse esquecer que no amanhã cresceriam. Ela não percebeu ao certo como desembocou no dia em que se apercebeu que crescera, mas o dia marcou-se-lhe a fogo na mente. E no pulso. Enrolando o Jack de um microfone nas rosas tatuadas que se enrolavam no seu pulso, decidiu que faria ela também uma banda. Teria já dois ou três anos de namoro? Parecia já ter envelhecido até ás portas da morte do lado dele, renascido e ainda ter chegado a tempo de se apaixonar outra vez. Ela era indubitavelmente outra. A faculdade já a conhecera, e já se convencera que a teria de esquecer pois ela tinha esse magnífico dom de falar como se mordesse, quando a mordiam sem ninguém ver. Logo não se compadecia. Percebeu o quão berrar podia ser inútil num mundo civilizado e calculou a melhor forma de se afastar dele, sem que deixasse de poder aproveitar-se das suas vantagens. Hipocrisia com hipocrisia se paga. Fartara-se das epifanias de maturidade do grosso das suas amigas e conhecidas, das desistências de inúmeros fracos de espírito, e lamentava a partida de guerreiros de coração de ouro a quem a vida vergou antes das derrotas. Ele continuara por perto, sempre a ampará-la no seio da sua mente, e ela não o esquecia. Ainda que ele estivesse no outro lado do mundo, aparentemente irreconhecível para o jovem baterista que ela conhecera em tempos e a fizera ter vontade de partir este mundo e o outro em dois, em quatro, em vinte mil pedaços. Aparentemente porque a sua aparência se tornara um meio de fidelizar o exterior da sua podre condição de ser humano ao fogo que lhe ardia nas vísceras e que água alguma abafava. Ela era mais modesta, mais prática, mais incisiva, eventualmente, impiedosa. E ele agora estava longe, nunca do seu coração, e ela queria uma banda. Ao passo que ele já deixara a sua, porque a sua música não era suficiente para pôr cá fora o que vivia por dentro. No fundo, sabiam que esse sonho teria de acabar porque tanto sentimento precisava de um vaso onde depositar as sementes e aquela banda era arremessá-las contra o vento. Não foi surpresa para ela que ele tivesse deixado esse sonho; nem que para ele tivesse sido um desgosto de uma vida, que não assumiu, ela, porém, não deu conta de uma nota de crescimento, naquela decisão. Apenas na sua própria decisão, de fazer verter o líquido vivo da sua própria essência em canções de guerra. Não mendigou a ninguém: logo só lhe restaram duros juntos de si. Como os fiéis pajens de uma linda princesa de tatuagens nos braços, calças esfarrapadas e com uma voz capaz de esmurrar qualquer arruaceiro. Todos eles, menos ela, já sabiam ao que iam. Chegou-se a pensar que a exposição constante ao fracasso a iria massacrar, mas ela levantava-se sempre uma e outra vez. Sabia de que massa era feita a carne dos guerreiros, até sorria só de pensar que a sua podia não ser desse género. Pensava nele, como pensava a toda a hora, e erguia a voz às guitarras, e aos baixos e às baterias da sua pequena irmandade até a garagem ameaçar sucumbir de pequenez. Entretanto ele não voltava. Nem comunicava se voltava. E às tantas voltou e ela não soube. Os meses passaram-se, e a chuva já lavava a calçada com as suas lágrimas. Essas dores de crescimento ela sentiu bem, como não sentira as espinhas secar, os ossos a subir, ou as formas de mulher a desenhar-se. Só mesmo o sufoco do seu coração a bater pequenino, e cada vez mais pequenino. Nas horas em que parecia perder o controlo e se enviava país fora em busca de rastos e restos dele por esse mundo que ele não entendia e que ela aceitava na medida que os unia, mas sem sucesso. Era pior do que se ele tivesse morrido. Pegar no microfone era uma tortura maior do que carregar uma cruz, ou suportar as próprias contas com os próprios rendimentos, que com os próprios pés eram levados a uma repartição de finanças para serem devidamente tributados, sob o olhar pouco auspicioso da desconfiança alheia por uma rapariga tão bonita a viver sozinha, com os demónios que marcara na pele e que a haviam abandonado para sempre. De tanto segurar aquele microfone, as marcas do cabo cicatrizariam no seu braço. Os colegas já só lhe reconheciam a voz pelas letras em inglês, porque de resto ela não a partilhava com mais ninguém. Depois do êxtase de ter a própria alma a comandar os seus actos, ela atravessava a fase mais dramática do crescimento: a perda. A maior de todas. A pior de todas. Que por ser tão dura e tão inultrapassável, não permitia que ela deixasse de crescer. Que ela ficasse ali para sempre, que ela suprisse a sua falta, que ela aprendesse com essa falta. Tudo o que ela podia ter era ele, só ele poderia lá estar, e mesmo não estando ela era capaz de jurar que fazia pela sua cabeça o percurso diário dele, em cada pormenor, sobreposto ao seu próprio percurso que se desmazelava e deteriorava com um esfarelamento de areia molhada, descambado por uma criança maldosa. A única excepção, era a voz. E as palavras que ela trazia nas pontas dos dedos, sussurradas por estas para as folhas de papel, que ela, a final, com uma visão de profeta contestatária erguia lá ao alto, contra a luz da garagem, declamando-a à fúria de todos os átomos da Terra que a quisessem ouvir. Às tantas, chegou o primeiro concerto. Tivera de atar ligaduras aos pulsos. De massajar os ombros. Beber muita água. Desejavam-lhe sorte, mas ela preferia que lhe desejassem paz. De sorte precisava quem não trabalhava, e esse não era o seu mal, nem dos seus. Tinham trabalhado muito no duro. E não lhe fazia diferença que fossem dos primeiros a actuar, ou não pesasse tão pouco o seu nome na hora de estipular o cachet. Porém, movidos pela curiosidade que a voz de uma rapariga que desabridamente amassava carros, rachava passeios e estalava os prédios velhos das redondezas da sua sala de ensaios, alguns desconhecidos juntavam-se nas filas da frente para assistir ao fenómeno; alguns sabiam até os refrões de trás para a frente. Os seus colegas de banda estavam ansiosíssimos por libertar a fera do fruto do seu trabalho, mas temiam pela imprevisibilidade da outra fera, a que ditava o seu comando e que, não sendo instável, era imprevisível. Pois, o problema é que ela queria mais que eles se fossem foder todos. Não teria problema nenhum em deixar isso bem claro. E quando subiram ao palco, era isso que ela queria. Sempre com ele na cabeça, no coração e na pele, ela queria que eles se fodessem todos. Todos eles que tinham viajado de tão longe para a ver. Que fossem para a puta que os pariu, os que se atropelavam em cima do palco e como irmãos e irmãs a abraçavam como nunca nenhuma família de sangue o fizera, e que estariam tão presentes dali em diante no resto do caminho como ele, que desaparecera, não estaria nunca mais. Pela primeira vez nesta história ela chorou de felicidade. Uma lágrima marota, camuflada pelo seu sarcasmo autoritário. Faltava uma música, e ela então viu. Viu-o a ele. No único sítio, se houvesse um sítio ali para ele, onde ele poderia estar. Como estava. A vê-la. Sorridente. Como ela. Mais velha e crescida, mulher que pegara em armas, como ele homem feito, desfeito e reconstruído, abatido pelos sonhos, náufrago da ilusão que regressara para um amor que já se perdera. E ambos o sabiam. Mesmo quando se sorriram como se o mundo tivesse pedido aquele desfecho para morrer em paz. Mas não: faltava-lhes uma música. Ele chegou-se à frente de punhos cerrados. Ela enrolava o cabo nas mãos enquanto o baterista dava a contagem nas baquetas. Começava a música, e ele trepava, duma assentada, joelhos, cotovelos e cabeças até chegar ao palco. Ela, do alto dele, para ele que se erguera até si, berrava o fim do mundo que lhe dissera dentro da sua cabeça, quando ele estava tão longe quanto o fim do mundo podia estar. E cara a cara, por instantes, quando a voz dela rasgou a sala de concertos, com a calculada paragem dos instrumentos, ela e ele, cara com cara, quase em câmara lenta, disseram sílaba por sílaba, de curtas e grossas palavras, o quanto o amor era uma merda. Ele caiu no caos que ela inaugurou. E nenhum dos dois voltou a deixar o sorriso da cara que essa noite lhes deu. Sem se esquecerem, sem esquecer que se haviam amado, sem medo do passado, e dali em diante, sem medo do futuro.



quarta-feira, novembro 30, 2011

give me some



"My oxygen's lost in those lungs again.
Somebody give me my oxygen.
I need to breath.
Before I forget.
i'm going into oxygen debt.

