domingo, julho 31, 2011





dou graças a Deus por há 4 anos atrás uma banda indie merdosa de pretensiosos suecos ter cancelado um concerto que proporcionou dar um abraço ao jim ward ao pôr-do-sol. e porque "a difamação é algo que não resiste" e apesar do reduzido tempo de concerto, o encore continuar a ser feito todos os dias, desde então, pelos mesmos e não por aqueles que se iluminam, com o que antes acerrimamente criticavam. a verdade é que não importa: as coisas mágicas acontecem quando menos esperarmos, no timing certo, enquanto os falsos virtuosos continuarem a encantar falsos fãs, quando o hype social mais lhes convir.

"This isolation chamber, disguised but true
Enough to kill this stranger, nothing left to do
Freedom's lost its clarity and breathing comes fast
This escape is essential to live another day."

sexta-feira, julho 29, 2011

diz-se que não se deve voltar aos sítios onde se foi feliz. eu tive o prazer (e a angústia) de viver num desses sítios. não sei se será legítimo chamar-lhe casa, ou lar, ou cubículo (ao qual me confinei), ou até mesmo residência: prefiro recordá-lo como uma república. de homens livres, simples e bravos, claro. deixo um retrato na parede e um graffiti no interior da gaveta de uma secretária a marcar a minha passagem, por muito anedótica que surja aos olhos dos indiferentes que com ela se depararem. o que é verdadeiramente triste, mais do que a partida em si, é perceber que fomos partindo aos poucos com aqueles que nos ligavam a sítios como este e foram partindo antes de nós, um após um, para o desconhecido, para o silêncio da distância. no fim, na hora derradeira de arrumar a última mochila, já não nos sentimos mais que um bibelot, um troféu nocturno a ocupar espaço demais na arrecadação. apesar da tenra idade, sentimo-nos velhos e a ocupar um lugar que já não devia ser nosso. na verdade, considero que o árbitro do pau-bola da vida já apitou para descontos há muito, muito tempo. tanto tempo que parece que foi outro a jogar em meu lugar. e o tem vindo a fazer. durante estes últimos meses. e ao longo de todos estes anos. mas o conceito é dinâmico, mais inovador do que propriamente social: primeiro é mero poiso, depois casa, depois casa de férias e por fim será como a casa dos pais, que visitamos com a família de longe a longe, muito longe a longe, para ver se está tudo no sítio, se os putos do antigamente já fazem a barba em condições, se o outro atadinho já bebe uns copos com o pessoal, e se, apesar de já não ser nada da nossa conta, ainda se é feliz nesse lugar. pelo menos, o mesmo que eu fui em tempos.

sexta-feira, julho 22, 2011

will you smile again?



"And you awake and there you are
Not far off from the line before
And just how long did it take for you to understand
Where your feelings stopped and writing began
Convince yourself to take control
Play to the hilt this unlikely role

Remember all the bad dreams
Are not far from reality
Would you write again for me?
And who bade you stop this living art?
Have you forgotten just what you are?
If you don't want to then you could at least pretend
That the paper's your soul and your blood's the pen

And maybe then you'd see the light
And read the truth that you had to write

If heaven sent you downstream
Where banished eyes haven't been
Would you smile again for me?
You misread your fate line
Had long run out ahead of time
Would you write again for me?"

quinta-feira, julho 21, 2011

Bizancio



nós somos cenas que a nós não assistem. especamos de costas para o espectáculo. fizemos, medos aparte, o que precisávamos de fazer e fomos orgulhosos: que ninguém nos apontasse um dedo. gargalhamos quando ouvimos as deixas dos actores, lá longe ao fundo, mas a pergunta coloca-se: sorriremos outra vez?

quinta-feira, julho 14, 2011

skin & bones

"Deep within this frame of mind
Heart of hearts oh valentine
Tell my mom I'm doing fine
Doing fine
Doing fine

Skin and bones
Skin and bones
Skin and bones don't you know?"

terça-feira, julho 12, 2011

From the Ritz to the Rubble



"This town's a different town today
This town's a different town to what it was last night
You couldn't have done that on a Sunday

And that girl's a different girl today
Said that girl's a different girl to her you kissed last night
You couldn't have done that on a Sunday
(Of course not!)"

sábado, julho 09, 2011

é sempre bom reencontrar velhos amigos. sobretudo quando fazem questão de nos bradar (e brindar) a um tempo em que não nos conhecíamos, ao passo que ali, tantos anos depois, ele lá e nós além, parece impossível ser de outra forma que não a cantarmos todos, as mesmas músicas, do início ao fim de sorriso nos lábios.

quinta-feira, julho 07, 2011

LOST!



"Just because I'm losing
Doesn't mean I'm lost
Doesn't mean I'll stop
Doesn't mean I will cross

Just because I'm hurting
Doesn't mean I'm hurt
Doesn't mean I didn't get what I deserve
No better and no worse

I just got lost
Every river that I've tried to cross
And every door I ever tried was locked"

terça-feira, julho 05, 2011

Primeiro foste tu. E depois de ter esfregado os olhos já aqui estava, a meio deste trilho. Espigas para um lado, trigo para o outro, tudo muito dourado e desértico para mim que cheguei desalinhado e de fato preto. À medida que avançava senti pedras no caminho que me faziam tropeçar; sempre da mesma forma, na verdade, parecia tropeçar muitas vezes na mesma pedra. Era ela. Outra vez, oportuna, central, incontornável, a foder-me os sapatos que caminham levezinho; e pensar que a estrada é tão longa ainda. Ao caminho faz-se um espantalho de fisga em punho, a mirar-me com nozes e avelãs às mãos. Mais á frente, fez-me o mesmo um porco, mas à cabeça, e se continuar a este passo, jurava que outra coisa qualquer se lembraria de repetir a graça a alguma parte do meu corpo. De forma sempre inocente e inconsequente, sempre diferente, sempre muitos, mas sempre como um só. O horizonte não se vergou ainda um metro: eu bufo, porque continuo a não entender os anacronismos deste trilho, nem a ordem pela qual se revezam. Às tantas está um meliante encostado à berma desta história toda, de palha na boca, a desafiar-me, novamente, para uma corrida: aceitas? Aceito como? Quando as únicas tatuagens que trago são de miragens e de quem me matou a sede só tenho uns sarrabiscos indecifráveis? A verdade é que não faço ideia quanto tempo mais continuarei neste rumo, assim não sei se o consigo atravessar a correr. E começou tudo por ti, que me vomitaste para aqui logo no início, como se de um sonho se tratasse.