Ok. Eu sei que é politicamente correcto ser contra os dowloads ilegais ou contra a partilha gratuita de ficheiros. Que há um sem número de motivos racionais, económicos e sociais para os condenar, ao passo que, do lado oposto, existem argumentos mais, digamos, subversivos, e como tal, mais facilmente ignorados. Porém, eu sou adepto do "tanto quanto possível para o máximo de gente possível" e sempre achei criminosos os preços cobrados para alimentar uma cultura dita popular. Cultura, auto-assumida como indústria. Cultura renomeada como entretenimento. E se vivemos numa época dourada em que, como nunca antes, existe tanta gente a aceder a tanta oferta cultural, dependendo apenas da sua persistência, paciência e imaginação, óbvio que me dá um pequeno arrepio na espinha a possibilidade de ver esta época de partilha acabar afim de que homens muito, muito ricos, fiquem apenas muito ricos.
Quando a França aprovou uma lei que multa quem fizer dowloads de ficheiros partilhados na web, com a penalização de ficar ser acesso à web, tremi. Pensei (e, a bem dizer, ainda penso) que é uma questão de tempo até mais países europeus lhe seguirem o exemplo. (Um pequeno apontamento para a aironia desta medida ter sido lembrada na pátria das liberdades individuais). Porém, este revés em Espanha acho que aliviou um tanto a pressão do cerco. Já havia sido dado outros sinais, como a eleição de um deputado do Partido Pirata Sueco para o Parlamento Europeu.
Talvez o Keene Act ainda esteja para vir...