I think your flesh is separated from the sins it commits and that explains why you smile when you balance on your stack of regrets.
Nobody's with you this time."

quinta-feira, novembro 24, 2011

Revólver

"Just waking up
Some dogs start barking
A bell starts ringing
And you're still missing

And after all, don't feel like nothing
Like walking away
Like a mouth full of rain
I'm holding on
'Cause you're my revolver
And i dreamed of ending
And flying away"

terça-feira, novembro 22, 2011

not broken

"He was a troubled child
Had been down for a while
Always kept to himself
No she couldn't defend
He only wanted a friend
Now he's made something else
It's so sad no one saw it coming
The paper said that he hit the ground running

Oh yeah
I know I'm not broken!
A little cracked
But still I'm not broken
I wanna laugh but I think that I'm choking on reality!"

sábado, novembro 19, 2011

Matriarca, bastião do carácter que nos une.
Era tua a voz que nos consolava junto ao lume.
Esvaiu-se o fogo, manteve-se a tocha,
Do teu coração de ouro, bruto como uma Rocha.

É o fim desta história, para nós que cá ficamos,
Virgininha de Penas,
Para nós, é uma merda.
Para nós, é o esquartejar das memórias, o saque das lembranças,
e a partida da família que comandaste em tantas direcções quantos pontos cardeais.
Para ti, é um alívio bem merecido.
Tu que viveste e sobreviveste à tua sobre humana força
podes descansar. E já nem a terra importa.
Só aquela daonde podíamos ver o pôr-do-sol.
Adeus.

sexta-feira, novembro 18, 2011

Diabetes & Alcoolismo

Um sorriso por energia
toneladas de açúcar
com diabetes à mistura
eu até chamo anarquia
à minha alegria de loucura.
E num passeio
passo a passo estreio
cada palavra manhosa a dizer
ao certo, para uma certa
pessoa por perto
de olho e que tenho em mira.
Quero mais, não se vá
a derreter tudo o mais
que há e eu tenho medo
de perder.
Quero o teu ombro, meu amigo,
desfaz os filmes
que eu sozinho não consigo.
Alguém por favor que acenda a luz!
Isto aqui até é giro
mas arrepia e já não me seduz.


(poema retirado do livro "X", disponível aqui)

quarta-feira, novembro 16, 2011

ramblin the rambled


"Some folks may say (Got my loving arms to keep you warm)
That I’m no good (In the kitchen cooking up a storm)
That I wouldn’t settle (If uncle tells me stay away from you)
Down if I could (That is something I could never do)

But when that open road (You're my baby, you're my loving man)
Starts calling me (When you're in trouble, do the best you can)
There's something over the hill (I'm naked daddy just for you)
That I’ve gotta see (Force of nature and you're coming through)

Sometimes it's hard (Loving you, going hot and cold)
But you gotta understand (Loving you, getting good and soaked)
When the Lord made me (How I know you hate to see me cry)
He made a ramblin' man (Happens every time I say goodbye)"

segunda-feira, novembro 14, 2011

O pneu vermelho

Como quando aquele meu inimigo de estimação de bibe vestido me apoquentava o sono, fazendo aparições no escuro, rindo-se na minha cara enquanto eu impotente, e afadamente calmo, não lhe conseguia tocar e fazia o sonho acabar com uma lambada, daquelas de puxar o braço atrás, que invariavelmente acabou na cara da minha mãe, na realidade e não no sonho, eu tropeço nessa mesma sina, ciclicamente. Ineficaz e inofensivo contra os inimigos velados, cego, aponto raiva a quem estiver por perto. Mas a resposta tem sempre um prazo, e até o último dia é dia de responder, mesmo quando não se sabe que dia será esse. Esse rapaz de bibe, tinha-se por muito esperto, porque ficava sempre com o pneu vermelho no recreio. Um dia eu fui mais rápido, e apanhei-o antes de qualquer outro rapaz. O espartalhão, tentou impingir-me um azul, tosco, com a maior cara de pau. Eu não fui na conversa, e atirei-lhe um soturno "não". A vingança foi o que menos interessou. A vitória foi poder brincar com o pneu à vontade.

sexta-feira, novembro 11, 2011

Typical Weekend



(esta vai pra todos os meus manos de pena, de fds, de ep, de bl, de woodr., kebabs e beat-trips, luzins e bustelos, gregos e recessos, nodoanegrinos bravos. s. martinho é uma vez por ano, mas connosco penafiel é incrível o ano inteiro)

quinta-feira, novembro 10, 2011

When Good Dogs Do Bad Things



"I'm the best you'll ever have
You're the best I'll never have

Pain...
Gone.
Rain...
Stop.
Sun...
Shine.
You're...
Mine.

Here kitty kitty kitty

MOMMY MOMMY MOMMY MOMMY MOMMY

Listen:
listen through the walls
the sound of quick footsteps sneaking down the hall
whispers
the pages turning
the leaky roof
the toilet flushing
numbers on the license plate

I'm nothing more than
The best you'll never have
A speck on your bedroom wall
A blood red waterfall

THE BEST YOU WILL EVER HAVE

Your dead things are locked up inside
Blow smoke rings straight back in time
Roses floating out with the tide
Dance and sing under gunfire
Open wings slowly take flight...

Around these parts a fly can live---
A fly can live a thousand years
but a man cannot die soon enough, true enough

A smiling drunk nursing a glass of milk
A girl with a face like prison bread
Over the kitchen noise I hear them howl at me

A scabby ketchup bottle and a two-dollar bill
I guess its time to pay the bill, but you know I never will
I'm hungry still...

RUN AWAY RUN AWAY RUN AWAY RUN AWAY

Mercy killing on the way
Never thought I'd hear you say
Falling to your knees and pray now...

In this crowded place I could swing a cat
And not even hit a soul...
It's just the lonely vacuum of human black holes

And I'm as dry as these thirsty trees
with big city thoughts in the dirty breeze...
promising to set me free
"waiter, check please..."

I'M THE BEST YOU WILL EVER HAVE!!"

terça-feira, novembro 08, 2011

Ensinamentos

O meu avô hoje ao almoço brindou-me com uma das suas histórias do tempo de GNR, que apesar de simples, se revela numa tirada bastante assertiva, sobretudo nos dias que correm. De resto, as coisas mais simples e espontâneas, são não poucas as vezes as mais poderosas. Entrava o meu avô no quartel quando apanhou um colega a dizer que o problema do Cardoso (o meu avô) era ser demasiado sério. O meu avô não se ficou e perguntou o que é que era isso de ser demasiado sério. Porque um indivíduo ou é sério (e nesse caso era um elogio), ou se não é sério, ao largo com ele! Ninguém lhe respondeu, claro.
"Well, the look on the cake
It ain't always the taste
My ex-girl she had
Such a beautiful face
I wanted love
But not for myself
But for the girl
So she could love herself

Oh my next girl
Will be nothing like my ex-girl
I made mistakes back then
I'll never do it again
With my next girl
She'll be nothing like my ex-girl
It was a painful dance
And I got a second chance."

segunda-feira, novembro 07, 2011



pinto em tons de azul e cinzento esta raiva diária, e reparto-a pelas manhãs de todos os dias de sol e chuva.

ato ligas aos pulsos, massajo os tornozelos e encouraço tudo quanto no meu corpo é frágil. menos o coração.

falas-me dos nosso bons velhos dias, na minha cabeça, quando acordo, e amaldiçoa-los, em silêncio quando me deito.

mas eu continuo. eu permaneço. aos saltos e aos berros. como se a resposta para estes dias vazios se encontrasse nestas noites sem fim.


