terça-feira, outubro 29, 2019

ouriço de recusas

nunca fui de falar sobre as estrelas
(tenho a cara de olhos no chão
e por via disso problemas de costas).
escrevo sobre o que sei e o que sinto.
com a mesma certeza do tempo
que mói, autoritário, a sua mó
sem se desviar um milímetro
pelo delta de leitos de pedra
que se estendem à sua frente.
o etéreo não me seduz se não o sentir na pele
como vento e o frio:
a minha imaginação voa sem limites
e vai beijar o lado de dentro
das grades do meu crânio.

no entretanto, acredita-se no caminho
que só se faz caminhando.
sem fé, o caminho não existe.
a missão faz-se pelo caminho que se escolhe.
o caminho é uma religião.
que também aceita não-praticantes.


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