eu só me rio se for para não chorar. enquanto o diabo esfrega um olho, que o tempo não abunda assim tanto. mas eu falo sempre de barriga cheia. basta ver o japão e a mocidade executiva e mão à palmatória, filhote, estás como queres. antes estivesse: porque numa mão tenho a preguiça e noutra a incapacidade de preguiçar: a preguiça é o tipo de dilema que há semanas não me deixa dormir à noite. daí eu rir-me da minha incapacidade, que bem vistas as coisas, não é mais que uma cisma, um filme, um genérico, um longo intervalo repleto de reclames. daí eu rir-me da mancha amarela nos meus dedos, do sorriso amarelo nos meus lábios e dos pontapés que o fígado me dá nas têmporas. se têm estado dias tão bonitos, e as carcaças que os percorrem tão podres, porque não se abandonam elas a brilhar por dentro? qual peneira a tapar o sol.
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