"Tell me about the old days! (...)
Because there ain't nothing like your smile, your legs and those eyes."



quinta-feira, novembro 03, 2011

FOXHOLE



"Tragedy makes law for indecision
Hide and seek
We lost our syllables
Chemically the retina sees too much
Tisk tisk
Safety resides in these two limbs of mine
Can you hear me
We've got another one?
Safety resides in these two limbs of mine
In the foxhole
All tied up
When doors look like death you run as fast as you can"

quarta-feira, novembro 02, 2011

Rapaz a arder



"Está um rapaz a arder
em cima do muro,
as mãos apaziguadas.
arde indiferentemente à neve que o encharca

Outros foram capazes
de lhe sabotar o corpo,
archote glaciar
nunca ninguém apagou esse lume."

domingo, outubro 30, 2011

esse olhar que era só teu




vi o olhar com que vigiavas as gaivotas que abandonavam o pôr-do-sol de outono.

cobicei-to. cobicei-o com todo o fogo do meu sangue. mas ele era só teu.

ali, aonde nós, e todas as coisas acabavam.

sexta-feira, outubro 28, 2011

A olhar para a frente
vazio de conteúdo.
Como num cinema escuro
a assistir a um filme mudo,
em tons de preto e branco
sendo o silêncio a chave
para me alhear de tudo
e compreender
cada sílaba bem pronunciada
numa frase inaudível
mas acabada
com peso, conta
e medida.
Olho para a frente
e calculo
a partida feita
a partir do nulo
para algo que floresce
pelo frio num casulo
à espera do sinal
para nascer.
Qual contagem decrescente
para a descolagem eminente,
tudo
nunca pareceu tão certo.
É de estranhar
todo o cálculo dar errado.
E estranho ver-me tão perto
do que me encontro a olhar
parado.
Siderado
à espera da cena seguinte.
Á espera do próximo acto.
Implorando como implora um pedinte.
Falhando como só falha um novato.
Aguardando na próxima deixa
a satisfação da resolução
do entendimento da questão
e que assim se simplifique,
por fim se desmistifique,
e se desate
o nó cego da mudez
que me deixou a olhar em seco,
para a tela pintalgada de pessoas
mudas, ignorantes de quem as fez.
Como eu as fiz,
quando as olhei
como aprendiz
e ansiei
num próximo passo
um desfecho possível
para um novo fracasso,
ainda nem sequer
escrito ou concebido
ou inventado.
Tudo é vazio de conteúdo.
Encontro-me ao fundo de uma tabela
a assistir ao mundo
como quem assiste a um filme mudo.


(poema retirado do livro "X", disponível aqui)

terça-feira, outubro 25, 2011

Because of all the things

"Give it some time. Mulling it over.
Pulling down the shades ‘til the nerves recover.
You wanna know what’s really bothering me?
I’m not passive aggressive, but I had to leave.

Because of all the things I couldn’t say to you.
Because of all the things I couldn’t say to you.
Because of all the things I couldn’t say to you.
Because of all the things I should have said.
Because of all."

segunda-feira, outubro 24, 2011

Toxicidade 2

Um veneno.
Todas as pessoas são um veneno.
Todas as pessoas a querer pequeno
o ego de todas as pessoas
para o seu alastrar largamente.
Sem censuras, de livre consciência
a deixar acidez na latência
de cada espera, de cada inércia
para agir.
Assegurar que fugir
não será uma alternativa
ao fugitivo.
Por muito furtiva
que seja a sua tentativa
de sair vivo;
compete a todo o agente
declará-lo morto
por unanimidade.
Furtivamente,
pela calada da verdade.
Quem diria
tão demente
a nossa gente?
Somos nós?
Então somos quem?
Com que voz?
se não há ninguém…
Só mágoa envenenada.
Solidão disfarçada
por uma democracia
de valores não assumidos,
onde mais vale definitivamente mortos
que assumidamente vivos.

(poema retirado do livro "X", disponível aqui)

sexta-feira, outubro 21, 2011

I NEED TO WATCH THINGS DIE!...from a good safe distance

khadafis, ladens, sírias, líbias, iémens, somálias, palestinas, indignados, okupas, enrascados, grevistas, sindicalistas, apartidários, apátridas, emigrantes, negociantes, traficantes, diplomatas, burocratas, hipocratas, buracos, défices & portugais surreais


"Credulous at best your desire to believe in
Angels in the hearts of men
Pull your head on out your hippie haze and give a listen
Shouldn't have to say it all again
The universe is hostile, so impersonal
Devour to survive... so it is, so it's always been

We all feed on tragedy
It's like blood to a vampire

Vicariously I live while the whole world dies
Much better you than I!"


quarta-feira, outubro 19, 2011

the heart of a lion!



"Don't let these fuckers grind you down
Don't let these bastards kill your soul
Bottom feeders in the worst way
A bunch of fucking turncoats
You gave them more than they ever gave back
And now everyone knows
Don't let these fuckers grind you down
Don't let these leeches suck you dry
You've got the heart of a lion
You've got the strength to survive"




Post Scriptum: o riff final é particularmente épico.

terça-feira, outubro 18, 2011

Autmn Into Summer



deixamos o chão, as folhas, o ar serem sugados pela labareda. pela gravidade da situação, deixamos o ouro da nossa vida arder, incinerar, ebulir. deixamos. deixamos de ser gente, por isso fugimos da luta que era fugir. que era avançar na quietude do outono. de descansar os pés e os ombros no regaço de uma qualquer árvore maternal. deixamo-nos. deixamo-nos queimar, aos gritos, na vez do descanso.

segunda-feira, outubro 17, 2011

"mas o tempo moeu na sua mó"

continuo preso à miragem do tempo passado que se sobrepõe ao tempo presente. os eventos que se repetem na mesma cadência e ao mesmo compasso de todos os outros que os antecederam, desviando-se deles aqui e acolá, suportam-nos e às suas nuances ultrapassadas, numa invisibilidade de marca de água. tudo volta, inavariavelmente, a ser sentido, de tudo volta a ser sentida a falta. em dias diferentes, em climas diferentes, em horas diferentes: mas os dias e os meses do calendário têm sempre o mesmo nome, ainda que avancem na semana com o passar dos anos, as estações continuam as mesmas ainda que se revezem de forma imprevisível e as horas sempre deram de si fora de horas como dentro delas. as palavras sofrem a mesma herança dos outros a quem foram ditas. os sentimentos também. e continuo preso a essa angústia, e quase faço de conta que sou eu a estar no presente que corre, não obstante a minha solidez de fantasma.

terça-feira, outubro 11, 2011

"How can I put it, you put me on
I even fell for that stupid love song
Yeah, yeah, since you've been gone
How come I'd never hear you say
I just wanna be with you
Guess you never felt that way."


os meus restos são memórias. não do fim, mas do início. o início, o passado são os meus filmes predilectos. decalco-as (memórias) nas noites de hoje, quentes fora de época, enquanto subo e desço as ruas de uma baixa morta, com o mesmo desalento de saudade desse outro tempo. sempre sem a mesma vivalma por companhia. sempre com algum sameiro longínquo a indicar o caminho. o caminho que foge do início, do passado, das memórias. de um tempo em que era eu e a minha solidão a irmos embora.



domingo, outubro 09, 2011

Restos



"ya, eu deixo o melhor para o fim!
mas nunca tenho fome para tudo
então o melhor nunca é para mim.

este é o dia em que eu me torno egoísta
dou um tiro no melhor amigo do homem
e reclamo os restos de uma vida.

eu vivo para o dia em que finalmente fecho os olhos,
durmo as horas de sono em atraso e acordo mais jovem
recuso-me a viver sem evitar cometer loucuras,
por isso mata-me quando eu te deixar, e não peças desculpa.
sem medo da morte, estou mais que morto por uma mudança
não há esperança, nem mais brilho, nem mais força, nem garganta.
quis deixar o melhor para o fim, devia ter-me certicado
que estava motivado para levar o projecto a cabo.
agora busco uma oportunidade diferente,
perdida algures no caminho entre a terra do nunca e a terra do sempre,
porque eu sei! eu sei que existe um sítio melhor do que este,
deve estar guardado para o fim e eu não vou chegar ao fim tão cedo.
concordo plenamente, vai ter de ser inesquecível,
com a tonalidade certa qualquer lixo é comestível.

eu fico com os restos. vamos acelerar isto,
passar a parte feliz da história à frente
para eu estar pronto para a tempestade do fim.

ya, eu deixo o melhor para o fim!
mas nunca tenho fome para tudo
então o melhor nunca é para mim.
este é o dia em que eu me torno egoísta
dou um tiro no melhor amigo do homem
e reclamo os restos de uma vida.

ok, vamos adiar mais um pouco.
dar tempo ao público para conhecer o homem por detrás do louco.
sou pouco diferente dos outros.
eu também sonho, também rio, também quero ser feliz,
também durmo, só não me lembro da última vez que o fiz.

ah! este filme é seca,
a contagem decrescente para o tão esperado final é cíclica
então eu dou-vos uma tragédia.
eu já vi isto, eu cheguei ao ponto em que estrelas são fogo,
nuvens são água, amor é sexo e nada para além disso.
preciso de mais do que uns efeitos especiais janotas
para arrancar aplausos das velhas e inexpressivas rochas.
tenho de ser rápido, esperto, trocar o ego pelos restos,
tenho de conseguir cuspir para o vento para treinar os reflexos.
perdoem-me se gaguejar ou ficar com a voz rouca,
há aqui muita coisa que odeio e a motivação já é pouca.

mas eles disseram para comer e calar e ter força
eu vi a cidade dos arranha-céus, arranham-me o céu da boca.

ya, eu deixo o melhor para o fim!
mas nunca tenho fome para tudo
então o melhor nunca é para mim.
este é o dia em que eu me torno egoísta
dou um tiro no melhor amigo do homem
e reclamo os restos de uma vida.

poesia visual com miragens, desenho imagens.
começo a escrever imagens e nem sequer noto a passagem.
assim, tentei guardar o melhor para o fim da jornada
e por fim provei que eu não troco a ordem das palavras.

eu não troco a ordem das palavras."

terça-feira, outubro 04, 2011

O fim de um parto difícil.


