This is prophylaxis, a practiced absence, a safer distance. He is a fine clinician to diagnose this, a sound decision. This is a family practice, it's anesthetic, it's nonreactive. This is a termination, a fine resemblance, but no relation.
segunda-feira, agosto 30, 2010
Causa Perdia pt. 2
"O mundo é destruído, em direcção ao abismo.
Entra na fila, alista-te à causa perdida.
Está na hora da revelação,
Corvos largam páginas do Apocalipse de S. João.
Canibalismo incentiva à perseguição,
A Humanidade é faminta, mastiga-me o coração.
Com o símbolo do Homem cravado na testa,
Carregam escrituras à procura da Besta.
As asas de uma ave ainda batem no petróleo
Olha o sol a engolir o último fôlego.
A voz de uma criança ainda chora após a morte
Ainda canta numa igreja destruída na Guerra Santa.
O tempo é um brinquedo de bruxedo,
Brincam com o futuro e limpam lágrimas de medo.
Vivemos numa galeria de hipocrisia,
Aquecimento global, somos estátuas de gelo.
Ele caminha entre chamas e telhados abatidos.
Não olhar à esperança de sairmos deste Inferno vivos.
Na causa daria a sua vida pelo próximo.
Soam as sirenes no quartel: herói anónimo!
O único, no último piso de um edifício,
Uma criança nos braços foi necessidade de sacrifício.
O corpo marcado por queimaduras tatuadas,
Acorda de noite sufocado pelas chamas do passado.
Um fardo pesado, é um fado embebido em mágoa.
Muitos partiram antes da primeira linha de água.
Quantos voluntários no exercício da função
Ceifados deste mundo pelas chamas da escuridão.
Jovens adolescentes, bravos combatentes.
Saudade e coragem no seio dos seus parentes.
Soldado da paz, audaz anjo na terra,
Parque da cidade em direcção ao pico da serra!
Contra tudo e contra todos,
Contra ventos e marés,
Lutas na causa perdida,
Sem saberem quem tu és.
Convicto percorro o meu caminho com fé.
Na causa daria a sua vida pelo próximo.
Convicto percorro o meu caminho com fé.
Sou guerreiro.
Herói anónimo!
Contra tudo e contra todos,
Contra ventos e marés,
Lutas na causa perdida,
Sem saberem quem tu és!"
- Dealema
Entra na fila, alista-te à causa perdida.
Está na hora da revelação,
Corvos largam páginas do Apocalipse de S. João.
Canibalismo incentiva à perseguição,
A Humanidade é faminta, mastiga-me o coração.
Com o símbolo do Homem cravado na testa,
Carregam escrituras à procura da Besta.
As asas de uma ave ainda batem no petróleo
Olha o sol a engolir o último fôlego.
A voz de uma criança ainda chora após a morte
Ainda canta numa igreja destruída na Guerra Santa.
O tempo é um brinquedo de bruxedo,
Brincam com o futuro e limpam lágrimas de medo.
Vivemos numa galeria de hipocrisia,
Aquecimento global, somos estátuas de gelo.
Ele caminha entre chamas e telhados abatidos.
Não olhar à esperança de sairmos deste Inferno vivos.
Na causa daria a sua vida pelo próximo.
Soam as sirenes no quartel: herói anónimo!
O único, no último piso de um edifício,
Uma criança nos braços foi necessidade de sacrifício.
O corpo marcado por queimaduras tatuadas,
Acorda de noite sufocado pelas chamas do passado.
Um fardo pesado, é um fado embebido em mágoa.
Muitos partiram antes da primeira linha de água.
Quantos voluntários no exercício da função
Ceifados deste mundo pelas chamas da escuridão.
Jovens adolescentes, bravos combatentes.
Saudade e coragem no seio dos seus parentes.
Soldado da paz, audaz anjo na terra,
Parque da cidade em direcção ao pico da serra!
Contra tudo e contra todos,
Contra ventos e marés,
Lutas na causa perdida,
Sem saberem quem tu és.
Convicto percorro o meu caminho com fé.
Na causa daria a sua vida pelo próximo.
Convicto percorro o meu caminho com fé.
Sou guerreiro.
Herói anónimo!
Contra tudo e contra todos,
Contra ventos e marés,
Lutas na causa perdida,
Sem saberem quem tu és!"
- Dealema
quinta-feira, agosto 26, 2010
quarta-feira, agosto 18, 2010
sem epifanias, sem amarguras. sem esperanças, sem desespero. curiosidade em saber se o dia de amanhã vai estar á altura do dia de hoje, isto é, sem epifanias, sem amarguras, sem esperanças, sem desespero. talvez essa curiosidade seja um espelho da hipocrisia que vai para aqui na estabilidade, pois pode ser sinónimo de existir uma epifania, ou uma amargura, uma esperança, ou um desespero. não relativizando, não é assim. apenas os opinion makers ganham (porque lhes pagam) em relativizar e aqui preterem-se os estrangeirismos. é verificar a inexistência de expectativas, sendo que expectativas implicam planos e pressupõem ânimo e vontade. estes não existem, aqueles muito dificilmente existirão, a menos que dentro do foro estritamente necessário ao maquiavélico fim de engrossar as fileiras de números na conta bancária. os sonhos confundem-se, propositadamente, com ócios, paixões, com falta de foda, e mesmo pensar fundo nas questões torna-se demasiado pesado, e os noticiários são tristes demais. a inpiração não chega. ninguém toca á campainha e ainda bem. quando éramos novos centenas, ou milhares de ideias que ficaram por levar a cabo e ninguém morreu. e ainda bem.
