terça-feira, dezembro 30, 2014

"You Come At The King, You Best Not Miss."


"A santidade, historicamente, não funcionava, e tal era, para ele, naquele momento, uma descoberta importante. O progresso depende apenas da velocidade do mal e das respostas que este provoca (...)."
- Gonçalo M. Tavares, in "Jerusalém"

quinta-feira, dezembro 18, 2014

"dá-me o balanço"

Não estamos na última semana do ano, talvez seja cedo para fazer balanços. Mas o meu está feito. Os meus votos escolhidos. Não preciso de mais 15 dias.
Comecei a aprender lindy hop.
Comprei um carro.
Tornei a minha vida mais saudável (menos álcool, menos tabaco, mais exercício: essa bela fórmula alquímica).
Aumentei a folha de rendimentos.
Aumentei a folha de despesas ("com um grande poder, vem uma grande responsabilidade").
Internet, em casa, a velocidade de gente.
Almocei com um embaixador.
Fiz um Inter-Rail.
Fiz check na Croácia.
Fiz check em Paris.
Actuei no F.I.T.A.
Actuei no F.I.T.U.
Abri com festa a primeira noite do 40 de Abril.
Fechei com festa a última noite do Xmas Rock Fest.
Matei uma velha maldição que pairava sobre as minhas relações pessoais.
O meu balanço são dados concretos. Coisas que aconteceram, de uma maneira pior ou melhor. Gosto delas assim. São paralelas a outras (ou mais) desgraças, derrotas, e desconsiderações que também marcaram presença em 2014. Mas não entram no meu balanço.
Porque o meu balanço é feito de coisas e de momentos que me propus a alcançar ou que me dispus a abraçar. E consegui, com sorte e engenho. Perseverança também.
Hoje é o dia em que digo que 2014 foi "o" ano. O ano em que fui e vivi uma data de coisas, um bom ano. Hoje, é o dia em que assumo neste espaço, sem reservas, que 2014 foi um bom ano. E que os anos que hão-de vir, com outros monstros sagrados para vergar, hão-de ser bons anos também.

quarta-feira, dezembro 10, 2014

XMAS ROCK FEST - X ANOS

Era 2004 e o Nuno um mancebo de 16 anos, cheio de ganas de tocar com a sua banda de então, os Social Suicide. Ao lado da Igreja onde o coro cantava, havia um espaço recreativo deserto e mal amado, o velhinho C.C.C. que ocasionalmente acolhia festas da catequese e aulas de ballet. Deram-lhe carta branca para fazer o que quisesse; ele fez o primeiro Xmas Rock Fest. À festa juntou os supra-sumos do punk da terra, os míticos Fora de Serviço, e uma banda que dava os primeiros concertos longe de Coimbra, cujo guitarrista era afilhado do pai de um amigo: os Fita-Cola.
Era 2004, e foi em outras 6 ocasiões. Muitos concertos para amigos e para grandes massas, entre os confins de Luzim, as caves do Pavilhão de Exposições, o twilight do Rib's e o C.C.C., sempre o C.C.C., qual Sameiro a indicar o caminho. Ao longo dos anos, o Xmas ganhou e perdeu um irmão (o Ignition) que chegou a ser mais popular do que ele. Ele, com as cruzes meias fodidas da moche, lá se foi aguentando, mais edição, menos edição.
Seja rock, punk, hardcore, ou hip-hop o Xmas continua a marcar o imaginário da juventude de Penafiel como festival que os miúdos fizeram acontecer, e que continuam a querer que aconteça, quanto mais não seja porque é, para muitos, o seu primeiro festival, e a porta de entrada num mundo musical muito mais lato. O Xmas é quase aquele amigo mais velho que nos mostra música fixe quando volta à terrinha, de longe a longe, pelo Natal com histórias altamente para contar.
Este ano ele voltou. Em boa hora, para soprar as 10 velas, em vez do Nuno, que vai andar ocupado, juntamente com o Fernando, a apagar outros fogos.
Senão acreditam no poderio da festa, a Sãozinha explica:

quarta-feira, dezembro 03, 2014

caixa de vidro

"Quem comete um erro é excluído; é fechado dentro de uma caixa. Quem está fora vê apenas uma caixa. Mas quem está fechado, excluído, consegue ver cá para fora. Vê tudo, vê-nos a todos."

- Gonçalo M. Tavares, in  "Jerusalém"