A vontade de dar um corpo físico a alguns dos meus escritos já era antiga. Acho que qualquer pessoa que goste de escrever, e faça gosto em escrever, tem sempre uma certa ânsia, sonho ou desejo de um dia publicar o que tanto lhe custou ou emocionou a escrever. Há cerca de três anos, por esta altura, julguei ter material "poético" suficiente para me aventurar a fazer um "livro", e resolvi tentar. E conceber um livro é um parto difícil: será sempre o nosso menino, mas ninguém quer dar à luz um enjeitado. Assim, de à 3 anos a esta parte venho fazendo o resumo do percurso dos anos anteriores a partir do que escrevi. Tentar retirar o sumo, descobrir um encadeamento qualquer, o mais lógico ou o possível. Ao mesmo tempo, fui lapidando e revendo o que escrevi, o que pode igualmente ser doloroso. Olhar, olhos nos olhos, relatos de emoções há muito enterradas é um pouco como reencontrar retratos de gente querida que partiu, há muito tempo. Nesses avanços e recuos, o "livro" e os "poemas" foram ficando, apesar das indecisões, das faltas de motivação e de tempo. Até que, num raide da vontade, ele nasceu. Não muito bem programado, é certo, um tanto nado velho até, pois se os "trabalhos de revisão", chamemos-lhe assim, começaram em meados de 2008, a verdade é que o rasto dos "poemas" se perde pelo passado (salvo erro o mais antigo foi escrito em 2001). O ter ficado a marinar todo este tempo confere-lhe um estatuto, não de dever cumprido, mas de dever arrumado. Não se trata de uma história de vida, tão pouco uma experiência ou epifania. É apenas um conjunto de "poemas", escritos por mim, que juntos me pareceram ter algo para contar, porque enquanto retalhos de emoções, situações, histórias, de uma juventude entre o revoltada e o sofrida, entre o êxtase e a solidão, entre uma escola e uma faculdade, entre Penafiel e o Porto, revelaram-se a prova última da circularidade das quedas e das ascensões dessa mesma juventude. Não correspondendo com precisão à minha história, julgo que podia ser a história de qualquer pessoa. Por isso não tem nome, mas só um X.
Espero que possa ser do agrado de quem ler, ou, pelo menos, que possa suscitar alguma reflexão: qualquer uma dessas e esta publicação já seria uma vitória.

O link para quem estiver interessado em encomendar o livro, ou fazer o download em .pdf é o seguinte: http://www.bubok.pt/livros/4580/quotXquot
A quem este sistema on-line de encomenda suscitar alguma desconfiança, asseguro desde já, que encomendei um exemplar-teste, e o mesmo chegou-me às mãos cerca de uma semana depois.

segunda-feira, outubro 03, 2011

Hailin From The Edge



"A king from the stars went through the Mars
I've seen way more, that I can never take
You've got some time to spend with me, dear
So I've left it all behind

Hailing from the edge
Hailing from the edge
Hailing from the edge
Hailing from the edge"

sexta-feira, setembro 30, 2011

Blinded



"I was always one of the righteous
Never lived outside of the light
Kept a close watch on the whitewash
Disguising the dead bones inside
Disguising the dead bones inside

I was always one of the good ones
Keeping tabs on everyone else
Sure that I was one of the chosen
I was a child of Him
I was a child of Him

But you buried me in the bright light
Yeah you held my eyes to the sun
Til I could see that
I was worse
Than I ever feared I could be
But somehow
I was loved
More than I ever dared to believe
Because of you"

quarta-feira, setembro 21, 2011

Júlio Resende



(23/10/1917 - 21/09/2011)

Faleceu hoje um dos maiores pintores portugueses, Júlio Resende.
Aqui fica uma modesta mas genuína homenagem e um louvor pela imensa obra.

terça-feira, setembro 20, 2011

em estado bruto

"Cavamos fundo no coração em busca das rimas reais, as superficiais são extraídas
Está de volta a comitiva emblemática, a nossa clique é dealemática
Gajos vão para os jornais dizer eu sou demais, faço e aconteço, moço tu és um fracasso
Mentes porque no fundo tu és um frustrado por não seres o que realmente tens mostrado
Tomaste-nos por trastes como tu, tu tens a alma no cu, queimaste-te, catástrofe!
Início do Juízo final, as massas em Fátima avistam a nave espacial
Atenção, invasão dos extra-dealemestres, teste 1,2,1,2 terrestres:
Vocês tão em vias de extinção, seres humanos como animais racionais de estimação
Ex-peão infiltrado, Fusão mau contacto, o mercado já foi esmagado. Câmbio.

Saímos das criptas com visões apocalípticas, trazemos o machado que decepa as mente cépticas
As nossas vidas não são movidas por cifras, temos um objectivo: eliminar ervas daninhas
Super-heróis urbanos neste tempos mundanos, cercamos em pentágono não há fuga pelos flancos
Sem subterfúgios, esconderijos ou saídas, falsos cometem arakiri como virgens suicidas
Quando criticas não é uma banda ou um artista, é todo um movimento que te tem debaixo de mira
Dealema é a omnipotência de resistência, com residência vitalícia na vossa essência
Encarcerados no teu subconsciente, permanentemente a dar a face na linha da frente
Somos o toque da corneta que anuncia o ataque, o golpe da baioneta na frente de combate.

As pílulas de estado de espírito podem ser perigosas numa crise há um aviso no frasco
Em letra miúda não ingerir em situações potenciais de risco.tava só a ler um livro!
Mais uma obra dealemática, viemos liquidar falsos génios com hip hop lacrimogéneo
Soberbo, música de guerra é um passatempo, o êxtase é tanto que brincamos com relâmpagos
Tortura, ripostar é um acto de loucura,
vão pró caralho betos já se julgam homens de rua
Caçadores sem rosto com fome de lobo, o vosso projecto é como um bebé que nasce morto
Profetas de sangue frio, inquisição, pernas abertas em posição de violação
À velocidade de um pensamento não há arrependimento, tu baixas a cabeça isto é música de enterro.

Isto é música de enterro não existe arrependimento, viajamos à velocidade do tempo
Interrompemos este tempo de antena pra notificar que por estas bandas tudo continua na mesma
Cinco no recinto virando barcos como tinto, fechando tascos em compassos, sócios gritam tá limpo
De corpo e alma sem veneno, dealemático e sereno, em beats e versos 4 por 4 todo-o-terreno
Se a gera excede a regra mantém-se firme como pedra
Ao contrário de quem abre a boca, é para entrar mosca ou sair merda
Nós construímos um futuro mais próspero, queimáste rapidamente cabeça de fósforo
Falas muito do meio e nada fizeste por ti, há merdas neste mundo que até o diabo se ri
Não encenamos peças, não vamos em conversas
Nem cremos em promessas, vê se dispersas."

segunda-feira, setembro 19, 2011

"Qual o antídoto para a corrupção? Na história do BOPE, a resposta foi uma só: orgulho. Orgulho pessoal e profissional. Respeito ao uniforme negro. Antes a morte que a desonra. O processo de selecção era tão difícil e doloroso, o ritual de passagem era tão dramático, que o pertencimento passou a ser o bem mais mais precioso. Ser membro do BOPE, partilhar dessa identidade, converteu-se no bem mais valioso. A auto-estima não tem preço. Portanto, não se negoceia."

