segunda-feira, dezembro 31, 2012



"Far over the misty mountains cold.
To dungeons deep, and caverns old.
The pines were roaring on the height.
The winds were moaning in the night.
The fire was red, it flaming spread.
The trees like torches blazed with light."

Da frigideira para a fogueira ou num buraco do mais acolhedor que há,
Emboscado, em pânico, a céu aberto ou perdido, para sempre, na treva total,
Irmanado ou sozinho,
Com ou sem esperança,
A estrada volta sempre à porta onde tudo começou,
Numa nova aventura.
E as aventuras chegam sempre na hora em que é suposto chegarem,
Nem um minuto antes, nem um minuto depois,
Tal e qual os feiticeiros.

quinta-feira, dezembro 27, 2012

como lobos



"We're burning up in lust
Please drown me in your love
You'll be the heart and i'll be the blood
And i can hear you breath in deep
Face down in this soaking sheets
I just wanna taste your sweat
Fight me back while i hold you down
Put my fingers in your mouth
And spit right into mine

Don't you look at me with those eyes
You'll be the petrol, i'll be the fire."

terça-feira, dezembro 18, 2012

o ano do quase tudo

(04-02-2012: Stepback! @ Altar, Porto)

"É incondicional e é tudo o que existe

(19/02/2012: Sights & Sounds @ Hard Club, Porto)

É aquilo que conheces e o que nunca viste


(30/03/2012: Mark Lanegan Band @ Hard Club, Porto)

Como um bálsamo para o espírito, é regenerável



(18/04/2012: And So I Watch You From Afar @ Plano B, Porto)

Se estou triste bebo da fonte infindável.

(26/05/2012: Limp Bizkit @ Rock In Rio, Lisboa)
E todas as moléculas do meu corpo vibram
(08/06/2012: Shellac @ Optimus Primavera Sound, Porto)

Todas as células do meu ser gritam

(15/07/2012: Radiohead @ Optimus Alive, Oeiras)

De prazer infinito,

(20/07/2012: Baroness @ Milhões de Festa, Barcelos)

E é isto que eu sinto,

(17/08/2012: Ornatos Violeta @ EDP Paredes de Coura)

Vês no meu sorriso

(01/09/2012: A Naifa @ Noites Ritual, Porto)

Quando canto,

(15/09/2012: Filho da Mãe @ Miss OPO, Optimus D'Bandada, Porto)

Quando crio."



(este ano, a barriga musical foi tirada de misérias, refastelou-se e até se deu a luxos de não ir a alguns imperdíveis, só pra manter a velha máxima de que não se pode ir a todas. os concertos não são tudo mas dão o colorido e a alegria que são precisos como nunca. as pessoas e os momentos esses exorcizam demónios, impulsionam a instrospecção, dão sentido, fornecem histórias: das chuvadadas, do europeu do futebol, do carvão das feveras, das concertadas a meio da semana, das primeiras filas, dos abraços emocionados aos artistas. ou não fosse a música amor, e "sem medo, o amor é livre, essencial")

segunda-feira, dezembro 17, 2012

"PROMESSA

Não desanimes por me veres ao lado
Triste como um ribeiro que secou.
Isto passa,
Podes ter a certeza.
Basta o degelo começar...
O poeta é uma graça
Da natureza:
Há-de sempre cantar.
Arranja pois os jarros de alegria,
E vai sorrindo já dos meus desleixos...
Eu volto a rolar seixos
Qualquer dia."

- Miguel Torga, in "Diário V"

quinta-feira, dezembro 13, 2012

THE ACE IS BACK


Coordenadas: Luzim, 41.145713,-8.23281


com convite ou sem convite, necessário reservar com antecedência e levar casaco para a neve. Lá dentro não é preciso, mas para estar fora da sala talvez seja.
Entradas limitadas às 82 pessoas mais os artistas de variedades.
Convite pré-venda - 5 Fins-do-mundo com direito a uma mini ou copo de plástico com bebida.
No dia é mais caro mas é bom na mesma.
Os convites tem mensagens de auto-ajuda redigidas pelo mestre da auto-ajuda didática Telmo Pinto.

Para quem quiser ir fazendo o aquecimento:

O Bisonte: http://obisonte.bandcamp.com/
Stepback!: https://www.facebook.com/StepbackHC
Direwolves: http://direwolvesrock.bandcamp.com/
Jesse: http://www.myspace.com/yourjesse



terça-feira, dezembro 11, 2012

Há Dias



"Há dias em que te apetece mandar tudo pelo ar
Há dias em que te apetece desistir de lutar
Há dias em que 'tás cansado demais para continuar
Há anos que 'tamos aqui todos juntos manos"

terça-feira, dezembro 04, 2012

sexta-feira, novembro 23, 2012

Pachuca Sunrise

"Midnight on a beach in the Mediterranean
And I miss you
Even here, taking it all in
The sand, silvered, carries the moon
On its shoulders
Is it possible to put this night to tune
And move it to you?"

