segunda-feira, julho 11, 2016

Uma alegria que não é deste mundo


Que longo caminho desde 2004, na final de todos os sonhos desfeitos. Ainda assim, com jogadores de coração endurecido, de carregadores de piano, cínicos pragmáticos e realistas, unidos em irmandade para o melhor e para o pior, a Selecção surpreendeu. Como em qualquer conto de fadas, depois dos percalços menores (meros tutoriais) ultrapassados a ferros, e com o príncipe encantado fora de combate, os heróis apareceram quando menos se esperava frente à apocalíptica besta negra que nos devora e humilha à 40 anos. Quão irónico e delicioso foi este volte-face quando o coração de todos tremeu com aquela entrada do Payet, e todos achávamos que íamos levar 4 ou 5. Eu achei que íamos levar 4 ou 5. Mas ser a equipa dos empates deu jeito. Aguentou o barco para o patinho feio se lançar num canto do cisne final sobre o monstro.
Que bem que nos fica esta redenção depois de tanto sofrimento e tanta frustração acumulada ao longo dos anos.
Que bem que nos fica esta alegria que não é deste mundo.

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