André Batista, Rodrigo Pimentel e Luiz Eduardo Soares in "Elite da Tropa"

quinta-feira, setembro 15, 2011

"Cansados daquele delírio hermenêutico, os trabalhadores repudiaram as autoridades de Macondo e apresentaram as suas queixas nos supremos tribunais. Foi aí que os ilusionistas do Direito demonstraram que as reclamações careciam de toda a validade, simplesmente porque a companhia bananeira não tinha, não tivera, nem teria nunca trabalhadores ao seu serviço a não ser os que recrutava ocasionalmente e com carácter temporário. De modo que se desfez a patranha do presunto da Virgínia, das drageias milagrosas e das retretes natalícias e determinou-se por sentença do tribunal e proclamou-se em éditos solenes a inexistência dos trabalhadores."

Gabriel García Márquez in "Cem Anos de Solidão"

terça-feira, setembro 13, 2011



"I flew beyond the sun before it was time
Burning all the gold that held me inside my shell
Waiting for you to pull me back in
I almost had the world in my sight
Lost love, bright eyes fading
Faster than stars falling
How can I tell you that I've failed ?
Tell you I failed..

Falling from grace cause I've been away too long
Leaving you behind with my lonesome song
Now I'm lost
in oblivion."

segunda-feira, setembro 05, 2011

naqueles dias, os dias começavam quando começavam mesmo e não por se ter estipulado numa convenção qualquer. e acabavam quando estavam todos sentados à mesa, a beber, a falar alto, a gozar uns com os outros, os miúdos ansiosos por se porem a correr á volta das mesas e das cadeiras ou por se encafuarem nos quartos e tirar as teimas dos vencedores dos jogos da tarde. à semana era o verão. o verão mesmo. o verão em que se acorda cedo por ser a hora em que o sol acorda também. um verão mais fresco do que o dos dias de hoje, forrado a cal, alimentado a pão com manteiga, recortado pelo horizonte do monte e das suas três árvores ciclópicas que não existem mais. naqueles dias, três de nós iam para cima da velha corte de coelhos ver o pôr-do-sol contar anedotas e sonhar com o dia em que teríamos uma mega drive. e setembro ainda era o mês mais triste do ano, porque o verão acabava. e com ele as escondidas nos socalcos, àrvores e tanques, as emboscadas aos gatos, as corridas de bicicleta. chegava setembro e passava a estar frio para se jantar tarde, tarde para preparar o regresso á escola e tarde para continuar a manter junta uma família feliz que crescera para além dos limites. fazia-se tarde: cada um teria de voltar para casa. voltamos todos, menos os dois velhinhos que esperam pacientes o nosso regresso. e no entanto, quase vinte anos depois daqueles dias, todos voltamos, multiplicados em número e em tamanho, dobrados, amassados, atrasados pelas convenções que estipularam o que os dias de hoje seriam. são outros os miúdos que correm à volta da mesa, a própria mesa é diferente e setembro já não é o mês mais triste de todos, mas os domingos de verão continuam a pôr-se com a mesma benevolência. quanto aos velhinhos que esperam pacientes, esperam com mais entusiasmo do que nunca. são felizes e olham para os seus dezassete com sentimento de missão cumprida.

quarta-feira, agosto 10, 2011

Fura-me as Fintas parte 4

Último massacre de tiradas fura-videanas. Fica a esperança de desencantar mais episódios porque a série é uma elegia à "poesia" portuguesa:


"- Passa uma noite com ela e vais ver! Bem, quando tu me disseste que ela era uma atleta, tu não me disseste que ela era campeã do lançamento do peso, pois não?
- Sempre pensei que vocês se dessem bem. Sempre que te via com ela, tu rias, rias...
- Tinha que rir, Quim, tinha que rir. Então, estava cheio de medo! A Tina Matulona, de cada vez que lembro dessa noite... Então e quando ela pegou em mim e me lançou contra a parede?"

"Quim, isso não é uma visão de amor perfeito, Quim! Isso é um anúncio dum iogurte adelgaçante!"

"- Foste tu que a convenceste a sair comigo?!
- Mentira! Não convenci nada, eu paguei-lhe."

"Tu achas que alguma vez na vida o teu irmão ia vender uns alarmes que funcionassem? Nunca! O alarme é amigo da polícia, a polícia é nossa inimiga."

"- Em que é que trabalha?
- Import e Export de produtos de qualidade."

"- E o teu marido? Onde é que ele está?
- Não sei, nem quero saber. Saiu para se inscrever no centro de emprego. E até hoje nunca mais voltou. Foi há ano e meio.
- Como as coisas estão, provavelmente a esta hora ainda está na bicha."

"A recordação mais presente que tenho da minha infância és tu à frente dum espelho. Até aos 4 anos ainda pensei que tivesses um irmão gémeo."

"- É um anel de noivado, Quim?
- Não, é um conjunto de chaves inglesas."

"Ponto um: nós somos vendedores sem nada para vender, certo? Ponto dois: nós somos vendedores sem dinheiro para comprar, certo? Ponto três... Ah, não há ponto três, mas a solução é a seguinte, estão preparados? Nós só temos de arranjar uma maneira de fazer dinheiro a partir do nada!"

"Com a sorte que a gente anda se agora atirasse uma moeda ao ar aposto que ela não descia. Eu nunca quis grande coisa da vida! Só queria gastar um bocadinho mais do que aquilo que tenho!"

"- Dantes, Grande Chefe (Juiz), ele pegava-me nas minhas cassetes do Richard clayderman, punha-as a tocar e dançava. Agora pega nelas e trinca-as como se fossem tabletes. E o pior são os ataques de amnésia que o fazem estar sempre a cair.
- Não consigo estabelecer relação... Como é que a amnésia provoca uma queda?
- É porque ele não se lembra que não pode andar."

"- Um rinoceronte. Mas ninguém sabe que ele fugiu.
- Pera aí, vamos lá ver: havia um rinoceronte e de repente já não há. Como é que ninquém sabe que ele fugiu?
- Não sejas idiota. Eles tinham mais do que um, praí três ou quatro."

"- E porque é que o rinoceronte anda a matar as pessoas?
- O que é que você queria que ele fizesse? Que fosse assistente social?"

"- A mãe dela é que era boa como o milho! Feia como os trovões, raios a partissem, mas muita boa. Até lhe dei a alcunha de miss 112. Porque só lhe telefonava em caso de emergência."

"- Uma vez o pára-quedas não abriu...
- E depois?
- Aterrei mal. Mas eles ensinam-nos a cair. Enrolei-me, tás a ver?
- Engraçado... Desculpa, não leves a mal, mas eu sempre tive a ideia de que os pára-quedistas eram assim um bocadinho mais altos.
- E são, e são. O Quim, por exemplo, tinha 1,80m, só que, como ele próprio disse, aterrou mal."

"Olá Dora! Arranja um Singapura By Night para mim, e um brandy com uma gotinha de cuspe aqui para este."

"Nos States tu dás um peido e há logo alguém que o quer comprar!"

"- Quim, estou a tentar fechar um negócio. Importas-te?
- Não. Até me exporto."

"- Foram as últimas palavras que eu te ouvi, quando emigrei: «daqui a um ano tou rico». Já lá vão 15 anos.
- Eu gosto de ir devagrinho..."

"- Pá, é o meu país.
- Mas há um cheirete a fracasso por todo o lado!
- É um cheirete, um cheirete a fracasso, mas é um cheirete nosso, um cheirete português. Tenho muito orgulho nisso!
- Mas os portugueses não têm coragem.
- Não têm? Quem é que foi à Índia? Ah? Quem é que foi ao Brasil? Se calhar foram os camones que foram dar porrada ao Adamastor! E a Ponte Vasco da Gama? E o campeonato de hóquei em patins em Famalicão? E os nossos presidente não obrigam ninguém a ajoelhar-se... até ver!"

"- Mas eu nem sequer sei falar inglês.
- Não interessa. Os gajos lá só falam em dinheiro."

"Disse para os meus botões: «o Joca acertou em cheio! Este nosso lindo país vai entrar na Idade de Ouro do mercado negro, e nós vamos ser os primeiros a lá chegar.»"

"- Sabem, se eu quiser dar uma volta à minha propriedade de carro, começando às 9 da manhã, só acabo lá pras 2 da tarde.
- Nós também já tivemos um carro assim."

"- Isto pra nós é como se o Pai Natal tivesse vindo mais cedo. Além disso, se não houvesse intermediários vigaristas como nós, o Maló não via puto.
- Quim, é imoral.
- Pois é, estamos numa economia de mercado.
- Quim, então é ilegal, não é?
- Tá bem, mas cada um de nós pode empochar 500 mocas.
- É uma burla!
- É. Alinhas ou nao?
- Alinho."