 

quinta-feira, novembro 22, 2012

vem para a minha beira
ouvir godspeed comigo
até a grande noite passar




"I said, "Kiss me, you're beautiful..
These are truly the last days"

You grabbed my hand and we fell into it
Like a daydream or a fever

We woke up one morning and fell a little further down
For sure it's the valley of death"

segunda-feira, novembro 19, 2012

Dead Meadow



"All alone at last
Years roll by so fast
Twisted and insane
The house you built
No longer the same


Once you're there
Once you're there
You can't come back
Nothing lives
Nothing grows
Inside the dead meadow


Months keep rolling by
Live another day, then you die
ghosts inside your head
we choose our paths
when all is done and said


Once you're there
Once you're there
You can't come back
Nothing lives
Nothing grows
Inside the dead meadow"

sexta-feira, novembro 16, 2012

Refuse/Resist

nesta nova espécie de Estado (Pós-Estado a que isto chegou): um Estado nada social, pouco democrático e do possível Direito, há extremos de opinião que nos deviam preocupar a todos. por um lado temos pessoas que não se coibem de arremessar pedras da calçada sem olhar bem a quem, sem parecer sequer saber bem contra quem se dirige essa agressão. entre o desespero, a vontade de responder com violência física à violência económica, puro vandalismo, auto-defesa, etc, cada um encontrará a explicação que julgar mais esclarecedora, ou só mais conveniente. quanto aos do outro lado da barricada, estão os que cumprem ordens, de superiores, de comités internos, de colégios externos, de um eleitorado (imaginado, suponho). destas bandas, o discurso é mais polido, menos inflamado (como se isso fosse sinónimo de razão), mais legitimador, paternalista, moralista. no fundo, a defender a sua bitola, e a sua sardinha na brasa. o que é inadmissível é considerarem-se situações em planos semelhantes. que alguém que arrisca um emprego, para se ir manifestar se tenha de sujeitar a levar um enxerto de porrada por algo que não fez, a ser gravado pelas forças de segurança ao arrepio de todas as demais garantias de privacidade existentes na Lei e na Constituição, seja privada das demais garantias de um processo penal, cuja abertura é fruto de décadas e séculos de luta contra o livre arbítrio das autoridades na aplicação da justiça. no fundo, só o facto de quem de Direito considerar que a força justifica alguma coisa, já parte em erro. e não fosse uma série de medidas tomadas noutras manifestações bem mais pacíficas, talvez não tivéssemos assistido ao escalar de violência que vamos assistindo (quem não se lembra dos jornalistas espancados?). um acto dum desesperado será sempre um acto dum desesperado. talvez devesse haver mais preocupação com a proliferação de desesperados. agora se as forças de segurança são geridas por desesperados, e o Estado de Direito é um Estado de Sítio, onde vale tudo, e ninguém nos alertou, então não há troika, nem renegociação da dívida que nos salve, pois estamos entregues ao pior da bestialidade que há em nós sem nenhuma razão ou serenidade que a encabece.

quarta-feira, novembro 14, 2012

Township Rebellion



"Yeah, so you thought you could get with the hardlines
That fill your mind
Thoughts, battles fought
And lessons taught
Yes I'll display the fitness
And flip like a gymnast
Raise my fist and resist
Asleep, though we stand in the midst
Of a war
Gotta get mine
Gotta get more
Keepin' the mic warm against the norm
'Cause what does it offer me?
I think often it's nothin' but a coffin

Gotta get wreck
Till our necks never swing on a rope
From here to the cape of no hope
Now freedom must be fundamental
In Johannesburg or South Central
On the mic, 'cause someone should tell 'em
To kick in the township rebellion

WHY STAND ON A SILENT PLATFORM?
FIGHT THE WAR, FUCK THE NORM!"

sexta-feira, novembro 09, 2012

I Will Possess Your Heart


"How I wish you could see the potential,
the potential of you and me.
It's like a book elegantly bound but,
in a language that you can't read.
Just yet."





quarta-feira, novembro 07, 2012

de lobo perdido a mastodonte comovido


"Stop through the rooms
Until she's all back
If it puts out the shells
It turns half way to hell
Then he held me down tight
Took all my fight
Broke down the windows
You came flying down the
A commotion!
A commotion!
A commotion!
A commotion!"



segunda-feira, novembro 05, 2012

"Something kinda sad about
the way that things have come to be.
Desensitized to everything.
What became of subtlety?

How can this mean anything to me
If I really don't feel a thing at all?

I’ll keep digging ‘till
I feel something.

Elbow deep inside the borderline.
Show me that you love me and that we belong together.
Shoulder deep within the borderline.
Relax. Turn around and take my hand."



sexta-feira, novembro 02, 2012



fazemos peito, cerramos punhos, rangemos dentes, sorrimos ao apocalipse e vamos.
mandamos bocas, distribuímos abraços, levantamos a cabeça, olhamos os outros e continuamos.
deixamo-nos estar, amaldiçoamos o ficar,  morremos mais um pouco, mas mais devagar e vivemos.
não há mais palavras de ordem para gritar, só slogans ocos dentro da boca.
somos uma caricatura da imagem que ostentávamos e queríamos crer que os outros admiravam.
somos uma piada. e ninguém se ri.

domingo, outubro 28, 2012

Green Valley



"Hello stranger,
Can you tell us where you've been?
More importantly,
How ever did you come to be here?
Though a stranger,
You can rest here for a while.
But save your energy,
Your journey here is far from over.
Come the sunrise,
We'll descend through Judgement Valley
And weigh your worth
Before her majesty, the Verde River.

No direction but to follow what you know,
No direction but a faith in her decision,
No direction but to never fight her flow,
No direction but to trust the final destination.
You're a stranger til she whispers you can stay.
You're a stranger til she whispers that your journey's over."

terça-feira, outubro 23, 2012

samurais guardiões das chaves negras do apocalipse



cada caminho que escolho é o decisivo.
e os seus obstáculos são o meu aperitivo.
à boca pequena, alcunham-me cão rafeiro,
lembram estar extinta a raça do aventureiro.
mas cada soco que dou é o destrutivo,
é o mensageiro de um novo ko definitivo.
porque o mal nunca vem só e é matreiro:
um segundo determina o descanso ou a morte do guerreiro.
para sobreviver neste mundo agressivo
tornei-me no maior cabrão ainda vivo.


