quarta-feira, maio 25, 2016

reiki

never go fully mcnulty: nunca vires um completo mcnulty. o bom velho jimmy é o melhor de nós na pior versão possível. torna-se um fardo insustentável a menos que sejas um ser excepcional. excepcionalmente cínico, egoísta, cobarde, maquinal. para suportar a culpa e armar esquemas que se sustentem quando os deixares para ires à tua  vida fazer o que te dá na veneta, seja beber um fino ou foder uma gaja. o reiki ajuda-te a perceber esse tipo de merdas. que estás de carro numa longa estrada para nenhures, para a ruína, para outro país ou só para o trabalho, mas escura como o bréu. do género daquelas que preferes fazer numa noite sem lua, com uns copos de cerveja e whisky em cima, apanhares a tua consciência, de surpresa, no meio caminho e atropelá-la, como quem atropela um gato: vê-la a sair da estrada, e a subir o muro, mas sabes que está morta, e parares o carro não a vai recuperar. afinal, tu nem sabias que a tinhas até lhe passares por cima. quando a noite acaba, sobras tu, apenas um puro cretino, cansado e alcoolizado, que passou a noite toda acordado a fazer, o melhor que sabe, o que julga saber ser o correcto. mas, mesmo quando estiveres a ceder ao sono, com o horizonte escuro a começar a raiar nos montes, vais-te lembrar que dentro de ti há uma pulsão negra,  que vai ter sempre a ter a última palavra.

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