cresce a minha intolerância com os "jeitos", os "arranjos", e as "conivências". a sua mera possibilidade provoca o meu ranger de dentes, levantar de sobrolho e rosnar de impropérios. a visão de três ou quatro casas, umas em cima das outras, com portas e janelas em cima da estrada, num quelho qualquer arrepia-me os pelos do pescoço e cheira-me a cunha. a construção de uma rotunda com duas saídas e um mamarracho de ferro ao meio é encarada com um insulto à pessoal. cada árvore abatida solitária num jardim, ou fuzilada em grupo num monte, para mim são clareiras, a crescer viralmente, quais buracos de bombas em cidades em guerra. e em cada nomeação, em cada contrato, em cada programação eu vejo uma intenção e um cheque que lá não devia estar, e o denominador comum de prejuízo a longo prazo, que foi conscientemente calculado pelos especialistas (provavelmente, primos, tios, ou sócios de quem os encomendou). assim, com o avançar da idade, a minha visão apodrece. o problema é meu que antes via bem, e não via estas relações inimagináveis. ou sentia este sufoco, esta abafada ameaça de trovoada.
"I've got this epic problem
This epic problem's not a problem for me
And inside, I know I'm broken
But I'm working as far as you can see
And outside, it's all production
It's all illusion, set scenery
I've got this epic problem
This epic problem's not a problem for me"
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