quinta-feira, junho 10, 2010

não há forma segura de o dizer, ou de a prosa sair boa, por isso, de um trago, terei que dar conta do recado. sou um amputado. e sou assim desde que a guerra bateu à porta das minhas colheitas, dantes douradas, fartas, sorridentes. nada mais foi o mesmo e a guerra foi cruel para comigo. pegou no meu campo e desmembrou-o das suas raízes, largou-o e deixou ficar uma prisão a céu aberto. eu peguei nas armas à mão, mas aquilo com que combati mesmo foi com a resolução de um insurrecto homem livre. mas vale mais um covarde vivo, vale mais um calado preso. como se diz, fizeram-me a folha, espetaram-me a faca, não nas costas, no joelho, onde a perna era mais frágil, eu cá lutei, mas rodaram lentamente o lâmina até que nem mancar fosse solução. e é esta a história da minha derrota. um horizonte para onde olhar, mas sem paredes que me deixem atingi-lo. uma raiva de correr como se todo o amor do mundo disso dependesse, e uma perna a menos.


"It should be a while before I see Dr. Death
So it would sure be nice if I could get my breath
Well I'm not the crying nor the whining kind
'Till I hear the whistle of the 309

Of the 309, of the 309
Put me in my box on the 309

Take me to the depot, put me to bed
Blow an electric fan on my gnarly old head
Everybody take a look, see I'm doing fine
Then load my box on the 309.

On the 309, on the 309
Put me in my box on the 309"

- Johnny Cash

Um comentário:

L' disse...

"A chicken in the pot and turkey in the corn
Ain't felt this good since jubilee morn
Talk about luck, well I got mine
As me comin' down like a 309

Write me a letter, sing me a song
Tell me all about it, what I did wrong
Meanwhile I will be doing fine
Then load my box on the 309"

Linda *.*