staring nothing but your smile,
those legs and those eyes."
a panorâmica primaveril espraia-se pelo mato e vales que me cinzelaram como sou. a realidade não deixou de se agigantar com o passar dos anos, nem de ser menos abismal como o era quando eu era uma criança. não há tempo que atenue a a minha aterragem neste sítio. os vidros das montras retornam um olhar inseguro. e não entendo onde é que foi, que a meio do caminho, eu e o mundo derivamos em pólos opostos, inconciliáveis. não entendo o que fez dores de crescimento parir criaturas tão horrendas. moléculas de um todo a escorraçar-me para a minha casa, como se fosse eu o agente invasor do seu suposto habitat. camaleões fantásticos, honra lhes seja feita. juntos a quem, não poucas vezes, gritaram palavras de ordem. parece tão fácil esquecer. restam-me as saudades de um lar, que ao contrário da natureza, mingou. um lar, que se o é, não é meu. resta-me uma gruta, que o tempo elevou a templo e o tempo despromoveu a chão.resto-me a mim. igual. indivisível. avesso à mudança e aos outros. mas ferido por uma lâmina branca, perdida algures na carne, caco de dias como este onde apenas um lugar fazia sentido.
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