o corpo maciço termina em extremidades frágeis. que se fragmentam quando chocam com a realidade. quando a correm e quando a esmurram. no topo, uma cabeça inexistente, onde deveria existir. como sobrevive é uma incógnita, mas sobrevive. talvez pense com o corpo, talvez sinta com o coração. talvez seja um verdadeiro tanque de sobrevivência. condenado a estilhaçar-se, vezes sem conta, vez após vez, quando choca com a realidade, mantendo inteiro, mas rachado, o núcleo duro. o seu método é o instinto, e não a razão. e por esse instinto reconhece estar condenado pela evolução, pois a evolução, sente-o, faz-se de quem se pode adpatar. e apesar de estar adaptado, não consegue evitar o facto de não ser adaptável. a História, da qual é um produto como a realidade que lhe dilacera os membros, passa por cima de si o seu rolo compressor e não esmagará. deixá-lo-á para trás, maciço, esquecido, amputado e só.
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