quinta-feira, dezembro 30, 2010

Quando o amor se torna veneno

"O bem, o mal, a vida, a morte, amor, veneno...

Acordei, lavei a cara e olhei-me ao espelho
O tempo parou, mas eu por fora estou mais velho
E por dentro respiro fundo, deixo-me ir ao fundo
Conto pelos dedos as noites que já não durmo
Diz-me porquê tens tanta raiva por dentro
Converterei o teu ódio no mais profundo sentimento
Levarei os teus olhos a visitarem o meu interior
Dar-te-ei tudo o que tenho, em troca do teu amor
O calor e o reconforto do teu corpo que aquece o meu
Que com os anos vai parecendo morto
E a inocência desvaneceu-se no bater dos ponteiros
do relógio
Pergunto-me a mim próprio
Guerra santa, fome tanta, religião profana
Não vês que o rumo da vida muda constantemente
Depende da opção tomada
Sê Homem e sofre as consequências dos teus actos
Ser-te-ão pagos na mesma moeda
Tudo aquilo que nos desejas terás o triplo dessa
merda
Seja amor ou seja inveja
Afogam-se mágoas em canecas de cerveja
Situação ridícula, a vida é uma película
E nós os actores principais
E quando alguém morre não há duplos, são mortes
reais
Nunca mais voltará a ser como era
A não ser os corações que continuarão a ser de
pedra
A não ser as pessoas que continuarão a ser
hipócritas
E quando nada tiveres todos te voltarão as costas
Mas na solidão encontrarás a consciência
Procura dentro de ti porque cada um vai por si

Quando o amor se torna veneno e a vida muda
Mas as impurezas purificam-se com chuva
São mágoas afogadas em águas passadas
Pessoas íntimas tornam-se inimigas
E o vento leva a memória das nossas vidas
Como folhas já castanhas, que o sol ilumina
As nossas almas, só mais uns dias
Dias quentes são noites frias.

Será que estás satisfeito com a vida que vives?
Olha para dentro um momento e quebra limites
Pessoas felizes voam como pássaros livres
Momentos alegres fazem esquecer cicatrizes
Das punhaladas nas costas daqueles de quem mais
gostas
Da língua perversa que faz de ti assunto de
conversa
Cuidado com a inveja e os efeitos nefastos
Sobre quem a venera e manifesta
Apresenta perdão ao teu irmão, de pomba branca na
mão
Esquece o ego, cego, que enlouquece
E quando um rude golpe na alma a fizer rebentar
Quando já não tiveres mais lágrimas para chorar
O Amor cura, nunca caduca, o ódio fere
Existe a justiça solene, que resiste numa folha
perene
Que não desiste, que persiste, enquanto não alcances
não descanses
Pois nada será como dantes
Depois de buscas incessantes levaremos avante
O nosso barco a bom porto
Com o nosso suor, com o nosso sangue, o nosso povo
sairá triunfante
Não existe diferença entre carvão e diamante
Tudo aparece no tempo certo, Deus nunca esquece o
seu projecto
Sempre dará alimento, o universo conspira se for bom
o investimento

Se o fim for altruísta a meta estará à vista, quem
não arrisca, não petisca
Agora o egoísta que desista, nem insista à nossa vista
Se o fim se justificar o meio vai-se proporcionar
Pode demorar, pode desvanecer, mas nunca vai morrer
Nunca digas nunca, pois quando sem dificuldade se
vence sem prazer se triunfa
Percebes?! É simples: faz as tuas preces, pedes e
verás que recebes
Mas com calma, porque uma vez não são vezes
Não dês com a língua nos dentes antes de fazeres o
que queres
Gastas energia com palavras e é só nos actos que
perdes

As impurezas purificam-se com chuva
São mágoas afogadas em águas passadas
Pessoas íntimas tornam-se inimigas
E o vento leva a memória das nossas vidas
Como folhas já castanhas, que o sol ilumina
As nossas almas, só mais uns dias
Dias quentes são noites frias

