domingo, novembro 18, 2007

you are not a slave

"I write messages on money.
It's my own form of social protest.
A letter printed on paper that no one will destroy
passed indiscriminately across race, class and gender lines
and written in the blood that keeps the beast alive.
A quiet little hijackingon the way to the check-out counter
And a federal crime.
I hope that someone will find my message one day when they really need it.
Like I do."

by Josh Koppel

quarta-feira, novembro 14, 2007

a mão que alimenta

Levantei os espinhos do meu quintal. Das silvas que cobrem o seu chão, as mesmas que enlaçam a figueira e beiral.
Levantei-os. Uma natureza de mais de dois metros a olhar-me nos olhos. A magoar-me nos intervalos de si, consigo própria. A sua carne bem na minha.
Nós sabemos o jogo da existência. Os espinhos exigem o meu sangue como paga do incómodo, de se erguerem às evidências de serem meus. De assim fazermos sentido, não. Eles disso não gostam.
Infestam o que é meu. Meus sendo-os também. E matam, matando o que cresce sem rei. Verde. Com o sol por única lei. E chuva por única redenção.
Então... a estes castigadores, que conspurcam o meu silêncio, com o seu verde cínico, eu pergunto: porquê não se mostrarem e rasgar vidas como as vidas devem ser rasgadas?

Olho-vos nos olhos meus amigos. Meus pertences. Aqui de pé, vim para saber de vós. Aqui vim para esganar-vos se tiver de ser. Aqui vim até para morrer.

Aqui eu quero saber e não saio sem resposta. Se enquanto um de nós viver, o outro terá o que gosta, a infestar a história do que resta.

quinta-feira, novembro 08, 2007

Morte Lenta, Motel.


Morte lenta, Motel.

Capital do Escândalo

ao letárgico abandono

do dandismo.

Cada seu a seu dono,

narcisismo

e falta de sono.


Apocalipse Cabaret.

Doenças virais

e mais mortais

causas de mortes.

Musicais sortes.

O degredo mora ao lado.

A puta a tentar

outro bocado.


Danças ventrais.

Gastro-entrites,

animais, gengivites

e cavalos

nesta noite de assucenas,

eu perdoo madalenas

de chapéu em punho

e bengala na mão.

Eu desunho

todo o ego

que se derrama

pelo chão.


Quem me ama

nem sequer sonha,

nem sequer sabe,

que a bandeira da vergonha

me serve de fronha

da verdade.