quarta-feira, abril 13, 2011

Pólos Opostos



"Já me senti mais perto, mas já estive mais longe
Eu fui um jovem ontem, e sou um homem hoje
O tempo era lento, agora passa a correr
Já vivi nesse sonho, agora tento não adormecer

Antes viver na luz, que morrer à sombra
Antes pacificar do que ajudar a armar a bomba
Tu sê mais criativo do que competitivo
Isso é imperativo, isto é só um aperitivo
Para abrir o apetite das consciências mais famintas
Será que não vês a gravivade as armas com quais tu brincas?
Mano, nesse presente não existe qualquer futuro
Será que estás consciente do quanto isso te torna imaturo?
Encontrei um dia enquanto me perdia a medida que lia
Tudo aquilo que escrevia foi um momento de magia
Não chegaria até aqui sem decifrar os sinais
Teria ficado pelo caminho, pelo caminho que tu vais...


Para mim começava a noite onde nascia o dia
O sol não espreitava, quase sempre chovia
Sempre fui um sonhador no bairro do pesadelo
Uns tentavam calá-lo, eu tentava dizê-lo
A pulmões abertos, lábios cozidos, fechados
O silêncio dos inocentes a gritos estridentes culpados
Sou uma moeda com a mesma face em ambos os lados
Sou a calma da vitória e a fúria dos fracassados
Em trajectória descendente mas em constante ascenção
Em modo permanente frente aos que raramente lá vão
Eu subo e desço o degrau, sem mudar de direcção
A escrita precisava de vir e eu dei-lhe o meu coração
Eu dei-te a minha atenção e num momento de distracção
Não percebeste que era real e não uma mera ilusão

O que é bom acaba rápido, o que é mau permanece
essa lição o aluno jamais esquece...

Sei bem quanto custa nada é gratuito
Coração quente, por vezes frio como o granito

Eu fiz alguns amigos, ganhei alguns inimigos
Mas a maioria não não me conhece, são os desconhecidos
Somos comprometidos com a desconfiança
Pela conversa de adultos na boca de uma criança

Sou uma mente forte embutida num corpo fraco
Piloto sem avião, marinheiro sem barco
Um momento esquecido de um dia para sempre recordado
Sou o trabalho de fundo por vezes sub-valorizado
Não vou fazer juízos, prefiro ser advogado
Daquele que inocentemente por todos é condenado

Minha riqueza espiritual, paga contribuição fiscal
Para sempre é livre como um escravo do poder estatal
Sou um comum mortal, o erro da virtude
Aquele que morreu de sede frente à fonte da juventude..."

Nenhum comentário: