O transplante falhou.
Quando o muro começou a cair.
Apenas sobrou uma pedra do músculo-mestre. Tive pena. Porque apesar de tudo até gostava dele. Oficializou-se a coisa: dali para diante apenas o calhau ficaria no lado esquerdo da caixa toráxica.
Não se abandonem contudo, a leviandade fácil de achar que me rendi à primeira. Ou à segunda. Não foi com duas tretas que me convenci do facto duro e irrecuperável.
Eu tentei sentir. Tentei ver tudo com outros olhos. Refugiar-me no lirismo. E no sangue quente da inspiração. Cortei até os pulsos com a faca afiada da depressão antes de acordar alagado em suor. No fim, por fim, saiu-me 'Vidas'.
O transplante falhara.
O muro caíra.
Dei uma vista de olhos no que eu dizia ser a emoção. Não me admirei já tal 'cena' me ser estranha. A idade e o calhau não dão para mais. Nem para os gastos da dor. Nem para as infâmias da inadaptação. Um presente eterno, como o do livro. E a música é apenas banda sonora. As pessoas, essas, apenas pessoas. Apenas. Quem diria...
Quem me diria tão calado na hora de cantar?
'sooner or later God' ll cut you down'
Um comentário:
Muito bonito... :) Tenho a certeza que ainda vais ser um gnd poeta! E nessa altura lembra-te de mim. Para já quero um poema destes para a minha pessoa, inspira-te bem. ***
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