"I could take the pitchfork from the devil
Keep a super suit like I’m incredible
From the deep, blue sea to the dark blue sky
I’m the baddest man alive"

domingo, outubro 14, 2012

Conditions Of My Parole



"Sweet Jesus, don't let the judge release me
What if she's a zombie or a dracula
And tried to fuckin eat me?
Devil walked away from a banging trip to Mozambique
Help me outta this!"

quinta-feira, outubro 04, 2012


"Light: Even a fool is going to notice that somebody is bumping off the bad guys. I'm going to make the world know I'm here...that somebody is passing righteous judgement on them! And then nobody will commit crimes anymore. The world will start to become a better place. And while people who obviously deserve to be punished are dying of heart attacks...I'll gradually be killing off immoral people and people who harass others, through illness and accidents. Even that will eventually be noticed by the idiot masses. They'll realize they'll die if they don't change their ways... I'll make this a world inhabited only by people I decide are good!

Ryuk: You do something like that, the only one left with a bad personality will be you...

Light: What are you talking about, Ryuk? I'm a serious,straight-A student...a model teenager and I..will reign over a new world!"


sexta-feira, setembro 28, 2012

só em sonhos



"Recordo aquela noite

O meu sonho alucinado
Só sei que o meu desejo
Era não ter acordado.
Em dois mil e quatro
Euro a bombar,
Era rei dos estádios
Iam lá pra me apoiar.
Gritavam por mim
A sua salvação
No país em convulsão
Era ás e campeão
Garinas o guito
A fama e o sucesso
O caso exemplar
No país do retrocesso

No meu sonho era o Figo
Tinha o guito e a modelo
No centro de emprego
Acordei pro pesadelo

Não jogo no Real
A conta está a zero
Mulher de bigode
A meu lado, o pesadelo.
Sem contrato milionário
Ou Euros pra beber
No Portugal afundado
Só me resta é morrer.
Não entro no estádio
Nem um jogo posso ver
Carreguei muito cimento
Ajudei-o a erguer.
Vida sem dinheiro
Filhos pra sustentar,
De repente acordo
O jogo vai terminar

No meu sonho era o Figo

Tinha o guito e a modelo
No centro de emprego
Acordei pro pesadelo."


P.S.: Sonhos que nem às paredes confesso (estão num túmulo de cimento que o meu subconsciente chapou no tecto), dão felicidade de beber uma noite inteira, deixam o passado em estado de bebedeira, com uma felicidade nostálgica que nunca existiu, e que os nossos ossos, tristes, sabem que não existirá nunca mais.

quinta-feira, setembro 27, 2012

"I'm a nice dude, with some nice dreams

See these ice cubes, see these Ice Creams?"

outono & pausa no alerta do cheiro a incêndio.
brisa fresca (tipo mar), terra molhada da rega,
vinha fértil, figos a apodrecer no ar.
o relógio biológico dos autóctones mete férias,
exige vinho doce e sopa seca. como gente grande.
os homens das gravatas não entenderam assim,
marcaram tudo ao contrário.
agora são sombras em vez de homens,
marrecas pela responsabilidade das circunstâncias,
enquanto o verão é reciclado, como sempre,
mas sem vigor.

sexta-feira, setembro 21, 2012

Exaspero

Quando falas, não entendo nada.
Olho em volta, e todos os outros, sentados como eu, olham para ti cirscunpectos, acinzentados. Parecem atentos, concentrados, executando quase na perfeição uma coreografia macabra de impavidez, ao som da banda-sonora da tua voz. Olho em volta, não entendo nada.
Tiro a tampa da caneta, volto a pô-la. Remexo a caneta na mão, tiro a tampa da caneta, sarrabisco as folhas brancas dos apontamentos, volto a pô-a. Simulo uma bateria muda com os pés, foco os olhos nos movimentos dos teus lábios, cantarolo uma canção dentro da boca, espero que me elucides. Mas não entendo nada.
Tu partes de pressupostos correctos. A tua análise é assertiva, e as tuas conclusões abragentes. Por isso, a culpa terá de morar na tua exposição. Ferida de morte com a gangrena do fastio. Olho em volta e não quero ser nenhum dos outros, que estão sentados a ouvir-te como eu. Olho para ti, e espero luz, mas apenas acendes velas, com a maior tranquilidade, no meio da trovoada da meia-noite.
Continuas a falar, mas não entendo nada.

quarta-feira, setembro 19, 2012

Émulos



"Foi como amor aquilo que fizemos
sem manhã sujeitos ao presente;
os dois carentes
foi logro aceite quando nos fodemos."

segunda-feira, setembro 17, 2012

"O milagre que espero está-se a demorar muito. Bate o carteiro à porta, o coração dá-me um baque, mas são prospectos; vejo um livro novo nas montras, abro-o com sofreguidão, mas é palha trilhada; o grito do rapaz dos jornais entra pelos buracos da casa, corro à janela cheia de curiosidade, e são discursos que leio. Apesar disso a esperança continua, porque não posso viver sem esperança, e quero viver. Não se vem ao mundo para morrer às mãos dum carteiro, dum literato ou dum político. Chega-se aqui com o alto destino pessoal de preencher um lugar onde nenhum outro ser vivo nos pode rigorosamente substituir. A nossa mobilidade dá-nos a ilusão contrária, de que nem estamos nem somos fatais em sítio algum. E eu, pequeno arbusto que deambula, não fujo à regra. Aguardo a cada instante uma aventura. Mas a minha grande façanha sou eu próprio a lutar neste quotidiano, a dar uma flor entre os espinhos, a ocupar o meu espaço com a diligência com que um bicho qualquer ocupa o seu."

