os poemas assomam como cogumelos negros do chão, bolas de veneno inconfundíveis. eu, na minha caminhada planeada para o sonho, fecho-lhes os olhos. não me importunarão. não os vejo. a mão direita arranha a pele do corpo até trazer pequenos bocados de carne consigo, mas não adianta: porque pela minha mão esses poemas não serão escritos. vou deixá-los a engolir-se uns aos outros até criarem floresta, estou-me a cagar.
o meu sonho vai ser o meu whisky solitário em noite de festa universitária e vai, quero lá saber se amanhã quando acordar tiver um sabor amargo de sangue e tabaco na boca. se isso for indício de que estou morto, melhor!: saiu-me o euromilhões, estava eu a dormir e safei-me de repórteres chatos.
o meu sonho vai ser o meu whisky solitário em noite de festa universitária e vai, quero lá saber se amanhã quando acordar tiver um sabor amargo de sangue e tabaco na boca. se isso for indício de que estou morto, melhor!: saiu-me o euromilhões, estava eu a dormir e safei-me de repórteres chatos.
Um comentário:
adorei. o primeiro parágrafo, sobretudo.
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