sábado, janeiro 03, 2009

THE HEAT DEATH OF THE UNIVERSE

Piava fininho. Baixo o volume, sempre baixo, porque prendeste o botão do volume com um arame a um cavalo em fuga: o alarme de décibeis não gritaria jamais. O cavalo correu com o tempo a bel prazer e o arame nem esticou. Mas olhava fininho á volta com vertigens de cair: tudo era uma teia em que arriscava tudo ao caminhar por essa teia com um medo de tudo cair em si ao invés de cair ele no tudo. Viu bastante coisa a duas dimensões e teve náuseas. Não se deseja semelhante a ninguém. O cavalho olhou para ele lá do fundo de quilómetros de curvatura de terra depois. Ele percebeu. Deu um puxão no arame!
O cavalo capotou! Pedaços crstalinos de zénite foram co cralho. O céu passou a ter brechas como todos os outros. E o cavalo retrocedia aos solavancos contra tudo e mais alguma coisa até chegar a ele. A tensão continuava toda fora do arame. Mas já não era a tensão que o fazia mover ou contra-atacar: tinha os ouvidos cheios do grito do cenário. Correu contra o cavalo que vinha sem cavalgada na vida contra si. Na hora h, o chamado momento crucial, matou a questão em triplo salto.
Em que direcção agora ia ou iam, perdera ou não a consciência, tinha ou não consciência, sabia lá. Ás tantas morrera. Mas já não estava para os gritos de ninguém. Certeza tinha de que era aquele silêncio que o fazia voar sem controlo.






"Good things go for those who wait too long to say, but who's to say that this is the end. I am. This time we have permanence. This time we are separated by an infinite distance." - Off Minor

Um comentário:

D. disse...

e quando deu por cima, quando voltou a acordar, encontrou-se num mundo que já não era o seu.