quarta-feira, setembro 11, 2013

rimas que não rimam com nada

a tiragem do imperial pasquim desbobinava, acelerado!, largas primeiras páginas A3. eu, estava recortado, impaciente contra o vento e o sol poente do fim do verão, à espera das notícias. o coração ansiava por um cigarro, mas a razão, a decrépita e rabugenta razão, aconselhava a meter as mãos nos bolsos, contar as moedas, e aguardar o tranformar do mundo todo, ou a sua viragem no sentido da minha inspiração. atrás de mim, uma audiência onde a razão se discutiria mas argumentaria o coração, tardava, não se realizaria, eu já sabia. ficaria tudo na mesma, como até aí, adiado. as máquinas da gráfica continuavam a desbobinar papel furiosamente. eu não tinha tabaco quando saíram as primeiras páginas e as primeiras páginas apenas, um pouco pelo país todo. os cabeçalhos, as parangonas vinham em branco.


"Ser livre não é ser feliz. Ser livre é não deixar morrer o espírito."

- Miguel Guilherme, sobre Bocage

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