domingo, novembro 30, 2008

são só trocos

Resgistadoras, é como se devem denominar as máquinas que registam. Deixando de o fazer, manda o bom senso passar a designá-las, se for definitiva a sua incapacitação, de sucata, ou, se for temporária, de incómodo contraproducente e indesejável. Mas isto serve para estas máquinas, de cujos registos certos, dependemos e não podemos deixar de depender. O mesmo já não sucederá com pessoas...

sábado, novembro 29, 2008

vaquedo

Gado. Foi na condição de gado (e sob essa condição de ser gado) que espetaram aquela agulha em forma de trade mark no lombo. Como animal que era, e sou, e éramos todos, sucumbi-me à indiferença da ignorância em que nos mantínhamos. Tudo parecia bem assim: com a cauda lá chicoteei uma mosca ou outra e siga. O tresmalhar é impossível quando cicatriza no couro a herança do perfeito estranho que nos criou, deu de comer e campo por onde andar. Eu, gado, sou imparcial e indiferente. Porém, reconheço, fica mais complicado ludibriar o sistema, agora.

domingo, novembro 23, 2008

ás

na mesa atulhada de manchas em toalha branca, erguiam-se garrafas vazios, bases de tachos com tachos por cima e pratos. e talheres. num espaço dessa mesa estavam os dois únicos copos sem pé, de fundo grosso, meio compridos. um desses copos caiu, da mesma forma que a mesa lá estava. caiu na mesa. a minha mão não hesitou a levantá-lo e o outro copo caiu, da mesma forma que o outro, na mesa que lá se mantinha, atulhada. endireitei o segundo o copo e o primeiro voltou a cair, exactamente da mesma forma, na mesa, que caíra o segundo, e ele próprio, em primeiro. endireitei-o. o segundo voltou a cair, pela segunda vez, e outra vez endireitei o copo. não sei se seria da mesa, mas dcomeçaram a cair copos em simultâneo e eu continuava com as minhas duas mãos.

sábado, novembro 15, 2008

Pensamento ambulante de 7/11/2008

Prato forte: agressividade. Problema meu, azar de quem dirigiu a palavra. A quem não devo nada senão raiva. Rasgo qualquer interjeição. Mordo todos os entabulamentos de conversa. Não dou margem a réplica. Continuo-me cru. Induscutivelmente, a fechar cortinas, com um virar de costas. Irredutível nos meus implacáveis espinhos sociais.