- Miguel Torga




terça-feira, setembro 11, 2012

Tirar do sério - a seriedade foi-se. arrancaram-ma. ignorei o agressor. dedico-me a tráfico de negros, comércio de prostituas menores de idade e crimes de colarinho branco. chamaram-me a exame, fiz continência e nenhuma pergunta tinha valores como método para acertar na resposta. em todos os dias seguintes sou chamado a exames semelhantes. a seriedade foi-se. resta a bestialidade infinita de dar a solução a qualquer desafio, como golpes para k. o. em lutas de vida ou morte.

Ficar cego - off. não stand by, off. um ecrã que exibia as cores da realidade e que agora é todo preto. um céu que indicava o caminho para as estrelas, só sendo precisa a serenidade dos sábios para unir os pontos e descobrir o caminho, varrido. escuro. sugado. vazio. o discernimento feito o antónimo do abandono. abandonado, por a mais b se chega a uma retaliação sem nome e esquizofrénica contra todas as direcções humanamente perceptíveis.

terça-feira, setembro 04, 2012

Incrível


Tiveste os teus momentos altos, tiveste os teus momentos baixos. Havia alturas que para te arrancar uma boa jogada, um passe, ou uma descida à defesa era preciso acenar-te com uma cenoura qualquer. E ano após ano foste ficando, mesmo quando eras como sempre foste, um activo para vender. Até nos vingares ao Benfica, nos conseguires a Liga Europa e aguentares o barco que o ano passado esteve prestes a afundar. Vamos sentir saudades tuas, Incrível. E inveja da tua conta bancária.



quarta-feira, agosto 29, 2012



"1
It keeps growing
And i can feel it breathe
I have been trying
To behave myself
It keeps growing
And i can feel it breathe
I have been trying
To tolerate you

2
Well i am reaching the point
Yeah yeah yeah yeah yeah yeah yeah

3
I thought maybe
I thought this would go away
But it continues
The only constant
Every day
Stronger

4
I will use my voice
And i will use my fist
To destroy
Everything i can
5
Now i know
What this is all about
Now i know
Exactly what i am
6
These is a seed
Inside of me
That makes me"


um perigo iminente. irresponsável. súbito. altamente inflamável. composto por tudo o que possui aquilo a que chamamos bomba. as fibras do meu corpo estão retesadas. os depósitos da minha compreensão estão cheios. os travões da minha fúria estão perros. continuo a ser inveterada e reiteradamente o mesmo, cheio de raiva, mas polarizado ao contrário. como carvão e diamante. como mãos que salvam e matam. desafiar sem confiança, enfurecido. ser temerário uma única vez e prolongar essa vez para sempre. ganhar ou morrer. bater mal.

sexta-feira, agosto 24, 2012


"This will never end
'Cause I want more
More, give me more
Give me more


This will never end
Cause I want more
More, give me more
Give me more

If I had a heart I could love you
If I had a voice I would sing
After the night when I wake up
I'll see what tomorrow brings"

quinta-feira, agosto 23, 2012

náufrago de marés negras

"É difícil mas é preciso ter a coragem de ficar só. Uma voz chega para enfrentar o mundo e ter razão. A morte está sozinha contra a vida e é verdade."

- Miguel Torga



"Muddy water

Rising up
You know I feel you
In my iron lung"

terça-feira, agosto 21, 2012

Êxodo

As parangonas chocam pela verdade que transmitem: maior êxodo de portugueses desde os anos 60. A tal altura em que uma ditadura amordaçava vozes e com a mesma eficácia tirava o pão das gentes. A História. ensina-nos que nunca aprendemos com a História, vai daí a história repetir-se. E se não nos dividimos como há duzentos anos atrás entre dois lados de barricadas ideológicas em batalhas fraticidas sangrentas, dividimo-nos entre os que partem e os que ficam. Como nesses tais anos 60. Irmãos a querer sair e outros a querer e não poder. Uns contra a vontade a fazer malas e a meter-se nos aviões mais baratos rumo a propostas de emprego. Outros, a agarrar-se com unhas e dentes ás que tiveram porque é "bem bom". No fundo ninguém quer partir, no fundo ninguém quer ficar. Leva-me a pensar se a História não se repetirá em nós daqui a 50 anos, da mesma forma que se repetiu com quem há 50 anos tinha estes dilemas. Os que ficam a esgravatar a melhor forma de sobreviver, a fazer parte de uma nova ordem social (que no que aos cumes e bases diz respeito estará muito provavelmente igual), uma geração falhada porquer teve de abdicar de tudo porque entendeu, finalmente, na pele dramas e sacrifícios de gerações anteriores e por isso quererá dar às gerações vindouras aquilo pelo que as anteriores também batalharam pela sua própria: um futuro, uma saída, bem estar. Os que partem, pensam fazê-lo por pouco tempo, até se ajeitarem, até a tempestade acalmar. Mas isso não é verdade. Nem os verões e natais em que regressarão à "terrinha" vão alterar o facto de que não voltam mais. Quem sabe, darão alegria a festivais e cidades de arredores, da mesma forma que os emigrantes que conhecemos a vida toda dão alegria a arraiais e aldeias sempre que voltam cá para matar saudades, para recordar a juventude imberbe e o tempo irrecuperavelmente perdido que tiveram de passar sem os seus. Nós os que ficamos, os velhos, e eles os que partem, os emigrantes. Nós, os angustiados, a trabalhar num novo Portugal cinzento, eles amargurados de saudades, a fazer visita de médico ano após ano, a tentar trazer de volta algum colorido que lhes ficou da infância. A vida continuando assim-assim, lenta e desinteressante, miúdos a encarnar novamente o ideal do chico-espertismo, nós acostumados e rezingões, os de fora indignados, porque ainda é do seu país que se trata. Um país que é uma bela merda.

