sábado, junho 26, 2010

Porto

o porto é uma lição e a vida é uma saudade. cercaram-nos com rolhas da américo amorim e que remédio!, eu sucumbi. passaram-nos certidões de óbito, tantas, mas tantas vezes, e eu só dizia "sou guerreiro, sou guerreiro, não me matem que sou guerreiro e não fui talhado para morrer!". de que valeu? fotos bonitas para mostrar aos netos, pelas mãos das nossas viúvas. ficam todos mais felizes assim! então não é bom de ver? ficam todos mais felizes assim: mortos. o meu norte foi um desnorte, o deles foi uma vitória. porque o progresso não se combate!: gritavam eles do lado de lá da barricada. então matem-nos de vez. engonhar para manchar o nosso manchado nome mais tarde na praça pública com laivos de marquês? não somos os vossos távoras, meus cabrões. nós temos uma palavra a dizer. uma tão grave, tão grave que não vai interessar para nada nem a ninguém. é essa a palavra que esperam de nós o: rendo-me. o: não quero saber. o: quero que vocês se fodam. então qual é o caminho que a fortuna nos reservou para a vitória? não está este cerco perdido à partida? vencido por vós? eu deixei a minha casa ás moscas para vir combater esta batalha que não era minha! esta batalha que não me dizia nada!
fodam-se.
porque eu vou continuar a dizer "sou guerreiro."
"seja neste ou noutro século."

2 comentários:

M. Pompadour disse...

Isto faz-me lembrar a música I'm a survivor das Destiny's Child, mas não vou pôr aqui o link que já está ali uma da Whitney. :p

Street Fighting Man disse...

lol é! é anda tudo à volta do mesmo. temáticas de revoltados em reality shows :P