Quando ao ser humano não compensam fés grandes, ou grandes fés, isto é, divinas, king sizes, xxls, ele tenta redimir-se de outra forma. Sem pactuar com os planos de Deus, compactua com a sua imensa gama de artigos. Vocaciona a fé, para pequenas 'fés' (espero mesmo que seja assim que se diga, ou os puritanos cascam-me). Fé no café. Que este seja a poção mágica cuja força sobre-humana escapa ao alcance dos incautos mortais. Que dê forças e alente. E todo o trabalho do mundo caberá num trago dessa negra mistela voodoo. Fé no cigarro. Que a pausa metódica a que submete, como se de um vício se tratasse, corresponda em anos humanos, a anos. Que o pedaço de pecado que carrega, passe sempre a razar, ao lado do coração, e a paz a que redirecciona o perdoe. Fé no alcoól, júizo final, no final de todas as coisas. Mão cheia de últimas oportunidades, que quem um haitiano sobre os olhos, tudo apague, e nada faça restar senão um caminho luminoso em frente.
Tudo isto são pequenas crenças. Crendices, que tempos e maturidades farão o favor de erodir, julgam os sensos comuns. Mas não deixam de ser fés. Com rezas próprias. Muitas vezes recitadas de joelhos, em altares invisíveis. Diferenciam-se das restantes, pela sua pequenez. Ou não vivéssemos nós na Era do Portátil.
Tudo isto são pequenas crenças. Crendices, que tempos e maturidades farão o favor de erodir, julgam os sensos comuns. Mas não deixam de ser fés. Com rezas próprias. Muitas vezes recitadas de joelhos, em altares invisíveis. Diferenciam-se das restantes, pela sua pequenez. Ou não vivéssemos nós na Era do Portátil.