Continuado cismado com isto dos centros escolares e mega-agrupamentos. Até consigo perceber a lógica de criar centros escolares em concelhos onde as poucas escolas que existem têm 10 alunos, de diferentes anos, a ter aulas todos juntos. Os miúdos passam a ter de fazer mais de meia hora de camioneta para ir aprender a ler, mas males menores a que estamos habituados a padecer, certo? Agora, vemos exemplos de escolas que com um considerável número de alunos se vêm obrigadas a fechar, e outras, a abrir ou a sofrer remodelações, a acolher mais umas centenas de alunos como se batatas. Este critério puramente economicista de fecho/abertura de escolas, só vem prejudicar os de sempre: os que não tem voz para fazer ouvir os seus direitos, os alunos. Porque os alunos de uma escola ou infantário que funcione bem, com um número considerável, mas não excessivo, de inscritos, têm o direito a aprender, a crescer e a desenvolver-se num espaço próprio, ao seu ritmo entre os seus. E mesmo os próprios professores e educadores merecem esse espaço: o de se preocuparem unica e exclusivamente com quem têm de formar. Assistir a aberturas de centros escolares que pomposa e orgulhosamente fazem apanagio de andar na casa dos 1000 alunos, desde a pré-primária até ao 12º, a mim não me suscita nenhuma tranquilidade. Em vez de pactos e orçamentos que num dia são criticáveis e noutro são aprovados com voto de confiança, a nossa classe política deveria conseguir um consenso definitivo sobre a educação para as próximas gerações. Consenso esse que vem sendo adiado à tempo demasiado. Não faz sentido que a cada ano lectivo que passa não se saiba o que vai acontecer no seguinte. Não faz mesmo. E amealhar o maior número de alunos num porquinho mealheiro e chocalhá-lo aos ouvidos europeus, não vai esconder os nossos bolsos vazios ou falta de competência formativa. Tão pouco a nossa mania de escolher nomes para instituições desfasados daqueles que as pessoas lhes dão de facto.
PS : Porque não juntar aos centros escolares Universidades, e assim os miúdos eram preparados desde o berço para ser aquilo com que sempre sonharam? Quão ideal seria ter a mesma pessoa a acompanhar-nos desde a pré-primária até à faculdade? A poupança nos cofres do Estado e a alegria nos olhos das crianças fariam valer a pena, decerto. Só não me ocorre é nome para essa fusão de serviços, mas de certeza que a classe dirigente se lembrará de algo.
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