"Pela noite adentro com a morte na algibeira
cada homem procura um rio onde dormir,
e com os pés na lua ou num grão de areia
enrola-se no sono que lhe quer fugir.
cada homem procura um rio onde dormir,
e com os pés na lua ou num grão de areia
enrola-se no sono que lhe quer fugir.
Cada sonho morre às mãos de outro sonho.
Dez réis de amor foram gastos a esperar.
O céu que nos promete um anjo bêbado
é um colchão sujo num quinto andar."
Eugénio de Andrade, "Nocturno de Lisboa", em "Os Amantes Sem Dinheiro"
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