segunda-feira, agosto 20, 2012

Reckoner



"Reckoner, you can't take it with you
Disavow the pleasure

You were not to blame for
Bittersweet distractors
Dare not speak his name
Dedicated to all you, all your needs

Because we separate
It ripples our reflections
Because we separate
It ripples our reflections

Reckoner
Dedicated to all you, all your needs."

quinta-feira, agosto 09, 2012

Little Things



"Cry your eyes out
A lesson left unlearned
I wish I was airborne
Then I could watch it turn

They’ve taken everything
Hung us out to dry
They’ve taken every thing

Playing enemy
This is thought control

You’re a greasy little thing
You’ll scream before you sing
And you make a lot of noise
You lied about everything
You greasy little thing


I got with the program
I tried to fall in line
I wish I was drowning
Then I could watch you burn

They’ve taken everything
Hung us out to dry
They’ve taken every thing
Now you’re. . .

You’re a sneaky little thing
You’ll scream before you sing
And you make a lot of noise
You lied about everything
You sneaky little thing


When the tide rolls in
When the trapdoor starts to swing
When the swans have sung
I’ll be myself again"


P.S. - et voilá, um dos refrões mais viciantes do ano.

sexta-feira, agosto 03, 2012

O Jardim



"Vem visitar este canteiro encantado chamado Portugal
que apesar de pequeno, tem cá de tudo.
Tem auto-estima em falta e fervor nacionalista:
Uma das contradições compiladas nesta lista.
Este país não é pra velhos, nem novos.
Há quem diga que é pra corruptos e preguiçosos.
Com uma economia paralela ao mais alto nível,
Recebemos bem, pagar pode ser impossível.
Mas temos praia e sol, jogadores de futebol,
Temos Fátima e fado, temos palavras como o "lol",
Temos dívidas, mas temos submarinos no paiol,
Temos coração mole, mordemos sempre o anzol

Das figuras na TV, shows de realidade,
Cus, mamas e cabeças falantes de qualidade.
Já não devíamos ter algum juízo com esta idade?
Até quando seremos meninos sem maturidade?

É o jardim à beira-mar plantado!
Ainda vivemos no passado!
É o jardim à beira-mar plantado!
Ainda vivemos no passado!

Portugal tá tolo!
Só quer é tinto e bombo,
Quando a equipa falha o golo
É bronco, parte o tasco todo.
Povinho é mesquinho,
Invejoso do vizinho,
Arranca pão do filho
Pa comprar um carro novo.
Assassinos ao volante,
Bebedeira tá no sangue,
Uma veia de azeiteiro
Em cada habitante! Vem
Família emigrante
Dá rambóia da grande,
É o patrão lá na aldeia
Porque é trolha na France!
Desde o tempo antigo,
Num navio busque terra nova,
A nossa frota troca
Sardinha por ganza e coca.
No Continente e Ilhas,
Tudo mil maravilhas,
Esbanja tudo em borga
Quando a Troika estiver a milhas.
Nesta rua, a revolta é uma festa
Compra tudo no estrangeiro
O que é Portuga não presta.
Já dizia o Primeiro que queria o povo mais pobre,
Por nós está tudo bem enquanto houver Super Bock.

É o jardim à beira-mar plantado!
Ainda vivemos no passado!
É o jardim à beira-mar plantado!
Ainda vivemos no passado!
É o jardim!
Onde a vida vai assim-assim...
É o jardim!
Onde a vida vai assim-assim...
É o jardim!
Onde a vida vai assim-assim...
É o jardim!
Onde a vida vai assim-assim...
É o jardim à beira-mar plantado!

Nós os jardineiros, pouco preocupados
Em defender a sério o seu estado.
De modo deliberado, tratado mal,
Está tudo roubado, já
Resta pouco do que foi o Lusitano passado, mano!
Só vejo cactos, faltam flores nos canteiros
Os pátios são feitos para manter o staus quo nos pratos certos
Cai sempre! É o capital à frente, os financeiros interesses,
Que se lixe a gente, que se lixe o povo, que se lixem esses!
Esses proxenetas finos, armados até aos dentes
Com esquemas e alíneas, roubam tanto, tu nem entendes.
Para postar no bar, com fusca ou rusga no lar
Sem tusta pra tares calado a deixares o semeado desabrochar.
Aqui abunda o adubo e mais nada pode abundar.
Já tresanda de há tanto tempo tarem pra nós a cagar.
Imagino um futuro como um deserto no quintal,
Com um sinal, a dizer "Aqui existiu Portugal"!
Ah!

É o jardim à beira-mar plantado!
Ainda vivemos no passado!
É o jardim à beira-mar plantado!
Ainda vivemos no passado!
É o jardim!
Onde a vida vai assim-assim...
É o jardim!
Onde a vida vai assim-assim...
É o jardim!
Onde a vida vai assim-assim...
É o jardim!
Onde a vida vai assim-assim..."

quarta-feira, agosto 01, 2012

Collapse



"We are all soured milk
When we look in the mirror, we collapse
When our time has come
When our finger’s on the trigger, we collapse
Arms are flailing
Swirling like the poison in the sink


Like the Southern Belle
Playing songs of horror
Like teeth amongst the grass


Like the bullet shell
Whistle and I’ll hum
Watch the good folks run


We are all rotten fruit
When the pipeline starts to flowing, we collapse
When our time has come
When the courtyard needs a lynching, we collapse
Arms are failing
The devil’s in the eye of every man
Water and the well
A Baptist and a baby
Were rolling in the weeds


Keep her spirit well
The tarpit daughter’s father
Will lay her out to dry."



