quarta-feira, dezembro 26, 2018

Os melhores de 2018, lançados em 2018, ouvidos em 2018. Menos um.

Não sou habitué neste género de rankings. E dada a profusão e diversidade de música que actualmente se ouve, hierarquizar álbuns do ano afigura-se uma tarefa difícil. Por outro lado, é um exercício de memória e de escolha, que tem o seu quê de divertido. (Menos na parte em que percebo que todos os álbuns de 2018 estão invariavelmente condensados nos omniscientes servidores do Spotify).
Olhando às listas de final de ano, que pululam um pouco por todo o lado, não pude evitar o critério de escolher apenas álbuns lançados em 2018, e ouvidos este ano (ouvi-los em 2017 ou 2019 é cientificamente possível na presente data). Mas as escolhas deste ranking, não significa que as considere os melhores lançamentos de 2018, na respectiva ordem. A melomania é um trabalho a tempo inteiro. Tenho quase 100% de certeza de que ao longo dos próximos meses ou anos irei descobrir novos álbuns ou redescobrir um artista a que neste ano não dei particular atenção, e então me fará olhar para esta lista com condescendência e frustração.
Por isso, estas listas nada têm de definitivo ou absoluto. Apenas são uma reflexão sobre a música divulgada este ano, que me deu prazer em estar vivo para a ouvir.
E como em todas as regras, deve haver uma forma de as contornar, incluí um único álbum de 2017 na listagem global, e que, surpreendentemente (sem surpresas) chegou ao top 10. Afinal, se os King Gizzard conseguem a proeza de lançar 5 álbuns em 2017, é só justo que o ábum que lançaram em 31/12/2017 apareça nos rankings do ano seguinte.


Álbuns Internacionais:

1. El Efecto - Memórias do Fogo
2. Gallowstreet - Hot Lava Sex Machine
3. Jungle - For Ever
4. Nils Frahm - All Melody
5. Emma Ruth Rundle - On Dark Horses
6. Jaye Jayle - No Trail And Others Unholy Paths
7. Silva - Brasileiro
8. Uncle Acid And The Deadbeats - Wasteland
9. King Gizzard & The Lizzard Wizard - Gumboot Soup
10. Mac Miller - SWIMMING


Álbuns Nacionais:

1. Conjunto Corona - Santa Rita Lifestyle
2. David Bruno - O Último Tango em Mafamude
3. Nerve - Auto-Sabotagem
4. Astrodome - II
5. Ash Is A Robot - Return Of The Pariah
6. Diabo Na Cruz - Lebre
7. Filho da Mãe - Água-Má
8. Linda Martini - Linda Martini
9. Dead Combo - Odeon Hotel
10. Júlio Pereira - Praça do Comércio

idiossincrasias de contradições



Os meus braços nunca serão para sempre.
Sei-o, com a teimosia
de um labrego casmurro.
Os mesmos que falam com certeza absoluta
do mundo,
pelo que lêem nos desportivos,
que vêem nos documentários de história
e sentem no medo que têm aos estrangeiros.

Jamais serei a pessoa que preciso de ser.
Tenho de parar para ver o mundo sem consequências.
Sinto que carreguei um fardo a vida toda.
(A minha missão devia ser um dom, 
não um fardo.)

Apenas te posso beijar,
ver-te,
e sentir-te.

Todos os não são uma desculpa.
Eu tenho de pedir desculpa
por não ser a cura para os teus males
vastos como a Humanidade.
Apenas posso ser eu
reconciliado com o meu falhanço.

P. S.: No fim, ninguém te dará uma medalha por bom comportamento.

segunda-feira, dezembro 03, 2018