quarta-feira, fevereiro 07, 2007

The New Beat

Cada vez acredito mais, que está na hora de nos tornarmos aquilo que nascemos para ser.
Porquê?
Teremos mesmo de estar sempre a questionar tudo? Tudo? E mais alguma coisa? E a resposta é: sim.
Cada vez acredito mais que cada um tem mais do que algo para dar. Todos e cada um temos algo a dizer, algo a perguntar. Afirmar. O aqui e o agora. Porque ali e depois, já poderão ser tarde demais. Por isso eu digo: é esta a hora.
A hora de finalmente percebermos que o 1+1=3
Que o todo foi feito para ser maior que a soma das partes. O uno não existe. O dual é uma merda. Nós nascemos para sermos algo mais do que aquilo que somos. Nós nascemos para ser vida e para ser Deus.
Fartei-me da vida. Farto-me dela a cada dia, e farto-me da puta desta máscara. A minha liberdade termina onde acaba a dos outros, é certo. Mas e se a minha liberdade, for a dos outros, e se também eles, ao invés de se protegerem nas suas convenções e nos seus limites e nas suas invenções racionalmente elaboradas para que os sentimentalistas não os atrapalhem nos seus planos de vida, tragicamente elaborados, ao longo dessa vida inteira, deixarem ser-se aquilo que nasceram para ser? E se também eles não baixarem os braços e só levantarem a voz para gritar, e nunca jamais para oprimir?
Resumindo: se nós não nos auto-limitarmos, como poderemos limitar os outros?
E se toda esta nossa vida, fosse apenas uma caminhada para este momento que agora termina?
E se toda esta vida não passasse de uma arma para disparar flores ao céu e cair chuva que nem água benta a baptizar-nos todos?
E se tudo isto fossemos nós?
E se a vida não acabasse porque ninguém quer que ela acabe?
E se a revolução não fosse feita de armas, mas de gritos, de alma combatente?
Acredito na violência. Na verdade, acredito que a violência é o único caminho, para ser eu e sermos nós em plenitude. E pensar nos outros. Nunca esquecer os outros. Não ignorar ou querer ignorar o gajo que é diferente. Fazer de conta que não vimos a gaja boa a atravessar a rua. Arrebitar só nariz quando vemos o político a mentir, uma e outra vez. Prosseguir caminho quando um senhor da guerra voltou a matar crianças como quem mata formigas que tiveram o azar de organizar a sua existência para aquele momento que as conduziu invariavelmente para debaixo do seu pé.
Eu sou eu e as minhas atenuantes. Vocês são vocês e o resto. E nós somos o todo e o todo que há de vir. Em nós está presentemente a chave da felicidade, da desordem, da criação, da poesia, da lei, da arte, do nada, do quase tudo, da electrónica, da física, da química, da biologia, porque tudo isso e muito mais nunca conheceu outros que não nós. NÓS. E a glória antiga e a glória que há-de ser e que há-de voltar a nós.
O guarda-chuva só é liberdade enquanto formos nós a carregá-lo. É que 2 ainda vá que não vá, mas 3 debaixo do mesmo chuço, já é fruta a mais. Que custa afinal abri-lo, ainda que com o seu custo miserável, e uma estúpida porção do nosso estúpido tempo perdido, se podemos, na pior das hipóteses ser felizes? Por nós, e por mais ninguém. Mas sê-lo com alguém. Viver para aquele momento em que dá AQUELA música. Para AQUELA mosh no SBSR. Para AQUELA desmarcação num ringue manhoso, numa qualquer Primavera. Para AQUELA molha que quase nos matou, enquanto corríamos. Para AQUELE mergulho em plenas águas geladas da Amorosa. Para aquela miúda de quem gostamos, e que tanto gostávamos que nos desse mais que um olhar, mas que basta que um olhar nos dê para o filho da puta do dia estar ganho.
E AQUILO que eu chamo de “AQUELES” não são senão o ISTO, o AQUI e o AGORA.

Será tão difícil perceber que isto somos nós e o resto que fizemos, acontecemos e quisemos que assim fosse?
Porque eu quero ser o tudo. Quero ser o nada e mais ainda. Quero ser o Demónio Azul. Quero ser Der Blaue Reiter. Quero ser Nefasto. Ser O Mais Infame Arauto da Loucura. Ser Adamastor. Ser o Alfa. E ser o Ómega. O Inicio e o Fim. O que foi e o que há-se ser. O Verbo e o Apocalipse. Um anjo e um poeta. Um arauto e um profeta. Vida e Morte conjugadas, como se mais do que um só se tratasse.

Foda-se!

E se eu posso ser isso tudo, porque caralho não podem vocês sê-lo também?



“this manifesto is very much for real”

“Tenho a certeza de que não achei o que procuras. Porque, se tu procuras, só tu podes achar.” – in “Aparição

“De onde vimos? Para onde vamos? – Podemos apenas responder – Vimos de onde vós não estais, vamos para onde vós não estiverdes.” – Eça de Queirós

“Porque haveria o artista de se julgar obrigado a submeter-se a um poder cuja força reside apenas no número?” – Nietzsche

“O Homem está condenado a ser livre” – Sartre

“Sinto todo o meu corpo deitado na realidade
Sei a verdade e sou feliz.” – Alberto Caeiro

[the new beat]

Um comentário:

TP * disse...

[“Sinto todo o meu corpo deitado na realidade
Sei a verdade e sou feliz.” – Alberto Caeiro ]

adoro caeiro, Pedro!! essa frase dele é excelente! gostei do teu post, bastante consciencioso! ;) bjinhooooo

FERIASSSSSSSSSSSSS ^^ :D