"The host of the show comes down
to collapse on the ground
and the crime scene revisits me
this body shut down in Bordeaux
and the shores of gold coast
on the balcony I search for sleep
the future has fallen short
when the sun sets north

and the clouds fall from the mirrored walls

Words speak and choose
make sense and lose
capsize the tall tale, but always fail
words speak and choose, make sense and lose
forfeit the tall tale, I always will

The host had his mouth sewn shut
all in the name of trust
when the blood goes thin, he's given in
you can spare us the formal toast
the drunken anecdotes
from this day on... goes on and on...
You know when he falls apart
he listens in the dark to the records turn
I'll never learn


To set it down
you'll set it down
you'll set it down


Words speak and choose
make sense and lose
capsize the tall tale, but always fail
words speak and choose, make sense and lose
forfeit the tall tale, I always will

To set it down
you'll set it down
you'll set it down
To set it down
you'll set it down
you'll set it down
To set it down

you'll set it down
you'll set it down!"

quarta-feira, julho 25, 2012

X - Le Grand Finale

Em Outubro de 2011 divulguei neste blogue a edição do meu primeiro livro, intitulado "X". Uns bons meses depois chegou a hora de fazer a apresentação oficial do dito cujo. Embora me encontrasse um tanto reticente quanto a fazê-lo, concluí que seria a melhor forma de fechar o ciclo que iniciei algures em 2008 quando decidi escrevê-lo. Sem grandes aparatos e sem falsos pretensiosismos, arruma-se o assunto e depois festeja-se com uns copos o último adeus ao tal jovem sonhador e doloroso que já carreguei ao peito.
A apresentação será na Galeria Gabinete, na Rua Alfredo Pereira, em Penafiel, dia 28 de Julho, às 22h, para quem quiser e puder aparecer.

terça-feira, julho 17, 2012

hypnotizing the crap out of me since 2005




"Why don't you ask the kids at Tiananmen Square?
Was fashion the reason why they were there?
They disguise it, hypnotize it
Television made you buy it

I'm just sitting in my car and waiting for my

She's scared that I will take her away from there
Dreams that her country left with no one there
Mesmerize the simple minded
Propaganda leaves us blinded


I'm just sitting in my car and waiting for my girl
I'm just sitting in my car and waiting for my girl


I'm just sitting in my car and waiting for my girl
I'm just sitting in my car and waiting for my
Girl!"

quinta-feira, julho 12, 2012

We'rewolf




"Turn the lights off, turn the lights off
Your daddy better lock up his girl
Say a prayer boy, call on the cops
'Cause you ain't gotta run when the music comes on


Board up the doors, the windows
And keep your crying under your breath
'Cause I smell a drop of fear in a ten gallon tank
And I'm movin' in for the kill

Yeah, in the wild kingdom!


You don't live 'til you're ready to die
You don't live 'til you're ready to die
You don't live 'til you're ready to die
You don't live 'til you're ready to die!"

quarta-feira, julho 11, 2012

Preciso de tempo. Preciso de segurar, suster uma porção exacta de tempo. Da mesma forma que, à beira-mar, necessitamos de encher as mãos em concha com areia. Da mesma forma que, no alto do monte, precisamos dos pulmões cheios com ar fresco. É assim que eu preciso de tempo. O tempo todo que puder e fizer sentido eu ter, e não mais do que esse.

sexta-feira, julho 06, 2012

Initiation




Lembro-me de como custou renascer. Iniciar. Lançar o dado pela primeira vez para escolher quem começava a fazer apostas de sorriso aberta e expressão fechada para não denunciar jogo. Lembro-me de passar tormentas, de sobreviver a farras, pensar em que raio de carreira me tinha eu metido enquanto estudava. Lembro-me de procurar em cada rosto uma esperança, nos seus discursos uma inspiração, nos seus feitos uma aventura, e acabar o dia, cansado e desalentado. Lembro-me de quando o início já não o era e até o fim começava a deixar de o ser, prepararam-se outros jogadores para o tabuleiro. Lembro-me de ter ficado chateado, muito chateado mesmo quando emprestei o "Acrobatic Tenement", com um V de volta, e ele não voltava. E quanto voltou nunca percebi muito bem se foi ouvido e amado como eu o ouvi e amei. Mas a ideia de partilhar música paga, compilada, escolhida por mim com os meus sempre foi uma das minhas formas predilectas de dizer a essas pessoas que gosto delas. Lembro-me de quando acabou. De quando tivemos de fazer as malas do nosso futuro. De quando, arrogantes e estúpidos nos achávamos todos prontos para o mercado trabalho, a democracia e o mundo em particular, e empunhamos gravatas. Era apenas outra iniciação. Agora, o mundo secou e com ele a diversidade da criação que floria em mim, e restantes auto-denominados artistas. Turbarões afiam as pressas, eu sei, para me levarem até os ossos. A quem emprestei o "Acrobatic Tenement" e outros companheiros não se fizeram ver num raio de quilómetros desde então. A inicação estava condenada a esta aridez desde o princípio, a do inferno com uma rua de sentido único. Lembro-me de achar que seria bom construir um meio (de sustento) para um fim (de curto prazo) que seria o pão-nosso da felicidade do quotidiano. Temo ser hoje mais céptico do que isso. "Parting contestants never seem to win." Vamos crer que este desalento é apenas mais uma iniciação, que vai sair gorada dentro de meia dúzia de anos, quando alguém devolver o cd que falta.

segunda-feira, julho 02, 2012

Take My Bones Away


(leva os nossos ossos dentro de um saco. eles chocalharão quando o sol sorrir ou te quisermos falar. aconchegar-te-ão quando a tua fúria te levar às lágrimas. orfã selvagem e sem terra, comê-la-ás para sentires que a tens, carregar-nos-ás para sentires que te amam. nós, despojos de um mundo destruído, amar-te-emos.)

sexta-feira, junho 29, 2012



(há golos que nos catapultam para a felicidade. há apitos nos abandonam à tristeza. continuam a haver cabeçalhos que cavam a nossa campa. mas continuam a haver imagens que nos arrepiam.)

segunda-feira, junho 25, 2012

Son Song



"Sometimes I don't
want to face life
Sometimes I feel empty inside
But every moment is precious
And everyone will turn to dust

Dust myself up
and I scream at the sky
It's been so hard
but I can't let it die
Turn my head up,
looking at the stars
So many years,
I still wonder where you are?
Dust myself up
and I scream at the sky
It's been so hard
and I ask myself why?
Turn my head up,
Looking at the sun
Waited so long,
it's time to move on, move on


Look at the sun,
look at the sky
Another day, another sign
And every moment is precious
And everything will turn to dust


Dust myself up
and I scream at the sky
It's been so hard
but I can't let it die
Turn my head up,
looking at the stars
So many years,
I still wonder where you are?
Dust myself up
and I scream at the sky
Every day I ask myself why?
So much pain pouring from inside
Above me I feel the spirit fly."

quinta-feira, junho 21, 2012

Black Tongue



"You own the darkness
And taken my sight
You buried the stars underground
You've stolen the night

You can run to the sea
You can run to the forest
You can hide
But you'll never escape!

You've run out of lies!
You've run out of time !"



 
(a língua preta apodrece nos dentes corroídos de úlceras. tens mentiras reclusas da tua ganância. homem e mulher, santo e besta assistem e riem  do teu volte-face. os filhos do macabro morrerão sem saber que o progenitor beijou os pés do Olimpo)

quarta-feira, junho 20, 2012

homem de cristal

o corpo maciço termina em extremidades frágeis. que se fragmentam quando chocam com a realidade. quando a correm e quando a esmurram. no topo, uma cabeça inexistente, onde deveria existir. como sobrevive é uma incógnita, mas sobrevive. talvez pense com o corpo, talvez sinta com o coração. talvez seja um verdadeiro tanque de sobrevivência. condenado a estilhaçar-se, vezes sem conta, vez após vez, quando choca com a realidade, mantendo inteiro, mas rachado, o núcleo duro. o seu método é o instinto, e não a razão. e por esse instinto reconhece estar condenado pela evolução, pois a evolução, sente-o, faz-se de quem se pode adpatar. e apesar de estar adaptado, não consegue evitar o facto de não ser adaptável. a História, da qual é um produto como a realidade que lhe dilacera os membros, passa por cima de si o seu rolo compressor e não esmagará. deixá-lo-á para trás, maciço, esquecido, amputado e só.

terça-feira, junho 19, 2012

pleased to meet you? who the fuck are you?

"I can't believe how stupid you must be To follow everything that you read, hear, and see You could never walk the path that I walk You're too afraid of the risk involved because I'm - TUI, as long as I'm still alive I live to spite you Realize that I'm not one of your kind I'm nothing like you You shake my hand Say, "Pleased to meet you" Look me in the eye I don't believe you!"

quinta-feira, junho 14, 2012

quarta-feira, junho 06, 2012

Give It All



"Break through the undertow, your hands I can't seem to find,
Pollution burns my tongue, cough words I can't speak so I

Stop my struggling, then I float to the surface,
Fill my lungs with air, then let it out

I give it all, now there's a reason why I sing,
So give it all, and it's these reasons that belong to me

Rock bottoms where we live, and still we dig these trenches,
To bury ourselves in them, backs breaking under tension

For far too long these voices, muffled by distances,
It's time to come to our senses, up from the dirt

We give it all, now there's a reason why I sing,
So give it all, and it's these reasons that belong to me

Breathe (breathe), the air we give (give), the life we live (live), our pulses racing distances,
(breathe) so wet my tongue (give), break into song (live), through seas of competition

So please believe your eyes, a sacrifice,
Is not what we had in our minds,
I'm coming home tonight, home tonight

We give it all, now there's a reason why I sing,
So give it all, and it's these reasons that belong to me

Today I offer all myself to this I'm living for my dying wish,
I give it all, now there's a reason, there's a reason, to give it all"

segunda-feira, maio 28, 2012

para o bem e para o mal

"This time I'm 'a let it all come out. This time I'm 'a stand up and shout. I'm 'a do things my way. It's my way. My way, or the highway! Someday you'll see things my way (...)  And if my day keeps going this way, I just might Break something tonight. I pack a chainsaw. I'll skin your ass raw. And if my day keeps going this way, I just might Break your FUCKING FACE tonight.Give me something to break! Just give me something to break! (...) If I seem bleak, well, you'd be correct And if I don't speak, it's 'cause I can't disconnect But I won't be burned by the reflection Of the fire in your eyes As you're staring at the sun, whoa As you're staring at the sun, whoa (...) When she's saying that she wants only me, Then I wonder why she sleeps with my friends.When she's saying that I'm like a disease, Then I wonder how much more I can spend. Well I guess I should stick up for myself. But I really think it's better this way. The more you suffer, The more it shows you really care. Right? Yeah yeah yeah (...) I kept everything inside and even though I tried, it all fell apart What it meant to me will eventually be a memory of a time when I tried so hard And got so far But in the end It doesn't even matter! (...) There's something inside me that pulls beneath the surface. Consuming/confusing. This lack of self-control I fear is never ending. Controlling/I can't see. To find myself again My walls are closing in (without a sense of confidence and I'm convinced that there's just too much pressure to take) I've felt this way before So insecure Crawling in my skin These wounds they will not heal Fear is how I fall Confusing what is real! (...) Shakedown 1979, Cool kids never have the time On a live wire right up off the street. You and I should meet Junebug skipping like a stone With the headlights pointed at the dawn We were sure we'd never see an end to it all. I don't even care to shake these zipper blues And we don't know Just where our bones will rest To dust I guess Forgotten and absorbed to the earth below. (...) I used to be a little boy So old in my shoes. And what i choose is my choice. What's a boy supposed to do? The killer in me is the killer in you. My love, I send this smile over to you."