"- Oh, La palice!
- Que é que isso quer dizer?
- Parvoíce. É francês."

terça-feira, agosto 09, 2011

Baby



"Don't you call anybody else baby,
'Cause I'm your baby still
You took a long time to make it
But I'll never change my mind
I've never tried to fake it
Never drew the line

Don't you call anybody else baby,
'Cause I'm your baby still
You took a long time to make it
But I'll never change my mind

You speak your fears
Thinking in circles
And checking what mirrors don't see
Don't think
You live your life like a page
From the book of my fantasy

I write for you

You speak your fears
Thinking in circles
And checking what mirrors don't see
You live your life like a page
From the book of my fantasy

You speak your fears
Thinking in circles
And checking what mirrors don't see
You live your life like a page
From the book of my fantasy

You speak your fears
Thinking in circles
And checking what mirrors don't see
You live your life like a page
From the book of my fantasy

Don't you call anybody else baby"

segunda-feira, agosto 08, 2011

subtle, severe



"I tried to recall but it's not there
I took it anyways
Subtle, severe
A mighty mix up
This new frontier could take us anywhere
Take us there, take me anywhere
These days I don't know why but I'm falling out of reach
Split lipped and bloodshot eyes aware
Bitter cold
What I find elusive to you is clear
So fuck it anyways, I don't know, I just don't know
These breaks are metal on metal
Pull back and easy on it
Wheels in motion they're turning, turning
Forget about it
We don't talk much about it but don't forget about it
These days I don't know why
But I'm falling out of reach
Split lipped and bloodshot eyes aware
Bitter cold
My turn to seek out
This new frontier could take us anywhere
Sometimes we're meant to be broken
Trials will follow us everyhwere
When push comes to shoving
Forcing ourselves to admit"

terça-feira, agosto 02, 2011

finish him

embainha a espada samurai e recua. foste ultrapassado pelo teu próprio tempo.
corta o cabelo. jejua. apanha o mais recém-desenhado comboio. parte.
guarda a arte, que o mundo é preverso e não poucas vezes não antevê o que exilou.
exila-te. começa uma nova empresa da qual ninguém ouvirá, por terem os ouvidos nos corações errados.
mas não serás tu mais a cortar-lhes as orelhas.

sabes bem!



yeah, little girl: you can make love and listen death from above.
there's no one like you, my friggin god, you're godlike.
whisper your osgasmic sarscasms in my ear, and beg me
to break right in two, before
"you find another pretty boy to turn you on."

segunda-feira, agosto 01, 2011

porque a inveja é uma coisa muito feia.

e a raiva também o é. quando se combinam as duas? quando concluo que era só inveja que motivava tanta raiva. e que disfarçada de classe, ela (a inveja), encontrou hospedagem no previsível. tão previsível, que me suscita a dita raiva. por isso andam (o que ora eram) invejas a passear-se alegremente ao sol de verão, ou ao empandegamento da lua, metamorfoseadas de sublime, dandismo e glamour.


vivo duma terra, muito bonita, de facto, mas muito envelhecedora, na verdade.

domingo, julho 31, 2011





dou graças a Deus por há 4 anos atrás uma banda indie merdosa de pretensiosos suecos ter cancelado um concerto que proporcionou dar um abraço ao jim ward ao pôr-do-sol. e porque "a difamação é algo que não resiste" e apesar do reduzido tempo de concerto, o encore continuar a ser feito todos os dias, desde então, pelos mesmos e não por aqueles que se iluminam, com o que antes acerrimamente criticavam. a verdade é que não importa: as coisas mágicas acontecem quando menos esperarmos, no timing certo, enquanto os falsos virtuosos continuarem a encantar falsos fãs, quando o hype social mais lhes convir.

"This isolation chamber, disguised but true
Enough to kill this stranger, nothing left to do
Freedom's lost its clarity and breathing comes fast
This escape is essential to live another day."

sexta-feira, julho 29, 2011

diz-se que não se deve voltar aos sítios onde se foi feliz. eu tive o prazer (e a angústia) de viver num desses sítios. não sei se será legítimo chamar-lhe casa, ou lar, ou cubículo (ao qual me confinei), ou até mesmo residência: prefiro recordá-lo como uma república. de homens livres, simples e bravos, claro. deixo um retrato na parede e um graffiti no interior da gaveta de uma secretária a marcar a minha passagem, por muito anedótica que surja aos olhos dos indiferentes que com ela se depararem. o que é verdadeiramente triste, mais do que a partida em si, é perceber que fomos partindo aos poucos com aqueles que nos ligavam a sítios como este e foram partindo antes de nós, um após um, para o desconhecido, para o silêncio da distância. no fim, na hora derradeira de arrumar a última mochila, já não nos sentimos mais que um bibelot, um troféu nocturno a ocupar espaço demais na arrecadação. apesar da tenra idade, sentimo-nos velhos e a ocupar um lugar que já não devia ser nosso. na verdade, considero que o árbitro do pau-bola da vida já apitou para descontos há muito, muito tempo. tanto tempo que parece que foi outro a jogar em meu lugar. e o tem vindo a fazer. durante estes últimos meses. e ao longo de todos estes anos. mas o conceito é dinâmico, mais inovador do que propriamente social: primeiro é mero poiso, depois casa, depois casa de férias e por fim será como a casa dos pais, que visitamos com a família de longe a longe, muito longe a longe, para ver se está tudo no sítio, se os putos do antigamente já fazem a barba em condições, se o outro atadinho já bebe uns copos com o pessoal, e se, apesar de já não ser nada da nossa conta, ainda se é feliz nesse lugar. pelo menos, o mesmo que eu fui em tempos.

sexta-feira, julho 22, 2011

will you smile again?



"And you awake and there you are
Not far off from the line before
And just how long did it take for you to understand
Where your feelings stopped and writing began
Convince yourself to take control
Play to the hilt this unlikely role

Remember all the bad dreams
Are not far from reality
Would you write again for me?
And who bade you stop this living art?
Have you forgotten just what you are?
If you don't want to then you could at least pretend
That the paper's your soul and your blood's the pen

And maybe then you'd see the light
And read the truth that you had to write

If heaven sent you downstream
Where banished eyes haven't been
Would you smile again for me?
You misread your fate line
Had long run out ahead of time
Would you write again for me?"

quinta-feira, julho 21, 2011

Bizancio



nós somos cenas que a nós não assistem. especamos de costas para o espectáculo. fizemos, medos aparte, o que precisávamos de fazer e fomos orgulhosos: que ninguém nos apontasse um dedo. gargalhamos quando ouvimos as deixas dos actores, lá longe ao fundo, mas a pergunta coloca-se: sorriremos outra vez?

quinta-feira, julho 14, 2011

skin & bones

"Deep within this frame of mind
Heart of hearts oh valentine
Tell my mom I'm doing fine
Doing fine
Doing fine

Skin and bones
Skin and bones
Skin and bones don't you know?"

terça-feira, julho 12, 2011

From the Ritz to the Rubble



"This town's a different town today
This town's a different town to what it was last night
You couldn't have done that on a Sunday

And that girl's a different girl today
Said that girl's a different girl to her you kissed last night
You couldn't have done that on a Sunday
(Of course not!)"

sábado, julho 09, 2011

é sempre bom reencontrar velhos amigos. sobretudo quando fazem questão de nos bradar (e brindar) a um tempo em que não nos conhecíamos, ao passo que ali, tantos anos depois, ele lá e nós além, parece impossível ser de outra forma que não a cantarmos todos, as mesmas músicas, do início ao fim de sorriso nos lábios.

quinta-feira, julho 07, 2011

LOST!



