sexta-feira, dezembro 31, 2021

wolves in the throne room

 a arte ou imita a vida ou não imita merda nenhuma.

já a vida é uma conta de somar

de circunstâncias mais sensibilidade, ou falta dela.

traumas enlegados em cima de traumas,

de ódios de estimação e amores a camisolas.

a vida é 

uma puta duma confusão, portanto.

nos dias de hoje, a arte comanda os sonhos

e os sonhos, já se sabe, comandam a vida.

mas antigamente, no tempo que hoje desculpamos

sempre! o que é hoje indesculpável,

a vida era comandada por ambições,

legados,

sobrevivência,

ou pura mesquinhez,

que se podia rectificar no Santíssimo Sacramento 

ou no tasco com bagaços, ambos ao Domingo.

vai daí, a geração mais bem formada de sempre,

os nativos da era digital,

ou outro palavrão qualquer

que nos colem nas costas,

tem de psicanalisar o caralho destes restos analógicos,

destas heranças de moralismo jacentes

na psique colectiva lusitana, 

de que alguns cantautores conseguem sacar hits, 

mas nenhum consegue exorcizar.

netos duma sociedade fascista falida

a renderizar numa quarta dimensão

movida a vapor de lítio de grandes conglomerados,

definhamos com peste, que nem medievos.


Nenhum comentário: