sexta-feira, abril 27, 2018

Bon voyage, filho da puta!


"O comportamento é uma forma de egoísmo, um meio de auto-protecção tornado necessário pela força dos nossos desejos. (...) Na curiosidade não há virtude. De facto, a curiosidade pode tornar-se o desejo mais imoral que um homem pode sentir." 

Yukio Mishima, "Confissões de Uma Máscara"


P. S. (late night ideias para guiões & mais um diário de folhas esgotadas)

terça-feira, abril 24, 2018

Tarantino is my co-pilot



pensa que elas também gostam de ti por seres assim. pançudo e bronco. anti-hipster, e piadético.
como tu gostas delas de palavrão na ponta da língua e um fraquinho pelo abismo. tendências para o melodramatismo.
no fim (porque há sempre um fim), sobras tu, com um solo de guitarra na cabeça, óculos escuros à frente dos olhos à bad ass. a acabar, acaba de olhos levantados.
a sorrir, como se soubesses algo que mais ninguém sabe.

"Triple lindy out the Jeep, land into a split
Get up in the spin, doggie, I’m the shit!"

segunda-feira, abril 09, 2018

"O demónio mora ali na porta em frente à porta em frente à minha."


- ambrósio, apetece-me escrever algo. 
- mas você não sabe escrever, senhora. você é péssima.
- então quero foder. foder contigo, ambrósio.
- senhora, tomei a liberdade de me foder sozinho.
- quando aceitaste trabalhar para mim fodeste-te à partida.
- estou bem ciente, senhora. foder-me é a própria definição da minha existência.
- estás aqui para aliviar a minha frustração, ambrósio? de ver alguém eternamente fodido, a compensar pelo falhanço dos meus sonhos?
- de certa maneira. senhora.
- bravo, ambrósio. não tenho jeito para escrever, e não.

quinta-feira, abril 05, 2018

projectos adiados


"You might catch me in Atlanta looking like a boss
New Orleans and then Miami, party in New York
Texas I be screwed up, Chi town I be really pimping
But nothing like my hometown I’m forever living"

quarta-feira, abril 04, 2018

o monstro precisa de amor


lamechas e pobres
as tuas desculpas para não seres feliz,
e que repetes para justicares
não ires para onde toda a gente te diz

tu só não vais por ali
porque te acorrentas à quimera
de uma paixão que não vem
que não volta, não é e já era

aqui, não somos diferentes.
aqui, estamos condenados por igual.
a esgravatar, um no outro, o nosso mal:

o meu fracasso, e o que não sentes
mas procuras nos de melhor coração.
a nossa aliança nunca nos garantiria salvação.





terça-feira, abril 03, 2018

o conceito por detrás de "piça de merda nenhuma"

contava-te no outro dia sobre cuspirmos merda à cara um do outro quando falávamos, e enquanto falávamos nos entendíamos.
na verdade, não nos entendemos por falarmos, mas por nos expressarmos. o diálogo caústico é apenas uma parcela da conta.
falar requer comunicar de forma próxima. nós estamos presos por cordas aos nossos passados e nossos medos, quais espadachins rabetas, sabre de arame em punho aos passitos para a frente, ora aos pinchos para trás. indecisos entre atacar sem magoar e recuar estrategicamente, com a cabeça fora dali. na verdade, esquece a metáfora: não existem lutas de esgrimistas degolados. nós não existimos um para o outro.
existimos para fantasmas do passado, de quando não éramos quem somos agora.

(não há música. nem etiquetas. para o caralho com isso tudo)