sexta-feira, dezembro 17, 2021

de férias num sítio onde nunca é agosto

Encontrámo-nos na Boavista? Por detrás dos prédios. Onde já houve uma Arena. Ou no Brasília, que pulsou os anos 80 pelos seus corredores agora vazios. Na Boavista tudo é uma novidade que acabou. Onde é sempre dia de semana, há lugar para estacionar, e o céu é sempre triste. O Petúnia, fechado para o jogo ilegal mas ainda aberto para mercearia (falava-se que o Pinto da Costa e o Pedroto eram habituais; no jogo, não nas compras), permite uma meia de leite e uma meia torrada, na sua copa. Os outros meios estão algures nos cinzeiros por esvaziar da Casa Agrícola. Que, a propósito, é o pior sítio do mundo para se evocar agricultura ou para terminar namoros. Porque o Bom Sucesso não é sinónimo de bom sucesso, na verdade, e já que falamos dele, é até um pouco feio, e fora da escala. Como o novo mercado, só que na horizontal. Um exemplo acabado da falta de alcance do significado "cidade líquida". Espelho de uma cidade curta, que se estende preguiçosa, fracturada até ao mar. Com o qual só se relaciona de nome. E onde morre com a dignidade do cemitérios dos estrangeiros, há muito esquecidos pelos locais.


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