terça-feira, outubro 04, 2011

O fim de um parto difícil.


A vontade de dar um corpo físico a alguns dos meus escritos já era antiga. Acho que qualquer pessoa que goste de escrever, e faça gosto em escrever, tem sempre uma certa ânsia, sonho ou desejo de um dia publicar o que tanto lhe custou ou emocionou a escrever. Há cerca de três anos, por esta altura, julguei ter material "poético" suficiente para me aventurar a fazer um "livro", e resolvi tentar. E conceber um livro é um parto difícil: será sempre o nosso menino, mas ninguém quer dar à luz um enjeitado. Assim, de à 3 anos a esta parte venho fazendo o resumo do percurso dos anos anteriores a partir do que escrevi. Tentar retirar o sumo, descobrir um encadeamento qualquer, o mais lógico ou o possível. Ao mesmo tempo, fui lapidando e revendo o que escrevi, o que pode igualmente ser doloroso. Olhar, olhos nos olhos, relatos de emoções há muito enterradas é um pouco como reencontrar retratos de gente querida que partiu, há muito tempo. Nesses avanços e recuos, o "livro" e os "poemas" foram ficando, apesar das indecisões, das faltas de motivação e de tempo. Até que, num raide da vontade, ele nasceu. Não muito bem programado, é certo, um tanto nado velho até, pois se os "trabalhos de revisão", chamemos-lhe assim, começaram em meados de 2008, a verdade é que o rasto dos "poemas" se perde pelo passado (salvo erro o mais antigo foi escrito em 2001). O ter ficado a marinar todo este tempo confere-lhe um estatuto, não de dever cumprido, mas de dever arrumado. Não se trata de uma história de vida, tão pouco uma experiência ou epifania. É apenas um conjunto de "poemas", escritos por mim, que juntos me pareceram ter algo para contar, porque enquanto retalhos de emoções, situações, histórias, de uma juventude entre o revoltada e o sofrida, entre o êxtase e a solidão, entre uma escola e uma faculdade, entre Penafiel e o Porto, revelaram-se a prova última da circularidade das quedas e das ascensões dessa mesma juventude. Não correspondendo com precisão à minha história, julgo que podia ser a história de qualquer pessoa. Por isso não tem nome, mas só um X.
Espero que possa ser do agrado de quem ler, ou, pelo menos, que possa suscitar alguma reflexão: qualquer uma dessas e esta publicação já seria uma vitória.

O link para quem estiver interessado em encomendar o livro, ou fazer o download em .pdf é o seguinte: http://www.bubok.pt/livros/4580/quotXquot
A quem este sistema on-line de encomenda suscitar alguma desconfiança, asseguro desde já, que encomendei um exemplar-teste, e o mesmo chegou-me às mãos cerca de uma semana depois.

5 comentários:

M. Pompadour disse...

:) Parabéns!

Street Fighting Man disse...

Obrigado :)

Francisco disse...

Muitos parabéns. Gostei muito, muito deste post. Tá com uma força, caraças! Até tremi! (estava a ouvir o Carlos Paredes, o que também ajudou)

Quando tiver tempo para ler o livro com propriedade, comunico. De resto, já por várias vezes comentei aqui no teu blog:)

Um grande abraço,

D. disse...

Boa! :)

Street Fighting Man disse...

Obrigado Francisco e Daniela :)
O registo do livro foge um bocado ao que se calhar te habituaste no blog, mas dá uma chekada pra ver se curtes ;)