 

quarta-feira, maio 23, 2012

Toda a mão que, invariavelmente, bule, no duro, de x a x horas diárias, por meia dúzia de éreos, ganha calo. Endurece. Fica mais rija. Consegue sobreviver mais um dia, sem sofrer males de maior entre esse dia que finda e o que se avizinha. Podemos dizer que é o rumo natural das coisas. Adiante.
Julgo que, também, a nossa paciência (ó pra mim a falar em nome da colectividade) para certas notícias dramáticas endureceu. Ou então foi o nosso coração, que às tantas, ganhou calo, e à custa disso só se comoverá por notícias que o feririam de morte em qualquer circunstância. Entretanto, o que o cérebro considera "áreas cinzentas" não enterra em qualquer submundo cognitivo, antes incenera-as. Os opinion makers chamar-lhes-ão "fait-divers". Assim os milhares de manifestantes enrascados que marcharam país fora, assim os que se abraçaram para não deixar a escola da Fontinha, nem á força da bastonada, assim, agora, os denominados Precários Inflexíveis cujo blog foi agora proíbido de referir nomes de uma empresa que, justamente, foi denunciada (ignoremos por momentos que o primeiro-ministro-sombra Miguel Relvas fez ameaças graves a uma jornalista do Público; no Público ainda há quem se sinta filho de boa gente, bateu-se o pé, e o frissom que daí adveio, de fachada ou não, é real e palpável).
Gostava de ler a sentença que obrigou o blog dos Precários Inflexíveis a ocultar os comentários nos quais se denunciava que uma empresa de marketing não pagava a trabalhadores, conforme devia. Só lendo semelhante "poema" se pode perceber até que ponto se fez orelhas moucas á denúncia em causa, para defender o direito ao bom nome da dita empresa. Porém, se nos dias que correm não podemos confiar no Público, não nos restam muitas alternativas... Do que eu me lembro de Direitos Fundamentais, do conflito entre a liberdade de expressão e o direito à honra ou ao bom nome, costuma prevalecer o primeiro, excepto quando a liberdade de expressão for abusiva. Por exemplo, se a opinião exprimida for uma mentira, que possa acarretar prejuízo para o visado. Da notícia divulgada ontem pelo Público, podemos concluir que o tribunal, independentemente das acusações dos comentários serem verdadeiras ou não, considerou o bom nome da empresa ser mais importante. E ainda que não tenha proíbido ou mandado excluir os comentários conforme era vontade da empresa visada, julgou ser mais conveniente ocultá-los. Que seria dessa empresa se tivesse de pagar pelos serviços dos seus colaboradores? Estaria o tribunal a tentar prevenir uma futura insolvência? Depois aparecerão em armaduras reluzentes, os paladinos da coragem e da verdade material berrar aos 4 ventos que o dever dos cidadãos é colaborar na realização da Justiça, desobstruir tribunais, ajudar as autoridades. Ao mesmo tempo este caso será gradualmente soterrado pela areia da indiferença; o caso de pessoas que ao denunciar sítios onde para trabahar é preciso pagar, tiveram de ser silenciados, por causarem incómodo a quem tudo fez por o merecer, porque trabalho que é com toda a certeza remunerado e denunciar situações injustas são situações do passado. E a caravana passa, cheia de calos. Ganhamos mais um fait-divers. E o país segue preocupado e aflito a discutir as abruptas mudanças de tempo e o mistério dos tractores assassinos.

segunda-feira, maio 21, 2012


encapuçado até aos olhos fugiu
encouraçado com dez corações
na ponta dos dedos das mãos
e dos pés, saiu a jogar.
saiu a correr.
após o gongo que mais ninguém ouviu,
ele saiu a correr rumo aos predadores.
uma aranha negra tatuada a alastrar no peito
a assomar-se desmedida
com todos os seus braços
e todos os seus sorrisos
no ar alto saiu livre
saiu a viver.

quarta-feira, maio 16, 2012

e o movimento segue em andamento

Após umas bem sucedidas feiras que puseram a nossa bela e acomodada terra a sair á rua e contribuir em uníssona para uma parafernália cultural pouco comum por estes lados, o Movimento Largo continuou. E com classe. Esta não se restou por uma daquelas boas intenções que atafulham o (nosso) Inferno. Esta ainda tem pernas para andar.
A propósito da entrega do prémio para o Museu Europeu do Ano, Penafiel acolhe de 16 a 19 de Maio o Fórum Europeu dos Museus, que porá a "dialogar" museus espalhados por esse Velho Continente fora. O Movimento Largo associou-se da melhor forma, proporcionando uma série de exposições de artes plásticas e performativas, dos quais me sinto no dever de destacar Lara Luís e Wasted Rita.

Nem tudo é perfeito nesta terra amarela como o solo do próprio Hades. Mas não devia haver tanta cerimónia (ou inveja) na hora de falar aos quatro ventos dos nossos que fazem bem, quando a maioria não faz, dos nossos que vêem além, quando a maioria vira a cara para fazer de conta que não vale a pena. Vale sempre a pena, espalhar charme de peito feito.