"Just because I'm losing
Doesn't mean I'm lost
Doesn't mean I'll stop
Doesn't mean I will cross

Just because I'm hurting
Doesn't mean I'm hurt
Doesn't mean I didn't get what I deserve
No better and no worse

I just got lost
Every river that I've tried to cross
And every door I ever tried was locked"

terça-feira, julho 05, 2011

Primeiro foste tu. E depois de ter esfregado os olhos já aqui estava, a meio deste trilho. Espigas para um lado, trigo para o outro, tudo muito dourado e desértico para mim que cheguei desalinhado e de fato preto. À medida que avançava senti pedras no caminho que me faziam tropeçar; sempre da mesma forma, na verdade, parecia tropeçar muitas vezes na mesma pedra. Era ela. Outra vez, oportuna, central, incontornável, a foder-me os sapatos que caminham levezinho; e pensar que a estrada é tão longa ainda. Ao caminho faz-se um espantalho de fisga em punho, a mirar-me com nozes e avelãs às mãos. Mais á frente, fez-me o mesmo um porco, mas à cabeça, e se continuar a este passo, jurava que outra coisa qualquer se lembraria de repetir a graça a alguma parte do meu corpo. De forma sempre inocente e inconsequente, sempre diferente, sempre muitos, mas sempre como um só. O horizonte não se vergou ainda um metro: eu bufo, porque continuo a não entender os anacronismos deste trilho, nem a ordem pela qual se revezam. Às tantas está um meliante encostado à berma desta história toda, de palha na boca, a desafiar-me, novamente, para uma corrida: aceitas? Aceito como? Quando as únicas tatuagens que trago são de miragens e de quem me matou a sede só tenho uns sarrabiscos indecifráveis? A verdade é que não faço ideia quanto tempo mais continuarei neste rumo, assim não sei se o consigo atravessar a correr. E começou tudo por ti, que me vomitaste para aqui logo no início, como se de um sonho se tratasse.

domingo, junho 26, 2011

a morte vem a cavalo

não os ouças quando te chamarem de puto porque vibras como um. não lhes ligues quando se rirem nas tuas costas, ou ao teu lado, ou na tua cara. não dês crédito aos que disserem que não é assim que se salta, que se bate ou que se berra. não te importes com quem te olha de soslaio como se tivesse um pedacinho de merda debaixo do nariz. curte como curtes melhor, sem limites, do princípio ao fim, como nunca curtiste antes, até ao próximo concerto que te fizer curtir ainda mais.
sabes bem que essa é a verdadeira forma de sair com um sorriso rasgado do meio da corja, pelos braços daqueles que sem perceberes bem como, acabam por estar sempre onde tu precisas na hora de seres feliz.

quinta-feira, junho 23, 2011

Fura-me as fintas parte 3

2ª temporada de Fura-Vidas é altamente recomendável acompanhada de pastilha elástica. excepto quando o Vítor Espadinha puxar do microfone. algumas das tiradas mais emblemáticas:

"Eu também senti muito a falta do meu pai quando ele se pirou de casa. Ainda andei ali uns bons 15 minutos desorientado até me habituar."

"- Isso por lei não é permitido Joca, é «incenso». Se tu te casasses com ela, eu passava a ser teu sogro.
- Oh, que merda...
- A tua sogra passava a ser tua tia, tu ficavas primo em 2º grau da tua mulher, e o avô sabe Deus o que seria... Fada madrinha!"

"Se ele (cão) te morder, não lhe grites, que ele fica nervoso"

"- Basta-me olhar po focinho daquele vocalista o "Anibál Canibal" para topar logo o género...
- Que é que tem o Aníbal? E além disso, Canibal é só uma alcunha.
- Bastou arrancar a orelha dum tipo à dentada para o marcarem logo com uma alcunha dessas. Coitadinho...
- Não foi só a orelha..."

"Isto é bestial. Eu a pensar que vinha ouvir uns saloios suburbanos quaisqueres a suarem como gatos a serem esfolados vivos sem anestesia, e afinal vocês são muita bons"

"A semana passada, quando estávamos a decidir quem ia ás compras, tu disseste que a mãe mesmo antes de morrer tinha dito «Quim, manda o Joca ao talho.»"

"Aquela mulher pode ter a barriga cheia de gente. Ainda somos expulsos do apartamento por dirigir um infantário."

"- Esquece Graciete, esquece! O bebé é castanho!
- O King também é.
- Pois é! Mas só ladra, não me chama pai!"

"- Um homem espectacular (o avô). Foi ele que tomou conta de mim quando a minha mãe se foi...
- Então e o teu pai?
- Morreu uns anos antes de eu ter nascido..."

super massivo solar buraco



eles dizem que crianças tratadas como adultos não passam a barreira dos 3 anos. continuando a confundir pessoas com objectos, incapazes de alimentar respeito. e assim proliferam toda a sorte de delinquentes e inadaptados. fiz o meu exercício de reflexão durante o banho: joelhos esfolados, dedos cheios de feridas, ombros a descascar do escaldão que a minha mãe não pôde prevenir com protector, unhas por cortar, remédios por tomar. ganho coragem de olhar para o espelho e lhe perguntar, afinal, qual é a minha idade. a barba e as olheiras não enganam e chutam para os 23. resmungo, à waddington, que já me deram bem menos. vou procurar um outro cubículo sem fim para converter em castelo, fortaleza ou nave espacial, e vamos ver quem é que é o adulto desta história.

"Hang my head, drown my fear
Till you all just disappear."

quarta-feira, junho 22, 2011

life gave us a poker shot

"I can settle down
And be doing just fine
Till I hear an old freight
Going down the line

Then I hurry straight
Home and pack
And if I didn’t go
I believe I’d blow my stack

I love you baby
But you must understand
When the Lord made me
He made a ramblin' man."

TONTO



"tens-me pela garganta!"
tonto, maluco, comido, fodido dos cornos
tens um problema em armar a puta
di-lo, di-lo, vá, aprochega-te e berra lá
"vai pa puta que te pariu!"
nós os dois vamos fazer essa merda, testa com testa
antes de recuarmos tensos, sem voltar costas
e afastarmo-nos de punhos cerrados

domingo, junho 19, 2011

quarta-feira, junho 15, 2011

FOCUS DAMN IT!



Post Scriptum: a banda sonora do rooney sem-abrigo

I Should Have Known



"I should have known, that it would end this way
I should have known, there was no other way
Didn't hear your warning
Damn, my heart gone there

I should have known, look at the shape you're in
I should have known, but I don't write in
One thing is for certain,
As I'm standing here,
I should have known

Lay your hands in mine
Heal me one last time
Though I cannot forgive you yet
No I cannot forgive you yet
To leave my heart intact."

terça-feira, junho 14, 2011

há cigarros que gostávamos que nunca terminassem. como se aquele vício fosse uma escapatória, ou até uma cura. julgamos que por aguentar muito tempo sem ele o superamos, e até fazemos orelhas moucas à traça que nos corrói e amolece. mas ele está lá. não importa o quanto nos julguemos melhor do que ele. e quando, por fim, sucumbimos a dar azo ao vício, porque, afinal, até há especialistas que dizem que não são três cigarros por dia que matam uma pessoa, começamos por perceber a inutilidade de lhe dar seguimento: éramos de facto, muito melhores sem esta morte portátil a prestações. só que no fim, com a última passa, chega a verdade. o hálito manhoso. o fumo na traqueia. a dificuldade em respirar. o cancro, por outras palavras. e aí renasce a culpa. e o ódio ao cigarro que não tem culpa nenhuma. e às mãos dilaceradas que o levaram à boca. gostávamos tanto que este cigarro nunca terminasse. para poder guardar para sempre aquele limbo que separa a nossa superação orgulhosa, deste estado vegetativo que não é mais que uma derrota com todas as letras.
e será sempre assim. sempre que puxarmos desse cigarro.

I'm Jim Morrison, I'm Dead

"padece de imbecilidade".
"obrigado pelo óbvio, cretino"
mas eu tinha de dar a mão à palmatória: viciado em imbecilidade desde o primeiro dia em que articulei palavras, não haveria outro desfecho para mim que não o presente: uma morte lenta e cancerosa, afogada em imbecilidade. impregnado de dores coluna acima, a impedir-me de concretizar as mais elementares tarefas biológicas sem umas guinadas valentes. os membros, então, há muito que deixaram de me obedecer. tremem, tremem, ao ponto de um raquítico osteoporoso com parkinson parecer o usain bolt, à minha beira. só a língua funciona às mil maravilhas: não sei porquê estas maleitas têm o irónico e cruel condão de manter operacional a causa da nossa desgraça. não que eu tenha ao dispor o arsenal de léxico necessário para insultar este mundo e o outro, conforme bem merecem, porque a doença já se alojou na garganta e os impropérios, de tão gaguejados já parecem soluços de choro. tentei pôr um ponto final nesta história, a sério que tentei! gemi, gani, vociferei, calei, recalquei, maldisse, bendisse, fiz o diabo a sete e nada. continuava tão imbecil como na hora do meu parto. e se me venho safando a ouvir um 'bem te avisei', pelo reiterar do vício, Deus, como eu odeio, quando não me livro do maldito 'tentar não chega, é preciso fazer'. como é que no caralho deste mundo um imbecil deixa de o ser?
por isso é que eu vou acabar este texto agora.

