os lobos uivaram há muito tempo. os fetos esqueceram-se do pau que os vergastava na mão de uma criança sem tempo. os eucalitpos caídos até à porta da quinta, foram o presságio do efémero de tudo.
depois, veio a mudança. a morte dos avós. o fim do monte, mais casa que a própria casa, chegou.
se calhar nunca esteve a salvo do futuro. a quinta tornou-se um lugar. que se tornou uma aldeia, à qual a cidade se estendeu timidamente. boas notícias, sem dúvida para quem precisa de terra e dos seus frutos para comer. de um centro de dia para sua velhice.
as silvas teriam sempre de ser sacrificadas no altar da especulação imobiliária. para dar lugar à ganância dos prémios trimestrais aos agentes facilitadores de obtenção da cidadania nacional.
mas o monte existia para ser eterno. mesmo às portas da urbe e cerceado pela auto-estrada, o monte existia para ser de todos. e não esquecido, como o passado.
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