terça-feira, agosto 10, 2010
homem que é homem vai à missa de manhã ao domingo
Ele, homem feito, era homem de ir à missa todos os domingos. Homem de fé, ou de hábitos, ou fé nos hábitos, cada um saberá o que lhe chamar. Era uma urgência muda que o fazia levantar às sete da manhã do primeiro dia de cada semana, que não lhe tolhia os músculos da mesma forma nos restantes dias, à mesma hora, para ir trabalhar, altura em que almadiçoava a sua sorte, mulher, filhos, patrão, segurança social e governo por não ter outro remédio. Aos domingos de manhã sabia que passo dar a seguir ao passo anterior, desde que saía da cama. Ora, começava por se pôr fora de casa o mais rápido possível em direcção ao único tasco da freguesia que àquela hora já se encontrava aberto. O cheiro gorduroso do estabelecimento, de si, transmitia-lhe logo alguma paz interior. Supunha, ironicamente, uma paz semelhante à que as beatas já sentiriam, naquele preciso momento em que marcavam lugar nas filas da frente da igreja para as suas primeiras rezas. Pedia um bagaço e acendia um cigarro, com um remorso incontornável, que fazia parte do vício. O bagaço pelo escabeche medonho na privacidade de o lar ou amuo furioso que a mulher faria se o apanhasse, ou pelo desgosto da sua mais nova se o visse a puxar do maço que lhe fizera prometer deixar a bem da sua saúde. Mas para um pecador se redimir, tinha de existir uma dose de pecado. E era na redenção que se viciara, pelos vistos. Sem dar muita conversa ao taberneiro, ficava-se pelos cabeçalhos do jornal desportivo com as letras grandes dos jogos da véspera, que tinham sido morronhentos, como sempre, sem espectáculo, defraudantes e desesperantes para quem os assistiu ao vivo: todos os grandes pela hora da morte, e no entanto os três lá na frente. Como sempre. Deixava os cêntimos da praxe no balcão, e vinha até á porta dar uma olhadela ao movimento que não existia, às nuvens que ameaçavam chuva e nevoeiro a todo o instante e para a sua terra de sempre, marcada pelas cicatrizes da construção civil e as agruras de maus anos agrícolas. E seguia para a igreja, velha como velha era quando lá ia aprender a doutrina da catequese, em pequeno, mas caiada de branco por um padre qualquer que puxara os cordelinhos certos quando aterrara naquela paróquia antes de o recambiarem para outra com medo, decerto que fizesse um trabalho demasiado bom. A igreja já se encontrava quase cheia. Óptimo: podia ficar de pé à vontade, perto dos guarda-ventos, sem que ninguem se sentisse constrangido a oferecer-lhe um lugar para que ele tivesse de o recusar parecendo mal-educado, coisa que não era. Na missa, como nos comboios e como na vida, só se ofereciam lugares se os houvesse a mais. Benzia-se, e esperava o padre. Provavelmente, quando regressasse a casa, teria um assado à sua espera: o pensamento reconfortava-o. Sorria pela primeira vez em toda a semana. A missa começava e aguentá-la-ia de pé até ao fim, ouvindo o padre, rezando em surdina com a multidão, entregando os restantes trocos no peditório, cumprimentando os senhores ou senhoras do seu lado com um aperto de mão e abstendo-se de receber o Senhor, porque desde criança que não se confessava, mas a verdade é que a sua missa acabava sempre, naqueles 5 minutos posteriores a ter-se benzido.
sábado, agosto 07, 2010
sexta-feira, agosto 06, 2010
quarta-feira, agosto 04, 2010
ora vamos ver. ver mesmo bem, vamos lá. analisar, coisa e tal, ver, com olhos de ver.
o horário é apertado, meu. muito. conseguimos?
como não, certo? já olhaste bem para quem conseguiu?
isso é uma motivação que vou-te contar. a maior parte deles nem sabe como conseguiu ver o sol do dia seguinte sem grades de permeio, fará ver este entulho de sarrabiscos que são os nossos compromissos.
claro que, na volta, estes compromissos não são tão inadiáveis quanto os pintamos. acho que lidamos bem com o peso deles.
mas também dissemos isso de todas as outras vezes, quando eles não eram imensos.
às tantas por serem poucos não demos a resposta que se exigia.
se calhar por nos ser impossível dar a resposta que se exigia. e exige.
então fica-se de braços cruzados? a nossa filosofia nunca foi essa, sabe-lo bem. ou queres reagir contra a fórmula alquímica do nosso sucesso?
mas qual sucesso?
estamos vivos não estamos? contas quase pagas? qual é o teu problema? se não gostas do barco, salta fora.
a nossa filosofia nunca foi saltar fora.
então a filosofia só é boa para o que nos convém?
causas perdidas não convêm a ninguém.
então não sei...não deixes essas reticências no ar que assustas a clientela.
eles que vão pó caralho que os foda...
segunda-feira, agosto 02, 2010
as tuas pernas sempre foram acusadas de pequenas na hora dos actos. gozavam-nas, inclusive por, não poucas vezes, os teus passos as ultrapassarem. mas os factos derrotaram os argumentos e foste longe. o imenso coube-te, afinal, numa passada, como sabias, mas nunca ousaste tirar a limpo na prova dos nove. em conclusão, o mundo transformou-se em pequeno e a agenda, pareceu, de súbito, auto-entulhar-se. mas tudo isto é ilusório, traiçoeiro e enganador. porque dás por ti a desviar-te dos oásis e a procurar desertos, a fugir das cidades e a faleceres lentamente nas montanhas.. em suma: estás velho e a glória não te diz nada.
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