Post Scriptum: já se antevia o final desde a primeira frase.

segunda-feira, junho 13, 2011

fuckin wild



"You know I've seen a lot of what the world can do
And it's breakin' my heart in two
Because I never wanna see you a sad girl
Don't be a bad girl
But if you wanna leave, take good care
I hope you make a lot of nice friends out there
But just remember there's a lot of bad and beware"

Further On Up The Road



"Now I been out in the desert just doin' my time,
Searchin' through the dust, lookin' for a sign.
If there's a light up ahead, well, brother I don't know.
But I got this fever burnin' in my soul."

sábado, junho 11, 2011

da "garra indomável" e outras considerações

Não serei propriamente o típico homem do interior (uma vez que para todos os efeitos a minha cidade natal é no distrito do Porto, a meros 30 km do mar), no entanto, julgo-me mais ou menos capaz de compreender a realidade de um, bem como à "garra indomável" que Cavaco Silva recordou. Cavaco tornou-se muito revivalista: relembra o mar, a agricultura, o interior, tudo pastas cujo estado actual de coisas devem ao seu cunho. A desertificação do interior (a par da reciclagem, defesa do ambiente e outras baboseiras que tais) é algo com que sou confrontado desde os bancos de escola. Como tal, algo com que fui solidário desde que me lembro. Sempre julguei que não houvesse grandes discórdias quanto aquele tópico, por ser facilmente comprovável, no entanto, existe um snobismo latente que impossibilita que se ataque as causas do problema. Diz-se: o interior é bonito e as pessoas do interior são lutadoras; ao mesmo tempo desdenha-se que o interior é aldeia, e as pessoas do interior são incultas. Vá se lá saber porquê, o país cultivou uma admiração muito parola pelo seu interior, só apreciando a sua beleza pelo carácter de postal turístico, pelo potencial fotogénico para telenovela. No fundo o interior, e as suas gentes são tão bonitos, quanto um leão no jardim zoológico. Chegamos a uma altura em que já vemos de tudo: hotéis de 5 estrelas no Douro vinhateiro para aumentar a oferta de turismo, gente que menospreza tudo quanto ao interior diz respeito a avançar com teoremas para a sua preservação. Mas tudo isto é válido, ainda assim. O que na minha opinião urge combater é este sentimento de que o interior serve para agricultura, que as suas gentes são uma cambada de lavradores iletrados, que só merecem a nossa atenção por serem coitadinhos ou não saberem cuidar deles próprios. Porque isso é um erro tremendo. Mais ou menos simples, mais ou menos letrados, mais ou menos genuínos, mais ou menos íntegras as pessoas do interior não são extraterrestres, tão pouco débeis mentais, e descobrem um caminho, uma forma de sobreviverem ao esquecimento que lhes devotam. Como ao longo do século XX o fizeram para fora deste rectângulo maldito. Ninguém espera que num país onde a chica-espertice ainda recebe mais louvores que o esforço se perceba a importância de lutar por uma parte do país que há décadas (mais até?) está esquecida. Agora, dispensam-se discursos de coitadinho: o que as pessoas do interior não querem é que as continuem a tratar como portugueses de segunda. Talvez quando este ponto ficar assente, se possa começar a tratar de forma igual o que é igual e de forma diferente o que é diferente sem falsos paternalismos

quinta-feira, junho 09, 2011

quarta-feira, junho 08, 2011

Micah

"this is not about you, this is not about..."

a coisa faz-se com dois paus. dois paus e uma bola vazia. pendura a t-shirt numa dessas cadeiras: moço, nem imaginas o que esta merda vai fazer dos teus poros.
trata de correr e não vires as costas à luta, porque eu sou um filho da puta e não tenho qualquer problema em te dar uma marretada, porque sou um desleixado e não meço a força do meu swing. e este jogo é musculado. concebido para nos deixar de rastos.
vamos fazer isto, um após um, mano após mano, noite adentro, ás tantas com os copos, e ainda assim manter a cabeça, suada, fria, para não arrancarmos os olhos um do outro.
a água não nos mata a sede, nem o cansaço nos abate o ânimo. nestes minutos fomos feitos para a arma castanha que carregamos.
Sentido? Objectivo? cair redondo na cama, de sorriso na cara, porque cumprimos o nosso dever, que não existia antes de nos termos lembrado desta parvoíce, e que a História jamais esquecerá, porque quem venceu ou perdeu já ninguém se lembrará.


terça-feira, junho 07, 2011

Hate



"half of it is innocent
the other half is wise
the whole damn thing makes no sense
I wish I could tell you a lie
hey, come here
let me whisper in your ear:

I hate myself and I want to die."

Fura-me as fintas parte 2

Como a coladela em Fura-Vidas continuou, eis mais algumas pérolas da 1ª temporada:

"Vá lá, Joca. Divertiste-te um bocado. Bebeste uns copos valentes. Praticaste um bom 'toma-toma', dá-me-dá-me'. Ponto final. O que é tu querias mais?"

"Já teve todas as doenças possíveis e imaginárias. Desde tuberculose galopante até febre de sábado à noite. Um dia estava a fazer os trabalhos de casa, perguntei-lhe o que era um metro cúbico. Ele não sabia, mas não foi trabalhar durante uma semana com a desculpa que tinha apanhado essa doença!"

"Bestial. Mal posso esperar para preencher o meu novo B.I. Nome da mãe: Mariana Fintas. Nome do pai: Secção de Metais da Orquestra do Maxime."

"Só lhe pedi para pôr o vinho tinto a chambriar e o sorvete no congelador. Mas o avô tinha que trocar tudo! Às nove horas da noite o que é que eu tinha para oferecer à rapariga? Uma papa de morango cozida e um chupa-chupa em forma de vinho tinto."

"- O meu velhote não quer nada comigo...
- Se calhar ainda não te perdoou aquela vez que o prendeste."

"- Ainda no mês passado um polícia veio cá entregar um cão que tinha desaparecido ao Gaitas do Quiosque, e foi praí um reboliço do caraças.
- Quê? O Gaitas foi-se ao bófia?
- Qual quê? Foi-se, mas foi ao cão. Mordeu-o todo! Ficou lixado por andar com más companhias."

"- Eu não posso começar a reunião sem o vice-presidente na mesa. É o que está aqui nos estatutos.
- Então, e vai demorar muito?
- Eih! vamos ter de esperar uma eternidade. Ele morreu faz 15 dias."

"A cigarreira do meu avô. Levava-a sempre com ele quando esteve em África. Isso que tens aí na mão é um pedaço da História. Não é como essas palas do Camões que o Quim anda a impingir aos turistas.
- E o que é esta mossa aqui?
- Essa mossa também tem uma história... Uma noite, o meu avô estava de sentinela. Ali! No meio do mato... sozinho... E, de repente, apareceu um atirador! Disparou direito ao coração, mas ele tinha a cigarreira no bolso e a bala acertou na cigarreira!
- Eishh! Salvou-lhe a vida!
- Não. A bala fez ricochete, subiu-lhe pelo nariz e estourou-lhe os miolos."

"Na vida como nas antiguidades, não é Pilar? Cada um por si."

"- É verdade, ó Quim, lembras-te daquele casaco que vendeste ao meu pai? Faz-lhe uma marreca nas costas...
- É natural. Pele de camelo genuína!"

"- A Virgem. É o que eles chamam a pessoas como eu... As paredes vão sussurrar: «virgeeeeem... oh virgeeeeem». Eles vão fazer esperas no duche. Eu vou ter lâminas no sabonete e bocados de vidro na cama.
- Mais tarde ou mais cedo acabas por te adaptar, Joca..."

"- Então porque é que tu disseste que eu ia apanhar dez anos de prisão, e que já me chamavam o tarado de Sapadores, e que havia um grupo de moradores pronto para me lincharem?
- Tava a reinar!"

segunda-feira, junho 06, 2011

Love

"Love with my will
Love just what I can
Blood, it's all there is
In times of trial and loneliness
Too dark for finding my ground
And trees shiver and sway
If you ever seen something go down
To keep in mind all of your days
Lord you know where I been
And you know why I came
Look, I'm all done in
Pray don't send me back again
Tell her I wanted to say goodbye
Before the light was dead and gone
Tell her I didn't want to lie
Left here well enough alone
Lord you know where I been
And only you know why I came
Blood, it's all there is
Pray don't send me back again
If I stayed away too long
Many times I lost my way
If you ever been skeleton low
If you ever heard somebody say
Baby, baby
Don't you know about love."

A Broken Promise



"(A promise is broken)

I can't take this any longer
I will die or become stronger"