terça-feira, maio 13, 2008

to die for

Eu compreendo bem
o poder que detenho.
Visto roupa de padrões
e riscas estranhos,
estranhos à maioria
consumista.
Assim como All-Stars,
símbolo de gerações
e outros tantos como eu.
Exerço cada cor,
em cada dia
como um direito
abusivo e inalianável.
Como do melhor
que a comida feita
tem para dar,
para lhe dar
o meu devido desprezo.
Ou então refugio-me
no vegetarianismo
que professo com recto
amor aos animais.
Guardo em casa o meu LCD,
o meu portatil e um 3G
oferecidos pelo Natal,
boas notas e aniversário,
e com eles me conecto ao mundo.
Digo de minha justiça
em blogs, fotologs, myspaces,
deviantarts, flickers, fóruns
sobre a China, Estados Unidos,
consumismo, touradas e aquecimento global.
Recorrerei ao inglês
quando quiser ser universal;
ao francês quando andar
para o dandismo;
o português esse, fica
para o saudosismo
dos meus escritos pessoais.
Tenho ainda as minhas
toneladas de cultura imberbe;
fugidas ao circuito,
bandas de difícil nomeação,
filmes de destinos improváveis
e livros clássicos,
tudo isto pelas mãos
das minhas máquinas de topo
e pelos outros tantos
como eu, que como eu
têm pulseiras características
e vão aos bares aonde
conversas e música rumam
no mesmo sentido intelectual.
Eu sei fazer parte
do lado certo da barricada.
E sei também de quem não faz.
Cotinuarei a minha cruzada
contra os capitalistas, os conservadores,
os esquerdistas e terei
um charro na manga
vindo directamente de Coura.
Porque eu sei do circuito
e sei-me fora dele.
Eu sei bem que sou
o derradeiro rebelde.

Ou não tivesse eu
80 gigas de inconformismo
no interior do meu bolso.