Amor, veneno, um sentimento extremo
O maior pesadelo é acordar todos os dias como se
fosse o mesmo
O medo faz-nos perder o horizonte dos nossos sonhos
Imbuído na dor tens de encontrar
Algo que verdadeiramente possas amar
Talvez um ritmo, talvez uma flor, talvez um filho
Talvez um sítio, uma sinfonia de violinos ou
simplesmente o brilho da lua no rio
Envenenado, sai purificado da montanha
A brilhar como o azevinho, como o orvalho da
madrugada
Sentimentos puros que se soltam
Como as últimas folhas de Outono levadas pelo vento
Mas elas voltam para te fazer brilhar na aurora da
história
Porque como cristais, os cisnes ainda permanecem
imaculados nos lábios da memória
Então aprendi, vivi o dia como se fosse o último
Senti a chuva como se fosse a última
Beijei a mulher como se fosse a única
O sofrimento numa guitarra, em dedilhado o nosso
fado
Faz chorar as pedras da calçada
A caminho de casa, um sentimento triste invade as
nossas almas

Pela falsidade envenenadas
Mas a verdade esconde-se por detrás das máscaras
A verdade esconde-se por trás das músicas
A verdade esconde-se por trás das túnicas
Que cobrem a face de belas escravas asiáticas
A beleza de poesias leva-te às falésias místicas
Onde o brilho do Atlântico revela as vistas
paradisíacas
E onde o espírito da luz se move sobre a face das
águas límpidas
Respiro sons profundos
Envolvidos por bolhas de ar que libertadas de seres
aquáticos
Elas sobem à tona e emergem enviadas dos mais
complexos aquários
E nós não contemplamos, todos esperamos
Pelo dia em que a terra prometida vem
Pelo dia em que a paz vem
Mas isso é algo que vem todos os dias
Quando a lua nasce e quando o sol se põe

Quando o amor se torna veneno e a vida muda
Mas as impurezas purificam-se com chuva
São mágoas afogadas em águas passadas
Pessoas íntimas tornam-se inimigas
E o vento leva a memória das nossas vidas
Como folhas já castanhas, que o sol ilumina
As nossas almas, só mais uns dias
Dias quentes são noites frias

Real ou não real
Sentido e fatal, ao mesmo tempo
Amor, veneno, veneno, amor, veneno
É difícil ser lembrado mas é fácil ser esquecido
Amigo, inimigo, escondido o genocídio
O quinto elemento será a salvação das massas
Nas mãos erradas é uma faca com duas lâminas
Celibato mental contacto ou fenómeno psíquico
Mas a verdade é que ninguém sabe explicá-lo
Amor por vezes é comido pelo veneno
Onde um beijo se pode tornar no cunnilingus ou um
demónio
No Ódio, o homem esconde mil e uma facetas
Umas dentro de outras, como bonecas holandesas
Mau karma, confiança, amor, desconfiança
Sentimentos platónicos divididos como castas
O que separa o amor do medo
Violência debaixo do mesmo tecto sobre a barreira do
silêncio
Dedico estes versículos a todos filhos da puta sem
testículos
Que transformam lágrimas de mulheres em gritos
Quando o amor se torna veneno a vida muda
E a semente do ódio é regada pela chuva

O amor parte de nós
Temos que começar a reflectir naquilo que damos
A reflectir naquilo que tiramos
E o nosso sonho...
O nosso sonho somos nós que o fazemos
A cada hora que passa
A cada dia que passa
É algo que pode estar presente
Em nós, a cada momento
Guardamos ressentimentos e ódio no nosso coração
Mas até mudarmos por dentro
Toda a gente na tua vida
Toda a gente na nossa vida
Há-de ir e há-de vir como o vento

A princesa das neves mais brancas
Também cria as nuvens mais cinzentas
E é ela que cria as tempestades mais frias e
gélidas
Quando o amor se torna veneno
A vida muda.."


- Dealema

quarta-feira, dezembro 29, 2010

identifica-os e conhece-os

"Born with insight and a raised fist
A witness to the slit wrist, as we're
movin' into '92
Still in a room without a view
Ya got to know
Ya got to know
That when I say go, go, go
Amp up and amplify
Defy
I'm a brother with a furious mind
Action must be taken
We don't need the key
We'll break in

Something must be done
About vengeance, a badge and a gun
so rip the mic, rip the stage, rip the system
I was born to rage against 'em

Fist in ya face, in the place
And I'll drop the style clearly

KNOW YOUR ENEMY!"

- Rage Against The Machine

terça-feira, dezembro 28, 2010

cieiro

cieiro quando escolho o frio. cieiro quando existem toneladas de cidades entre nós. são gretadas as mãos que te escrevem.
cieiro quando a televisão se apaga e cieiro quando o cigarro se acende. há uma dor de garganta que o porto nunca amansa.
cieiro quando o céu arrefece com o poente laranja. cieiro na rua à hora da consoada. a cidade decretou silêncio.
cieiro quando retomamos. cieiro quando partimos. cieiro no coração que construímos.
cieiro quando voltamos
a despedir-nos.

segunda-feira, dezembro 27, 2010

quinta-feira, dezembro 23, 2010

don't panic. it's just christmas comin.

O Natal ainda me lembra cd's com álbuns pirateados de Coldplay, Red Hot, e mix's de Xutos e RATM. E da sensação de os ouvir no discman novo, só com o aquecedor por companhia.

quarta-feira, dezembro 22, 2010

Talvez o Keene Act ainda esteja para vir...

Ok. Eu sei que é politicamente correcto ser contra os dowloads ilegais ou contra a partilha gratuita de ficheiros. Que há um sem número de motivos racionais, económicos e sociais para os condenar, ao passo que, do lado oposto, existem argumentos mais, digamos, subversivos, e como tal, mais facilmente ignorados. Porém, eu sou adepto do "tanto quanto possível para o máximo de gente possível" e sempre achei criminosos os preços cobrados para alimentar uma cultura dita popular. Cultura, auto-assumida como indústria. Cultura renomeada como entretenimento. E se vivemos numa época dourada em que, como nunca antes, existe tanta gente a aceder a tanta oferta cultural, dependendo apenas da sua persistência, paciência e imaginação, óbvio que me dá um pequeno arrepio na espinha a possibilidade de ver esta época de partilha acabar afim de que homens muito, muito ricos, fiquem apenas muito ricos.
Quando a França aprovou uma lei que multa quem fizer dowloads de ficheiros partilhados na web, com a penalização de ficar ser acesso à web, tremi. Pensei (e, a bem dizer, ainda penso) que é uma questão de tempo até mais países europeus lhe seguirem o exemplo. (Um pequeno apontamento para a aironia desta medida ter sido lembrada na pátria das liberdades individuais). Porém, este revés em Espanha acho que aliviou um tanto a pressão do cerco. Já havia sido dado outros sinais, como a eleição de um deputado do Partido Pirata Sueco para o Parlamento Europeu.
Talvez o Keene Act ainda esteja para vir...

terça-feira, dezembro 21, 2010

Dr. Pôncio Monteiro

(1939- 2010)

Aos poucos, os guerreiros vão partindo. E a fibra em que foram forjados é difícil de encontrar nos dias de hoje. Infelizmente, aos lutadores de ontem sucedem os oportunistas do presente. Não há como não louvar quem, até ao último sopro de vida defendeu com unhas e dentes o clube do coração, um dos principais obreiros da sua metamorfose de clube regional para potência mundial. Dos primeiros a dar o peito às balas, e impiedoso na hora de contra-atacar.
A Nação Portista não esquecerá o Dr. Pôncio Monteiro.

quinta-feira, dezembro 16, 2010

O que mais me choca nesta aprovação, é ter sido feitapor "unanimidade". Como é possível que os nossos representantes no Parlamento, quanto a uma questão que está longe de ser compreendida e aceite pelo povo português (como sabemos, bem pelo contrário), consegue reunir "unanimidade"? Gente que não tem o mínimo de pudor em se insultar a alto e bom som e em directo, no exercício das suas mais altas funções, dentro de um órgão de soberania? Honestamente, PAGAVA para ver os rascunhos e documentos pessoais dos deputados. Porque os seus acessores, cristos, terão de escrever pelo acordo ortográfica, que não têm outra opção, agora gostava de ver quem é que, desta gente que aprova acordos assassinos da língua e ortografia portuguesas por "unanimidade", o aplica, igualmente, por unanimidade. E já agora, com pronúncia dos trópicos, devidamente acomodada à ortografia.

http://http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Nacional/Interior.aspx?content_id=1735799

quarta-feira, dezembro 15, 2010

"Whatsoever I've feared
Has come to life
And whatsoever I've fought off
Became my life

Just when everyday
Seemed to greet me with a smile
Sunspots have faded
And now I'm doing time
Now I'm doing time

'Cause I fell on black days
I fell on black days."


seria bem mais difícil se pensar não fosse tão fácil. porque pensar é imediato.e custa menos do que, supõe o senso comum, pensar duas vezes. pensar duas vezes custa um pouco mais, ainda assim pouco. sendo que pensar é concebível e racionalizar possível, não é tão difícil ver, quanto o poderia ser, estes dias negros cujo lastro derramamos, qual lágrimas, pelo oceano fora. não é difícil, de todo, ver que a aportar é um verdadeiro novo dia.

sábado, dezembro 11, 2010

Contra-Informação


(29/4/1996 - 10/12/2010?)

E se salvássemos aqueles que "impunemente" gozaram com a classe política, futebolística, e restantes personas ou personalidades deste nosso cantinho, durante mais de 14 anos?

terça-feira, dezembro 07, 2010

burnt alive




"Do you remember 1968?
Too dumb to worry but old enough to hate
It and hide.
A death to remember, photos came out grey.
Finger printed bruises or finger painted face.
When and why
Did you drop the bomb on the back of her head?

Ride on, be ready! Be ready! Be ready! Be ready!
I ride you! I ride you! I ride you! I ride you!
Burnt alive... so burnt alive.

Still, there's reason to apologise
for my thoughts,
and who made me feel sorry too?
You made me admit.
Still, there's reason to apologise
It's all my fault.
and who made me feel sorry too?
You made me admit."


- Rocket From The Crypt

sábado, dezembro 04, 2010

A abstinência moía-o, mas não era o que chateava. O que o chateava era aquela insubordinação escusada e absurda. Aquele estalo de mão aberta de quem não aguentaria um beliscão da realidade. Então, ele optava fazer horas. Queimar o tempo como se um cigarro batoteiro lhe tivesse escorregado da manga e se acendesse. Fazer de conta que não vinha ao caso aquele teatro (porque não tenhamos dúvidas, era um teatro) exibir o eterno clássico "Sou bem melhor do que tu" mesmo a dois dedos do seu nariz. Enquanto, hercúleamente, delineava objectivos mundanos para atingir no curto prazo, dizia a si próprio que aquele espalhafato só lhe merecia desprezo, e não uma raiva sem nome.

quinta-feira, dezembro 02, 2010

eleito. durante anos acumularam expectativas sobre este jogo. aquele em que serias o homem. do jogo. o que puxa por nós todos e arrasta para o golo. encabeçando o grito de revolta colectiva que nos moía a alma e só podia ganhar corpo na voz de um homem assim. durante anos esperamos. ele alega que nos salvou e nós nem demos por isso. deixamo-lo com a sua bebedeira surda e trivialidades políticas. fechamos a gravata, encolhemos ombros e ignoramos aquela (outra) desilusão, erro defensivo que ditou a nossa derrota.