domingo, fevereiro 21, 2021

hatred machine

 Na passagem da juventude para a vida adulta temos, não poucas vezes, de recalcular energias que gastamos com determinadas causas, revoltas, desgostos. Deixamos de esperar, e de fazer para, que aconteçam coisas más a quem nos faz mal. Aprendemos a reconciliar-nos com inevitáveis momentos tristes da vida, que superaremos, com maior ou menor dificuldade, sem entrar numa espiral tóxica, vingativa e de recriminação. 

Porém...

Cismas são piores que doenças. E há pessoas que podemos derrotar no próprio jogo. Ou, para ser mais exacto, no próprio desporto. Até podemos fazer isso sem dar a outra face, ou flanco. Se o Michael Jordan podia criar inimizades imaginárias para ser o melhor de sempre, porque não posso eu recorrer às minhas inimizades reais para ser melhor do que pessoas sem carácter? Ver o "The Last Dance" reconciliou-me muito com os meus demónios. Agora sei que posso competir com eles, em vez de conviver com eles até os esquecer. Que até gente com muita mais auto-estima do que eu o faz, e se dá muito bem com isso.

No final, para me superar tive de largar o vício do fumo que me atormentava há uma década (pelo menos, por agora). Ou seja, o ódio fez-me agarrar à vida. É, mesmo caso para dizer, "o que não mata, torna-te mais forte".

E essa merda é a verdadeira vitória.

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